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Balanço Semanal CNC – de 16 a 20/12

BALANÇO SEMANAL — 16 a 20/12/2019

Conab estima safra 2019 em 49,3 milhões de sacas

CNC entende que volume condiz com a realidade neste ano de baixa no ciclo bienal e que os baixos preços e as adversidades climáticas também impactaram em 2019 e devem interferir em 2020

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, na terça-feira, 17 de dezembro, o quarto levantamento para a safra 2019 de café do Brasil. Segundo a estatal, o país produziu 49,3 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg, sendo 34,3 mi/scs da variedade arábica e 15 mi/scs de conilon. Com o cultivo em uma área de 1,813 milhão de hectares, a produtividade média ficou em 27,2 sacas por hectare.

Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, o volume condiz com a realidade das lavouras de café no Brasil, que passaram pelo ciclo de baixa dentro da bienalidade do arábica em 2019, assim como os baixos preços que imperaram até novembro resultaram em menores tratos culturais por parte dos produtores.

“Mesmo menor e diante de preços aviltados, a safra é suficiente para que o Brasil honre seus compromissos com consumo interno e exportação, mantendo seu market share. Isso é reflexo dos investimentos feitos em pesquisa nas últimas décadas, que permitiu que a produtividade dos cafezais mais do que triplicasse. Contudo, é importante destacar que o estoque de passagem, em 31 de março de 2020, será o menor de toda história no país”, analisa Brasileiro.

SAFRA 2020
Os preços baixos registrados até novembro, refletindo o cenário internacional, também impactarão a safra brasileira em 2020, conforme o presidente do CNC.

“Temos visto muitas previsões de players diversos falando absurdos para a colheita do ano que vem. É imprudente projetar algum volume a essa altura, mas é possível prever que ela não será do tamanho da safra recorde de 2018 por causa dos menores tratos realizados pelos produtores, que se viram com aperto no caixa devido aos anos recentes de preços aviltados em relação aos custos de produção”, explica.

Brasileiro recorda que outro fator que interferirá na safra 2020 é o clima, que foi irregular em 2019. “Vivemos períodos inversos em algumas épocas do ano, com estiagem e temperaturas altas quando era necessário chover e com chuva quando era preciso de seca para colher, além de algumas geadas pontuais. Isso tudo impactará na colheita do ano que vem e impedirá nova safra recorde”, argumenta.

Em 2018, o Brasil produziu 61,7 milhões de sacas de café.

 

 

OIC inicia estreitamento público-privado para a sustentabilidade

Organização implantará Força-Tarefa para, entre outras iniciativas, buscar transparência de mercado, promoção do consumo responsável e da produção competitiva e sustentável

Nesta semana, através da realização de uma série de webinários, a Organização Internacional do Café (OIC) iniciou discussões para a implantação da Força-Tarefa Público-Privada do Café, de seus Grupos de Trabalho Técnico e respectivos roteiros de ação. A medida está em linha com as decisões tomadas na 125ª sessão do Conselho Internacional do Café, em setembro de 2019, a respeito da Declaração de Londres, que é resultado do I Fórum de CEOs e Líderes Globais.

A força-tarefa será composta por 32 integrantes, sendo 16 representantes dos países membros da OIC e 16 do setor privado, incluindo empresas e entidades signatárias da Declaração de Londres, o presidente e o vice da Junta Consultiva do Setor Privado da Organização, a Plataforma Global do Café (GCP) e o Desafio do Café Sustentável (SCG).

Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, a força-tarefa terá como responsabilidades:
(i) manter o diálogo público-privado e monitorar o avanço dos compromissos decorrentes da Resolução 465/Declaração de Londres;
(ii) conduzir a continuidade da operacionalização dos compromissos e da construção de consenso, considerando que o próximo marco importante é o II Fórum de CEOs e Líderes Globais, em setembro de 2020;
(iii) desenvolver a agenda de diálogo público-privado, com base na Resolução 465 e na Declaração de Londres, elucidando expectativas e identificando oportunidades para ação compartilhada;
(iv) orientar os Grupos de Trabalho;
(v) examinar os resultados e recomendações dos Grupos de Trabalho; e
(vi) recomendar um conjunto de ações, compromissos e necessidades de recursos, na forma de um documento  para discussão no II Fórum dos CEOs e Líderes Globais e na 127ª  sessão do Conselho Internacional do Café, em setembro de 2020, na Índia.

O presidente do CNC revela que os grupos de trabalho que assessorarão a força-tarefa produzirão aportes técnicos em áreas temáticas, tais como:

– Transparência de mercado: informações de mercado usadas para lidar proativamente com flutuações de preços; enfrentamento de desigualdades de renda nas principais áreas de produção; custos de produção nas principais regiões produtoras; e informações sobre aquisição de cafés sustentáveis de diversas origens.

