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Após curtas oscilações no dia, Bolsa de NY fecha sessão com alta de mais de 100 pts com suporte do câmbio

por Notícias Agrícolas:

Após trabalharem próximas da estabilidade durante todo o dia, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (19) com alta próxima de 150 pontos nos principais vencimentos. O mercado avançou com suporte do câmbio, acompanhando indicadores técnicos e informações sobre o clima no Brasil. No entanto, segundo agências internacionais, os preços externos do grão parecem não ter forças suficientes para ir além do patamar de US$ 1,55 por libra-peso.

O vencimento março/17, referência para os negócios no mercado ainda segue no patamar de US$ 1,50/lb e registrou na sessão de hoje 150,75 cents/lb com 155 pontos de alta, o maio/17 anotou 153,15 cents/lb com 160 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 155,45 cents/lb com 155 pontos de avanço e o setembro/17, mais distante, também avançou 155 pontos, cotado a 157,65 cents/lb.

“As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, voltando a trabalhar acima do nível psicológico dos 150,00 cents/lb”, disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. Segundo informações de agências internacionais, as cotações externas do café estão oscilando nos últimos dias muito mais baseadas em indicadores técnicos e no câmbio, apesar dos fundamentos também serem positivos.

O dólar comercial fechou a sessão desta quinta-feira com queda de 0,58%, vendido a R$ 3,2002, repercutindo a atuação pesado do Banco Central no mercado cambial e por entrada de recursos. A moeda estrangeira mais baixa que o real tende a desencorajar as exportações da commodity e fazer com que os preços externos do grão avancem. O Brasil é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.

Também dá suporte ao mercado, em menor intensidade, as informações climáticas no cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. O clima deu sinais de melhora nos últimos dias em áreas de Minas Gerais e São Paulo. Mas, segundo mapas climáticos, deve continuar seco e quente na Zona da Mata, Vale do Rio Doce, Espírito Santo e Bahia no decorrer da semana. Uma queda na produtividade do país neste momento pode trazer um expressivo desequilíbrio entre oferta e demanda.

“A seca continua sendo uma ampla preocupação ao redor de grande parte do cinturão cafeeiro”, disse o serviço de meteorologia MDA Information Systems em reportagem da agência de notícias Reuters no fim da semana passada.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a safra desse ano do Brasil fique entre 43,65 e 47,51 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, somadas as espécies arábica e conilon. Os números são do primeiro levantamento da safra atual e representam uma redução entre 15 e 7,5%, quando comparado com a produção de 51,37 milhões de sacas do ciclo anterior.

A Colômbia estimou à Reuters nesta quinta que prevê produção de café em 2017 deverá somar 14,5 milhões de sacas de 60 kg, maior volume em mais de duas décadas. Em 2016, o país teve colheita de 14,2 milhões de sacas.

Mercado interno

Com a alta no terminal externo, os preços do café arábica também subiram nas praças de comercialização do Brasil e já estão acima de R$ 500,00 a saca em algumas localidades. Segundo analistas, o produtor brasileiro conseguiu vender sua produção com valores interessantes em 2016 e agora espera por melhores patamares. “Estamos em um momento em que o cafeicultor só volta ao mercado nos momentos de alta ou quando precisa fazer caixa”, afirmou o analista de café do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), Renato Garcia Ribeiro.

O Governo brasileiro informou hoje que aprovou a venda de até 720 mil sacas de 60 kg de seus estoques públicos. Os leilões serão realizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Guaxupé (MG) (-0,17%) e Poços de Caldas (MG) (+1,78%) com R$ 571,00 a saca. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG).

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 579,00 a saca e queda de 1,36%. A maior variação no dia dentre as praças aconteceu em Varginha (MG) com queda de 3,05% e saca a R$ 540,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP)  com saca a R$ 540,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Patrocínio (MG) que teve alta de 1,94% e saca a R$ 525,00.

Na quarta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 519,45 com alta de 0,05%.

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