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Agronegócio mantém perspectiva positiva
por G1:
A orientação que os produtores rurais têm recebido da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) neste momento é que façam uma gestão cuidadosa dos custos de produção na safra 2015/2016, diante do aumento das taxas de juros cobradas nos financiamentos públicos. Único setor a mostrar um desempenho positivo nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano, o agronegócio tem sido decisivo também para atenuar o crescimento das taxas de desemprego no país. O desafio para este ano é manter um crescimento de 3% em relação ao ano passado.
A preocupação com as taxas de juros é justificada pelo aumento de mais de dois pontos percentuais em relação ao patamar próximo de 6,5% que prevaleceu na safra anterior. Esses custos são válidos para o crédito concedido com recursos subsidiados pelo governo, e neste ano agrícola ficaram limitados ao teto de 8,75%. Para os empréstimos com os chamados recursos livres, as taxas de juros superam esse limite e se equiparam ao nível praticado no mercado. Uma das saídas recomendadas pela entidade é a compra de insumos combinada com a venda futura, para que os produtores não tenham de arcar com o desembolso efetivo de recursos.
Mesmo com essas restrições, o coordenador econômico da CNA, Renato Conchon, atesta que “a atividade está aquecida e funcionando”. Em conversa com o blog, ele defende a viabilidade da estimativa positiva adotada para este ano, quando a economia brasileira deve cair cerca de 1,5% em relação a 2014, segundo as projeções do boletim Focus divulgadas hoje. O momento favorável da agropecuária destoa do cenário desanimador que se encontra na indústria e na área de serviços. Nos primeiros três meses deste ano, enquanto o PIB total do país teve uma queda de 0,2%, a agricultura e pecuária cresceram 4,7%, em comparação ao trimestre anterior.
A importância econômica e política do setor ficou evidenciada na etapa de discussão do plano válido para a safra 2015/2016. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, conseguiu assegurar R$ 187,7 bilhões para financiar o segmento graças ao apoio da presidente Dilma Rousseff. Nas reuniões em que o assunto foi discutido no Palácio do Planalto, a presidente chegou a contestar a posição restritiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o argumento de que não colocaria em risco a única área que apresenta desempenho positivo neste período do seu governo.
Exportações
As explicações para o comportamento do agronegócio podem ser encontradas em seu perfil fortemente voltado para o mercado internacional, o que faz com que o Brasil ocupe a primeira ou segunda posição no ranking dos maiores exportadores mundiais nas principais commodities agropecuárias. É o que explica também a preocupação acentuada da CNA com a evolução do dólar no início do próximo ano, quando os produtores estarão cuidando da venda de sua produção.
Como os insumos da atual safra foram adquiridos com base numa cotação do dólar ao redor de R$ 3,10, a rentabilidade do setor pode diminuir drasticamente, se a venda da produção ao exterior ocorrer com uma cotação menor. O cenário da safra anterior foi bastante favorável aos produtores, justamente pelo comportamento do câmbio. Na fase de plantio e aquisição de insumos, como sementes e fertilizantes, o dólar estava cotado a cerca de R$ 2,60. Na etapa da comercialização, a cotação havia subido para R$ 3,20, o que proporcionou ganhos expressivos aos exportadores brasileiros.
As projeções de crescimento de 3% para este ano levam em conta não só a atividade “dentro da porteira”, a expressão utilizada pelos especialistas para as dinâmicas específicas da agricultura e pecuária. Também aquelas atividades que têm algum tipo de vínculo com o setor, antes e depois da porteira, são contabilizadas na metodologia adotada pela CNA para mensurar o produto do agronegócio. Cerca de dez segmentos industriais estão contabilizados em suas estimativas.
Do ponto de vista de geração de emprego, a expectativa de Renato Conchon é que seja possível manter um saldo positivo neste ano. Os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), relativos ao mês de maio, registraram um aumento de 28.362 postos de trabalho na agricultura, o que foi creditado pelo Ministério do Trabalho a efeitos sazonais.
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de ocupação no setor agropecuário nos três meses terminados em maio ficou praticamente estável em relação aos três trimestres móveis anteriores. Na comparação com o mesmo período do ano passado, no entanto, ocorreu uma redução de 223 mil pessoas no número de pessoas empregadas, de acordo com os dados divulgados na semana passada.
Ciclos
O coordenador econômico da CNA justifica que o segundo quadrimestre do ano sempre apresenta um decréscimo em relação aos primeiros quatro meses em função da sazonalidade característica do setor. Na região Centro-Oeste, principal área de produção de grãos, o clima seco deste período do ano traz o esvaziamento da atividade, que volta a se aquecer na fase de plantio, normalmente iniciada em setembro. Em outras regiões, há ciclos distintos, como é o caso das culturas cítricas, que se intensificam no período de inverno.
A exuberância que a atividade agropecuária ainda consegue manter em um país fortemente afetado pela desaceleração econômica não está imune a riscos. O mais decisivo é o comportamento do dólar, conforme mencionou Renato Conchon, e dos principais mercados consumidores dos produtos brasileiros de exportação.
As oscilações do câmbio são afetadas por fatores conjunturais, desde os desvios no ajuste fiscal executado pelo governo brasileiro até a crise que envolve a Grécia. Mas perspectiva de que a China, principal destino das exportações do país, possa viver um processo de desaceleração mais agudo e prolongado certamente está no centro das incertezas que preocupam os especialistas do setor.
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