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Agro deve crescer pelo menos mais cinco anos, avalia Imea

por Revista Globo Rural:

Segundo superintendente do instituto, demanda chinesa, melhoria da logística e movimentos financeiros devem estimular setor

A agropecuária brasileira deve registrar resultados positivos pelo menos nos próximos cinco anos. A avaliação foi feita pelo superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, no 6º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em São Paulo (SP). Latorraca disse, no entanto, que esse crescimento deve ter menos intensidade quando comparado com safras anteriores.

Nos últimos 10 anos, a produção de soja e de milho passou por grande expansão. A safra de soja, por exemplo, passou de 58 milhões de toneladas na safra 2006/2007 para 95 milhões de toneladas na temporada 2015/2016. Nesse mesmo período, Só em Mato Grosso, a produção cresceu 88%.

“O que levou a essa situação nos últimos anos foi um mercado internacional altamente demandante”, comentou o superintendente do Imea. Segundo ele, o crescimento do setor partiu de três pontos: demanda chinesa cada vez maior, política de etanol de milho dos EUA, que faz crescer as exportações do cereal, e quebras de safra que aconteceram nos principais países produtores.

Desses três fatores, Daniel Latorraca é mais otimista em relação à demanda chinesa. Ele acredita que, nos próximos cinco anos, ela mantém um crescimento – não como nos últimos 10 anos, mas ainda constante. Já a política de etanol de milho chega ao seu limite. “Infelizmente, ela está estabilizada para o futuro”, lamenta. E quebras de safra são difíceis de prever graças aos diversos fatores externos.

Outro fator que influenciou o crescimento da produção foi a chamada “financeirização” do mercado de soja e milho, a partir de 2008. “Fundos que antes operavam dólar ou barris de petróleo, começa a utilizar commodities como investimento”, explica Latorraca. Para ele, esse movimento do mercado financeiro deve continuar tendo impacto positivo no setor nos próximos anos.

Além disso, o superintendente do Imea frisou que o perfil do produtor está mudando e que a logística brasileira está passando por melhorias que facilitarão o transporte de produtos.

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