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A importância do hedge
Por CaféPoint:
Postado em: 19/07/22
Foi uma baixa de quase -1.500 pontos nos 2 primeiros dias da semana e estabilizou na quarta-feira (13/07) fechando a 207,35 centavos de dólar por libra-peso. Praticamente “em cima” do importante suporte da média móvel dos 50 dias do indicador “Banda de Bollinger”. Na quinta-feira (14/07), com a divulgação dos dados da inflação americana acima das estimativas do mercado (+9,1% nos últimos 12 meses e o patamar mais elevado dos últimos 20 anos), o FED* sinalizou que poderá aumentar os juros na sua próxima reunião entre 0,75-1,00 pontos! Com essa sinalização setembro/2022 seguiu em queda livre voltando a cair -1.235 pontos e voltando a negociar abaixo dos 200,00 centavos de dólar por libra-peso.
Os fundos + especuladores voltaram a liquidar suas posições rompendo esse importante suporte ao redor dos 205,00/203,00 centavos de dólar por libra-peso. Segundo a última publicação do CFTC* os fundos + especuladores venderam -8.074 lotes e terminaram o período ainda comprados em +18.055 lotes. Como o mercado continuou caindo nos 3 dias seguintes (com o volume médio diário negociado ao redor dos +40.000 lotes) na publicação da próxima semana, acredito que a posição dos fundos + especuladores poderá estar abaixo dos +10.000 lotes! Vamos ver como será a movimentação do mercado nos 2 primeiros pregões da próxima semana!
Setembro/2022 agora encontra importantes resistências entre 201,80 / 209,20 / 215,00 e 222-225,00 centavos de dólar por libra-peso. Suportes “lá embaixo”, ao redor dos 192 / 185 e 167 centavos de dólar por libra-peso. Será que o “gap” ainda em aberto desde 20 de julho de 2021 vai fechar?
Do lado fundamental seguimos positivos, acreditando que o Brasil vai ter uma safra 2022/2023 abaixo dos +50,00 milhões de sacas e um consumo interno ao redor dos +19,00 milhões. Considerando um estoque de passagem “estável” da safra 2021/2022 para a safra 2022/2023 e desta para a safra 2023/2024 ao redor dos +3,50 milhões de sacas, então o Brasil poderá exportar no próximo período (julho-22 /junho-23) apenas +30/32,00 milhões de sacas.
Segundo o relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Cecafé, em junho o Brasil voltou a surpreender e exportou 3.144.334 sacas. Dessa forma, novamente, os números da Conab* e/ou dados do consumo interno brasileiro precisam ser ajustados. Caso contrário o “milagre” da multiplicação dos estoques/safra brasileira precisa ser explicado! Como explicar um “estoque de passagem negativo” em aproximadamente -9,20 milhões de sacas? Será que uma das explicações está no parágrafo abaixo?
Um ponto “polêmico” ainda não abordado nesse comentário semanal e creio ser importante trazer para discussão é a quantidade de palha/resíduos/”lixo” utilizado na indústria brasileira. Segundo a Abic* o consumo brasileiro está ao redor dos 22.000.000 de sacas. Já questionamos esse número e, com base no consumo americano estimado em aproximadamente +26.000.000 sacas então por regra de três simples o consumo brasileiro deveria ser ao redor dos +17.000.000 sacas.
Será que o consumo das +22.000.000 sacas está considerando o café em grão misturado/diluído com “palha/resíduos/lixo”, ou seja, uma mistura com 75% café canéfora/arábica e 25% desses “resíduos/palha/lixo” então o consumo real de café em grãos cai para +16.500.000 milhões de sacas e aproximadamente +5.500.000 sacas equivalentes em “resíduos/palha/lixo”.
Dessa forma, os números já começam a fazer mais sentido, ajustando a produção da Conab*, o consumo com base na Abic*, e os números de exportação com base no Cecafé. Dessa forma, a produção brasileira da safra 21/22 deve ter sido ao redor dos 54.500.000 sacas, com um consumo interno de café em grão ao redor dos -16.500.000 sacas, um consumo de “palha/resíduo/lixo” ao redor de +5.500.000 sacas equivalente, permitindo então o Brasil ter exportado as +39.201.000 sacas e terminado a safra 2021/2022 para a safra 2022/2023 com um estoque de passagem “mínimo” ao redor dos +3.200.000 sacas!
Durante o mês de junho-22, com o mercado negociando praticamente durante o mês inteiro acima dos +235 centavos de dólar por libra-peso o produtor poderia ter realizado hedge do seu produto entre +1.450/+1.550 R$/saca para vender/entregar seu café entre julho-agosto-setembro de 2022.
Agora, com o mercado negociando a +195 centavos de dólar por libra-peso e com o R$ ao redor dos 5,40 R$/US$, os preços voltaram para o intervalo entre +1.180/+1.250 R$/saca! Ou seja, o produtor atento, que fez o hedge da sua safra, está vendendo/entregando o hoje o seu café entre +300/+500 R$/saca melhor do que o mercado!
Para a próxima safra, contra o setembro/2023 o produtor atento teve a oportunidade para fixar seu café para entregar entre julho/agosto/setembro-23 entre +1.700/+1.850 R$/saca com o mercado pagando agora apenas +1.200/+1.250 R$/saca.
Apesar de continuar “altista” para o médio prazo, seguimos com a recomendação para o produtor se profissionalizar, estudar e aprender a utilizar as ferramentas disponíveis no mercado para a proteção da sua safra. Temos notado que o produtor sabe muito bem cuidar da sua lavoura, produzir, colher, mas infelizmente ainda precisam aprender com urgência a utilizar e a operar o mercado tirando proveito/proteção das ferramentas de hedge existentes e das oportunidades que o “mercado” oferece.
Produtor: esteja preparado e aproveite as oportunidades para maximizar seu retorno e diminuir seu risco!
Acreditamos que os fundamentos seguem positivos para o médio / longo prazo.
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