– Fortalecimento de políticas e ambiente institucional: funcionamento eficaz das instituições de mercado (incluindo bolsas de futuros); políticas desenvolvidas nos países exportadores e importadores para apoiar a produção sustentável; e diálogos para o estabelecimento de um ambiente propício aos negócios nos países exportadores.

– Alocação e coordenação global de financiamentos: investimentos públicos, privados e mistos (impacto), coordenados através de mecanismo(s) global(is) multiparticipativo(s) de financiamento; e estudo de viabilidade de um fundo global de estabilização.

– Coordenação do setor: operacionalização da Declaração de Londres, através da coordenação de ações individuais e compartilhadas; e desenvolvimento de quadro de avaliação dos diálogos setoriais.

– Promoção do consumo responsável: estratégias para aumento da demanda por café adquirido sustentavelmente de diversas origens, em mercados tradicionais e emergentes, especialmente nos países produtores.

– Promoção da produção competitiva e sustentável e de aquisições sustentáveis: melhoria da viabilidade econômica, bem como da sustentabilidade ambiental e social da produção de café; e uso sustentável e proteção dos recursos naturais pelo setor cafeeiro.

“O andamento dos trabalhos será apreciado na 126ª sessão do Conselho Internacional do Café, da OIC, em abril, em Londres, na Inglaterra”, finaliza o presidente do CNC.

 

Funcafé: novo agente assina contrato para operar recursos

Banco Pine é a 34ª instituição que assinou com o Mapa para repassar capital destinado ao café. Até o momento, Fundo já repassou R$ 3,945 bilhões, 79,4% do contratado

Na segunda-feira, 16 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU), extrato de contrato com o Banco Pine para a operação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), elevando para 34 o total de agentes que assinaram com a Pasta para repassarem o capital destinado à cafeicultura na safra 2019.

O valor total contratado até o momento é de R$ 4,968 bilhões. “O Funcafé conta, para aplicação na safra colhida este ano, com um total de R$ 5,071 bilhões. Os R$ 103 milhões restantes desse orçamento deverão ser repassados a novo agente credenciado em breve, conforme informações do governo federal”, revela o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro.

REPASSES
Segundo apuração do CNC junto ao Mapa, o repasse de recursos do Funcafé aos agentes financeiros, na safra 2019/20, chegou a R$ 3,945 bilhões até quinta-feira, 19 de dezembro. A quantia liberada às instituições responde por 79,4% do total contratado por bancos e cooperativas de crédito junto ao Fundo no ciclo atual, que soma R$ 4,968 bilhões. Para a safra 2019/20, o Funcafé disponibiliza um total de R$ 5,071 bilhões.

Do volume repassado até o momento, R$ 1,568 bilhão foi destinado à Comercialização, ou 79,9% do disponibilizado para esta linha; R$ 1,007 bilhão para Custeio (77,5%); R$ 824,5 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café – FAC (71,8%); R$ 542 milhões para Capital de Giro (83,4%) e R$ 3,250 milhões para Recuperação de Cafezais (32,5%).

 

Café recua, na semana, após sequência de ganhos

Os futuros da commodity passaram por correção técnica nos mercados internacionais e houve realização de lucros por parte dos agentes

Após sete semanas acumulando ganhos, os futuros do café arábica encerraram o período atual em queda, com o mercado se movimentando com base em fatores técnicos e recuando com realizações de lucro. Agora, com a aproximação do final de ano, os operadores se afastam dos negócios e o volume diminui.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento mar/2020 do contrato “C” declinou 370 pontos até ontem, encerrando a sessão a US$ 1,2720 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento mar/2020 do café robusta fechou a quinta-feira a US$ 1.367 por tonelada, com perdas semanais de US$ 50.

Os agentes mantêm seu foco no cinturão cafeeiro do Brasil, maior produtor mundial. Há incertezas sobre a safra a ser colhida em 2020 após a ocorrência de geadas no meio do ano e floradas desuniformes, fatores que impactarão o volume a ser produzido.

Eles entendem que as chuvas recentes podem melhorar o cenário das lavouras, mas não totalmente, o que gera essa dúvida sobre o tamanho da próxima colheita.

No tocante ao câmbio, o dólar teve uma semana com baixa volatilidade e recuou frente ao real, à medida que os mercados internacionais mantiveram clima ameno de negócios. A divisa norte-americana fechou a quinta-feira a R$ 4,0628, com recuo semanal de 1,1%. No acumulado de dezembro, a moeda cai 4,20%.

Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o início da próxima semana poderá ter chuvas intensas no Sudeste, principalmente na metade Sul de Minas Gerais, norte de São Paulo, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro, onde são esperados os maiores acumulados. As precipitações devem perder força a partir de quarta-feira, 26.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o mercado físico acompanhou o declínio internacional e reduziu a liquidez. O ritmo de negócios também é menor devido à proximidade das festas de fim de ano. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon ficaram em R$ 541,17/saca e R$ 307,61/saca, com perdas, respectivamente, de 1,6% e 2%.

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