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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Postado em 13/07/2020

Após a passagem das frentes frias, sem danos para os cafezais do sudeste brasileiro, como era esperado pelas previsões dos institutos de meteorologia, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque recuaram esta semana para o nível em que estavam duas semanas atrás, perdendo o patamar de um dólar por libra peso. Os contratos com vencimento em setembro próximo, que haviam subido 655 pontos às vésperas da chegada da frente, somaram perdas nesta semana de 580 pontos. Grande parte da queda, 505 pontos, foi na segunda-feira, com os operadores ajustando suas posições pós-passagem das duas frentes frias. Nos demais dias, sem novidades ou fatos novos, as cotações foram flutuando, não definindo um rumo, mostrando mais equilíbrio entre comprados e vendidos.

O dólar oscilou bastante no decorrer da semana, mas fechou hoje praticamente no mesmo valor de sexta-feira da outra semana.

Nesse cenário, o mercado físico brasileiro teve uma semana mais calma. Os compradores diminuíram o valor de suas ofertas e os vendedores recuaram, derrubando o volume de lotes colocados no mercado. Continua baixa a ofertas de cafés de boa qualidade a finos. São ainda poucos os lotes bem preparados que aparecem no mercado. Como todo inicio de ano-safra, a maior parte deles está com muitos verdes e quebra acima de 25 a 30%. Assim, são poucos os negócios com cafés naturais de boa qualidade a finos. Cafés mais fracos, com xícaras riadas e rio, ou com alta porcentagem de verdes, estão com deságio grande, o que desanima os produtores. A única região que coloca no mercado um volume maior de amostras é a zona da mata de Minas Gerais.

Os compradores fazem ofertas com muito cuidado, acompanhando as informações sobre o consumo mundial em tempos de pandemia e as constantes mudanças de rumo do mercado financeiro global. Contribuem com o comportamento cauteloso dos compradores informações ainda desencontradas sobre problemas sérios com uma “trader house” com sede nos EUA.

Em meio à crise mundial com a pandemia da covid-19, demonstrando sua confiança no crescimento do consumo de cafés premium, a Nespresso vai investir 160 milhões de francos suíços (150 milhões de euros ou 900 milhões de reais) para expandir seu centro de produção em Romont, na Suíça, com o intuito de dar resposta ao crescimento da procura de cafés de alta qualidade. O início da construção da nova unidade de produção está previsto para junho de 2021, aumentado a capacidade com dez linhas de produção para produzir cafés Nespresso para os segmentos Vertuo e Profissional. A inauguração das primeiras linhas de produção está prevista para junho de 2022.

A produção e o consumo de cafés premium, gourmets, com alto valor agregado, cresceu exponencialmente nos últimos vinte anos, levando gigantes como Nestlé e Starbucks a ocupar e dominar esse segmento, até então um nicho, abastecido por torrefações e redes de cafeterias de pequeno e médio porte. O crescimento da produção brasileira de cafés finos, a partir dos anos 90 do século passado, deu condições para a explosão de consumo de cafés gourmet. Atualmente o Brasil é o maior fornecedor de cafés de alta qualidade para o mercado global.

Até dia, 7 os embarques de julho estavam em 67.649 sacas de café arábica, 30.176 sacas de café conillon, mais 17.692 sacas de café solúvel, totalizando 115.517 sacas embarcadas, contra 111.577 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 515.691 sacas, contra 563.166 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 2, quinta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 10, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 580 pontos ou US$ 7,67 (R$ 40,82) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 2 a R$ 730,21 por saca, e dia 10 a R$ 685,69. Na sexta-feira, dia 10, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 135 pontos.

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