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Agricultura destina R$ 210 mi para plano ABC, mas falta capacitação

por ESTADÃO CONTEÚDO:

Entre as principais técnicas defendidas pelos especialistas, está a integração lavoura-pecuária-floresta

Agricultura de Baixo Carbono é vista como alternativa para recuperar áreas degradadas e aumentar produção sem novos desmatamentos (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

O orçamento atual do Ministério da Agricultura para a adoção das políticas de agricultura de baixa emissão de carbono (ABC) soma hoje cerca de R$ 210 milhões, segundo o coordenador da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo da pasta, Arno Jerke Junior, referindo-se ao programa ABC, previsto no Plano Safra 2015/2016. Jerke participa nesta tarde da apresentação do projeto “Intensificação da pecuária brasileira: seus impactos no desmatamento evitado, na produção de carne e na redução de emissões de gases de efeito estufa”, no auditório da FGV.

O estudo avalia a aplicação das técnicas de agricultura de baixa emissão de carbono (ABC) para desenvolver a pecuária no País, com a recuperação de áreas degradadas e aumento da produtividade da terra, sem a necessidade de abertura de novas áreas. Entre as técnicas utilizadas na ABC estão por exemplo a integração lavoura-pecuária-floresta, onde a adubação destinada à lavoura serve na sequência para adubar o pasto na mesma área e assim sucessivamente.

A floresta, cujas mudas são instaladas desde o início, vem como renda adicional ao produtor alguns anos depois, no mesmo local. Ou seja, amplia-se o uso da mesma terra, mantendo-a sempre coberta com vegetação, recuperando áreas degradadas e sequestrando carbono, garantindo renda extra e evitando mais desmatamentos.

Quais sãos as prioridades do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC)?

Jerke afirmou que há atualmente no País dificuldades para a adoção de técnicas ligadas ao Plano ABC. “Ainda hoje faltam assistência técnica e capacitação para o desenvolvimento dessas tecnologias”, afirmou Jerke. Segundo o representante, desde a criação do plano, pelo ministério, a política foi instalada em 12 milhões de hectares. “A nossa perspectiva, junto a parceiros importantes, é de nos próximos quatro anos trabalhar com mais de 28 mil produtores”, disse.

De acordo com ele, na safra 2015/2016 houve 80% de adesão às linhas de crédito destinadas à ABC. “Estamos trabalhando para conseguir uma taxa de juros competitiva para a próxima safra e para continuar a passos largos com o programa”, afirmou.

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