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2015 – Um ano que exige atenção dos industriais de café

por Abic:

O ano de 2015 começou com grandes expectativas e incertezas para toda a economia brasileira, e também para o setor de café.

Apesar de uma exportação recorde de 36,7 milhões de sacas e de um consumo interno superior a 20 milhões de sacas, o cenário para os torrefadores não se mostra tranquilizador.

Custos em franca ascensão, tarifas públicas sendo revistas para cima, combustível, gás e energia aumentando, crise hídrica limitando as atividades, cambio disparando, custos de logística maiores, tudo já seria suficiente para que as empresas revissem seus custos diariamente, não permitindo que sua rentabilidade estivesse sendo comprometida.

Aumentos de impostos e revisão de importantes benefícios em diversos setores podem aumentar ainda mais os custos da indústria e tornar os negócios ainda menos rentáveis, se não forem cuidadosamente analisados e considerados nos custos.

Agora, temos outro fator muito importante a pressionar os custos: as cotações do grão arábica e do conilon dispararam, tornando realidade uma situação prevista há meses, qual seja, a da volatilidade das cotações, aumentos dos preços da saca, principalmente no primeiro trimestre do ano. O café arábica já esta cotado a R$ 495,00/saca, o tipo 6, no período do Carnaval e o conilon ultrapassa os R$ 300,00/saca. Tudo ocorrendo em meio a mais uma crise de falta de chuvas com temperaturas muito elevadas, e previsões de quebra da safra de 2015 e comprometimento da de 2016.

O levantamento “Indicadores do Consumo Interno de Cafe 2014”, feito pela ABIC, mostrou uma redução no número de empresas do setor, de 1428 no período 2011 /2013, para 1299 no período 2012/ 2014, uma perda de 9%, que é muito preocupante. É o retrato de uma parte do setor que não conseguiu equilibrar seus custos, adequar a sua estratégia comercial ou diferenciar e valorizar os seus produtos e suas marcas, tendo no encerramento das atividades a sua única saída.

Mas isso não pode se repetir. Diante da situação atual, cujos contornos descrevi acima, é importante que as empresas de todos os portes se posicionem, protejam-se, não permitam que os custos aumentem, sem a devida correção. Não é possível trabalhar sem rentabilidade. E correções precisam ser feitas com a devida rapidez, porque os custos da matéria prima não esperam, e são aumentados pelo mercado a cada dia.

Portanto, companheiros da indústria de café, fiquem atentos aos seus custos. Fiquem preparados para meses de volatilidade nas cotações do grão e no aumento dos preços de tarifas, serviços e outros que estão afetando nosso negócio.

O ano de 2015 parece indicar grandes dificuldades para aqueles que não se prepararem e não agirem adequadamente. Mas pode ser um ano de superação e bons resultados para os que enfrentarem as dificuldades com determinação e rapidez, sem delongas, e acreditando que o café ainda é um bom negocio.

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