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Após altas e baixas, NY fecha semana com queda de pouco mais de 1% e acima de US$ 1,40/lb

por Notícias Agrícolas:

Em sessões de ampla volatilidade, com o predomínio de atividades técnicas e repercutindo o câmbio, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana com queda de pouco mais de 1%, saindo de 143,30 cents/lb na semana passada para 141,35 cents/lb nesta sexta-feira (10). Outras commodities também caíram na semana, principalmente, devido ao fortalecimento do dólar.

Nesta sexta, o contrato março/17 encerrou o dia cotado a 139,65 cents/lb com 90 pontos de alta, o maio/17, referência de mercado, anotou 141,35 cents/lb com valorização de 90 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia a 143,70 cents/lb também com avanço de 90 pontos e o setembro/17, mais distante, subiu 95 pontos, a 146,00 cents/lb.

“O dia foi caracterizado por algumas compras especulativas, sem nenhum direcionamento mais concreto sendo verificado”, disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

O mercado do arábica na ICE seguiu durante toda a semana sem muitas novidades fundamentais, oscilando principalmente de olho no câmbio e indicadores técnicos, mas os operadores estiveram de olho no clima no Brasil, maior produtor da commodity no mundo, e em informações sobre a produção na Colômbia. De acordo com Machado, o mercado trabalho ao longe da semana “dentro de um intervalo bastante limitado não tendo forças para mudar os patamares de 140,00 cents/lb e 145,00 cents/lb”.

Novamente, o dólar teve impacto importante para o mercado durante toda a semana, pois impacta diretamente as exportações da commodity. Diante da divulgação dos dados de trabalho nos Estados Unidos, que corroboraram as apostas de aumento de juros pelo Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, o dólar comercial caiu 1,60% nesta sexta, cotado a R$ 3,1435 na venda. Na semana, a divisa acumulou valorização de 0,91%.

“(Os dados de emprego) são uma combinação que autorizam o Fed a subir os juros na semana que vem. No entanto, essa previsão já está largamente precificada”, disse à agência de notícias Reuters o analista da gestora CIBC Capital Markets Andrew Grantham.

O mercado também subiu em alguns dias da semana seguindo indicadores técnicos depois de quase perder o patamar de US$ 1,40/lb. Do lado baixista, pesou sobre os preços informações sobre a produção da Colômbia. No ano passado, a produção de café do país sul-americano atingiu máxima de 23 anos no ano passado, disse o chefe da federação de cafeicultores à Reuters sem falar números.

De acordo com a Climatempo, as condições climáticas seguirão favoráveis aos cafezais brasileiros nos próximos dias. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apurou que os produtores de arábica seguem realizando os tratos culturais e mantém expectativa de boa produtividade e qualidade na colheita que se aproxima, a qual será menor devido à bienalidade negativa da variedade. As informações são do CNC (Conselho Nacional do Café).

Ainda assim, o MDA Information Systems disse que “a seca ainda é uma preocupação generalizada em todo o cinturão do café”.

Exportações do Brasil

As exportações de café do Brasil em fevereiro totalizaram 2,48 milhões de sacas, um decréscimo de 15,5% em comparação com o mesmo período de 2016. A receita cambial foi de US$ 438,9 milhões e o preço médio por saca US$ 176,74, aumentos de 1% e de 19,6% em comparação com fevereiro do ano anterior, respectivamente. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

O site internacional Agrimoney destacou nesta sexta que em fevereiro o Brasil quase perdeu o título de maior exportador para o Vietnã, maior produtor da variedade, que exportou 146.402 toneladas (2,44 milhões de sacas) de café no mês passado, segundo dados de exportação.

Leilões da Conab

Foram arrematadas todas as 150 mil sacas de café arábica ofertadas no leilão público da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizado na quinta-feira (9) (aviso nº 048/2017). Os preços iniciais estabelecidos pela Companhia, dependendo do lote, foram de R$ 427,80 e R$ 445,50 a saca, sem ICMS incluso. Com a venda de toda a oferta de café, o governo arrecadou R$ 64,99 milhões.

Mercado interno

Os negócios nas praças de comercialização do Brasil seguiram lentos durante toda a semana com os preços caindo de olho nas baixas externas, mas também com certo suporte do dólar em alguns dias. “O setor produtivo do café continua arredio a conversas mercadológicas na espera de uma reviravolta nos preços”, disse durante a semana em seu boletim diário Dia a Dia no Campo o analista Marcus Magalhães.

No fechamento semanal, o fechamento foi misto nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com alta de 2,91% (+R$ 15,00), encerrando a R$ 530,00 a saca. Espírito Santo do Pinhal (SP) teve o maior valor de negociação dentre as praças no período com saca a R$ 540,00, mesma cotação da sexta-feira passada.

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), com desvalorização de 1,02% (+R$ 11,00) e saca a R$ 530,00. A cidade segue com o maior valor de negociação na semana.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana no Oeste da Bahia com queda de 2,43% (-R$ 12,50) e R$ 502,50 a saca. A praça com maior valor no período foi Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca e alta de 2,00% (+R$ 10,00)

Na quinta-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 491,02 com queda de 0,35%.

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