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A crise política e econômica brasileira não dá trégua

por Escritório Carvalhaes:

A crise política e econômica brasileira não dá trégua. A situação se agravou com o Brasil perdendo na semana passada o grau de investimento por uma das agências internacionais de risco. O rebaixamento dos títulos brasileiros à condição de “junk bonds” pela Standard & Poor’s (S&P) trouxe mais preocupação e desorientação ao mercado financeiro brasileiro. O dólar se valorizou em relação ao real e em alguns momentos passou de 3,90 reais se aproximando perigosamente dos quatro reais.

No mercado de café, os operadores em Nova Iorque aproveitaram a forte desvalorização do real e aumentaram a pressão sobre as cotações na ICE Futures US. Os contratos de café com vencimento em dezembro próximo perderam 260 pontos na semana.

A inflação brasileira nos custos de produção de café está bem acima da inflação oficial. Sobem forte este ano os custos de mão de obra, energia elétrica, combustível, fertilizantes e defensivos. Com o fortalecimento do dólar frente ao real, os cafeicultores vêm as cotações do café cada vez mais pressionadas em Nova Iorque, enquanto os preços dos fertilizantes e defensivos sobem com o dólar, sem nenhuma bolsa que derrube essas cotações … Alguns produtores falam em inflação de 30% nos custos de produção de café.

No mercado físico brasileiro os negócios continuaram prejudicados pelas bases de preço oferecidas pelos compradores. Os cafeicultores que podem, seguram vendas aguardando um quadro mais claro da situação econômica e o termino dos trabalhos de colheita, dificultados agora pelas chuvas desta semana. Os negócios fechados são sempre para fazer caixa, pagar despesas de colheita e honrar compromissos assumidos. Nenhum produtor vende por achar o preço remunerador ou para aplicar no mercado financeiro. Quem não precisa de caixa prefere ficar com o café nas tulhas. É muito mais seguro nesta época de crise econômica e política.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de agosto foram embarcadas 2.831.904 sacas de 60 kg de café aproximadamente 8% (260.923 sacas) a menos que no mesmo mês de 2014 e 1% (24.342 sacas) a menos que no último mês de julho. Foram 2.152.524 sacas de café arábica e 383.319 sacas de café conillon, totalizando 2.535.843 sacas de café verde, que somadas a 294.428 sacas de solúvel e 1.633 sacas de torrado, totalizaram 2.831.904 sacas de café embarcadas.

Até o dia 9, os embarques de setembro estavam em 346.999 sacas de café arábica, 77.248 sacas de café conillon, mais 19.807 sacas de café solúvel, totalizando 444.054 sacas embarcadas, contra 354.523 sacas no mesmo dia de agosto. E na mesma data, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 794.926 sacas, contra 750.011 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 11, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 260 pontos ou US$ 3,44 (R$ 13,34) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 4 a R$ 606,17 por saca, e dia 11, a R$ 598,03 por saca.

Na última sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 15 pontos.

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