NOTÍCIAS

Após geada, IEA corta estimativa de produção de café em São Paulo

por Marcela Caetano | Valor:

A safra paulista de café deverá alcançar 4,5 milhões de sacas de 60 quilos, recuo de 6,25% ante a provisão anterior, de 4,8 milhões de sacas, segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria da Agricultura de São Paulo.

Considerando a produção apontada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu último relatório para a safra so Estado em 2018/19, de 6,3 milhões de sacas, o recuo é de 28,5% ante ao ciclo anterior.

O Estado tem 200 mil hectares em produção e é o terceiro maior do país, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo. “Esse levantamento foi feito em junho, quando já era possível identificar que haveria uma queda na produção. Desde então, esse cenário só se intensificou”, afirmou o pesquisador do IEA, Celso Vegro.

“O próximo levantamento deve trazer uma queda ainda maior, para 4,3 milhões ou 4,2 milhões de sacas”, projeta. No seu último para a safra de café, em maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que o estado produziria 4,64 milhões de sacas, queda de 26,3%.

O recuo é resultado de um menor peso e volume dos grãos. Nos primeiros dias de julho uma frente fria causou geadas em regiões produtoras do Paraná, Minas Gerais e em São Paulo.

“Minha impressão é que as plantas ficaram muito machucadas com a geada e a onda de frio, que são fatores de inibem a produção”, observou. Ele avaliou que, como desde 2001 não ocorriam geadas, mais produtores foram avançando a produção para áreas de baixada, onde os riscos de prejuízos causados pelo clima são maiores.

Segundo Vegro, também havia uma expectativa muito grande de que quando chegasse o período de varrição — que é a coleta dos grãos que caíram do pé — haveria uma oferta maior do grão para ser “levantado”. “A queda de grãos do pé foi menor que se esperava”.

Esse grão que cai do pé perde a qualidade, o que diminui a oferta de bebidas fina. Normalmente, o produtor colhe 40% de grãos para bebida fina e o restante de café commodity. Mas, agora, a expectativa é de que a oferta do grão de maior qualidade tenha caído para 20%”, estimou Vegro.

Com isso, os preços do produto de maior qualidade devem subir ao contrário dos grãos commodity, que serão pressionados – ainda mais – por uma maior oferta.

Notícias Relacionadas