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Após atingir US$ 1,30/lb, Bolsa de Nova York fecha semana praticamente estável; Negócios seguem limitados no Brasil

por Notícias Agrícolas:

Apesar da queda nas últimas duas sessões, os preços futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana praticamente estáveis, com baixa de 0,16% no vencimento maio/16, saindo de 122,95 cents/lb na sexta-feira passada para 127,75 cents/lb na sessão de sexta-feira (22). O mercado subiu na primeira metade da semana repercutindo a desvalorização do dólar, indicadores técnicos e a alta do petróleo.

“O mercado do café não apresentou novidades esta semana. As cotações em Nova York oscilaram bastante com os últimos dias de rolagem para julho dos contratos com vencimento em maio próximo na ICE Futures US”, explica o Escritório Carvalhaes em seu boletim semanal.

Os desdobramentos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no último domingo movimentou o câmbio nos últimos dias. No ano, a queda já atinge mais de 9%. No entanto, diante das atuações do Banco Central, a moeda estrangeira fechou a semana com alta de 1,31%. O dólar comercial fechou a sessão desta sexta-feira a R$ 3,5703 na venda com avanço de 1%. Ainda assim, segundo analistas, esse patamar é bem mais baixo do que o registrado nas últimas semanas. A moeda estrangeira menos valorizada em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity pelo Brasil.

Até o dia 17 (11 dias úteis), as exportações brasileiras de café em grão totalizaram 1,254 milhão de sacas de 60 kg com receita de US$ 181,8 milhões e preço médio de US$ 144,90 por saca. Em março, os embarques registraram 2,775 milhões de sacas e em abril de 2015 foram exportadas 2,815 milhões de sacas de café. As informações são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

A valorização nos preços do petróleo nos últimos dias também contribuiu, mesmo que em menor intensidade, para a valorização nas cotações do arábica na ICE no início da semana. Nesta sexta-feira, o ativo atingiu altas de cinco meses, chegando a US$ 43 o barril, apesar dos dados da quarta-feira terem mostrado que as reservas norte-americanas subiram na semana passada.

Após fechar em alta nos três primeiros dias desta semana, as cotações futuras do arábica tiveram forte queda no dia 21 e no dia 22 recuaram levemente ainda em processo de realização de lucros, repercutindo o avanço do dólar em relação ao real e em processo de ajustes, após o mercado atingir o patamar de US$ 1,30 por libra-peso.

Os lotes com entrega para maio/16 encerraram a sessão de sexta-feira cotados a 122,75 cents/lb com queda de 80 pontos, o julho/16 registrou 123,35 cents/lb com baixa de 75 pontos. O contrato setembro/16 teve 125,05 cents/lb com 80 pontos negativos e o dezembro/16 anotou 127,30 cents/lb com 85 pontos de baixa.

Além disso, a decisão do (BCE) Banco Central Europeu na quinta-feira de manter inalterada sua taxa de juros em mínima histórica também impactou as commodities. “As novas declarações do BCE, defendendo seu programa de estímulo, causou uma série de baixas nos mercados das commodities”, afirma o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

As informações das principais origens produtores continuam exercendo pouco impacto sobre o mercado do café arábica. De acordo com Jack Scoville, o clima continua seco na principal região produtora da variedade robusta do Brasil, o Espírito Santo. Também há registro de altas temperaturas no Vietnã e grande parte do México e América Central. A Colômbia, importante país produtor de café arábica, tem registrado mais chuvas. No entanto, elas ainda são insuficientes. Já as áreas produtoras da África parecem apresentar boas condições de produção.

Mercado interno

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), as negociações no mercado físico permanecem limitadas nas praças de comercialização do Brasil mesmo a valorização nos preços do café arábica no terminal externo. O feriado de Tiradentes na sexta-feira acabou contribuindo para que o mercado ficasse ainda mais parado. Os envolvidos só devem voltar ativamente aos balcões na próxima semana.

“A crise política e econômica brasileira, que traz muita instabilidade a nossa moeda frente ao dólar, também contribui para o enfraquecimento das cotações no mercado brasileiro de café”, explica o Escritório Carvalhaes.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta sexta-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1521,00 por tonelada com queda de US$ 13, o julho/16 teve US$ 1552,00 por tonelada e recuo de US$ 15, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1573,00 por tonelada e desvalorização de US$ 14.

Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,31 com baixa de 0,12%.

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