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Boletim Carvalhaes

por Escritório Carvalhaes:

Postado em 14/12/20

Na última quarta-feira, o CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil divulgou que o Brasil exportou em novembro último 4,3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume cresceu 32,2% em relação à novembro de 2019 e é um novo recorde em exportações do produto para o mês. De janeiro a novembro, o País já exportou 39,8 milhões de sacas de café, o melhor resultado histórico para o período. Esses números de novembro ainda deverão crescer um pouco devido ao atraso em alguns embarques relativos à esse mês, e já está claro que com os embarques do mês de dezembro, o Brasil deverá chegar a um total de café exportado em 2020 ao redor de 44 milhões de sacas, um novo recorde histórico em volume de café exportado por nós em um ano civil.

Se somarmos às 44 milhões de sacas (ou um pouco mais) que exportaremos em 2020, as mais de 22 milhões de sacas necessárias para atender nosso consumo interno, fica claro que a demanda pelo café brasileiro continua crescendo forte. Já são necessárias ao menos 66 milhões de sacas de café por ano para atendermos nossos compromissos de exportação e abastecimento do consumo brasileiro.

Esse desempenho de nossas exportações de café está sendo possível devido à excelente safra, em volume e qualidade, que produzimos neste ano. Foi uma safra de ciclo alto que contou com tempo seco para sua colheita. Já para 2021, quando nossa safra já seria naturalmente menor devido à bianualidade de nossa produção de arábica, o tempo seco e quente que nossas regiões produtoras enfrentaram desde o início do ano até o mês de novembro ultimo, derrubará ainda mais a próxima safra brasileira de café. Há previsão que os problemas climáticos continuarão no início de 2021. Nossos produtores estão preocupados com esse cenário e já fazem conta do prejuízo que terão.

Os exportadores e as torrefações brasileiras querem manter o ritmo de compras para abastecer o consumo interno e as exportações brasileiras no primeiro semestre de 2021, mas estão encontrando bastante resistência dos cafeicultores para fazerem negócios nas bases de preço praticadas agora. Boa parte da atual safra já foi negociada e entregue aos compradores nestes primeiros meses do ano-safra 2020/2021 e o que resta em mãos de produtores está fora do mercado. Os produtores aguardam preços mais altos que ajudem a diminuir os prejuízos com a próxima safra de arábica.

Deveremos chegar ao final de junho próximo mais uma vez com estoques muito baixos e a safra que vamos colher certamente será insuficiente para cobrir a necessidade de ao menos 66 milhões de sacas. Somem-se a esse quadro os problemas enfrentados pelos demais países produtores de arábica das Américas do Sul e Central. Mais próximos do equador e com produtividade significativamente menor que a brasileira, estão em situação bem pior que a dos cafeicultores brasileiros.

Os volumes embarcados pelo Brasil mostram que o consumo mundial continua forte e agora o hemisfério norte está entrando nos meses de inverno, quando o consumo é maior. O quadro é de alta e os cafeicultores brasileiros não demonstram vontade em vender nas bases de preço atuais.

Os contratos de café na ICE Futures US oscilaram bastante esta semana. Os com vencimento em março próximo fecharam hoje a US$1,2160 por libra peso. No balanço da semana esses contratos somaram alta de 405 pontos. O mercado cambial no Brasil teve mais uma semana agitada e com o dólar recuando frente ao real. Ontem atingiu a mínima de fechamento desde 10 de junho último. Na semana, o dólar acumulou queda frente ao real de 1,54%. Desde o início do mês de dezembro a queda é de 5,65%. Em reais por saca os contratos de café para março na ICE encerraram hoje valendo R$ 811,66. Na sexta-feira passada fecharam a R$796,76.

Os negócios no mercado físico brasileiro de café continuaram muito devagar, sem interesse dos produtores em vender nas bases de preço oferecidas pelos compradores. Continuam fora do mercado, aguardando bases mais realistas.

As chuvas melhoraram e repuseram parte das perdas acumuladas no decorrer de 2020. Em muitas regiões produtoras ainda são insuficientes. Essas chuvas chegaram tarde e a perda é irrecuperável. São bem vindas e ajudarão a estancar as perdas para 2021. Os cafeicultores agora estão mais interessados em acompanhar a recuperação das arvores e tentar quantificar qual será o efeito desta longa seca e das temperaturas altas, acima da média, na safra de 2022.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de novembro foram embarcadas 4.339.084 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 32% (1.056.975 sacas) mais que no mesmo mês de 2019 e 2,7% (117.289 sacas) menos que no último mês de outubro. Foram 3.691.459 sacas de café arábica e 333.887 sacas de café conilon, totalizando 4.025.346 sacas de café verde, que somadas a 313.443 sacas de solúvel e 295 sacas de torrado, totalizaram 4.339.084 sacas exportadas em novembro último.

Até dia 10, os embarques de dezembro estavam em 349.443 sacas de café arábica, 101.402 sacas de café conillon, mais 7.494 sacas de café solúvel, totalizando 458.339 sacas embarcadas, contra 508.345 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 10, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 1.419.060 sacas, contra 1.517.529 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira dia 11, subiu nos contratos para entrega em março próximo 405 pontos ou US$ 5,36 (R$ 27,05) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 4 a R$ 796,76 por saca, e  dia 11 a R$ 811,66. Na sexta-feira, dia 11, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos.

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