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Após semana tranquila, Bolsa de NY desaba 300 pts nesta 6ª feira com informações otimistas para safra 16/17

por Notícias Agrícolas:

Após fechar praticamente estável durante toda semana, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, recuaram forte nesta sexta-feira (13) pressionados por informações otimistas para a próxima safra do Brasil, além do câmbio, clima e rolagens de posição do dezembro/15 para o março/16. Com essa baixa, o vencimento para dezembro ficou em US$ 1,12 por libra-peso.

No físico, o ritmo de negócios segue bem lento com os produtores distantes das praças de comercialização no Brasil. Da sexta-feira passada para esta praticamente todas as cidades registraram queda nos preços.

Os lotes de café arábica em Nova York com vencimento para dezembro/15 encerraram o dia cotados a 112,25 cents com baixa de 305 pontos, o março/16 anotou 115,80 cents/lb com recuo de 295 pontos. O contrato maio/16 registrou 118,15 cents/lb e desvalorização de 280 pontos, enquanto o julho/16, mais distante, fechou o dia cotado a 120,20 cents/lb com 290 pontos negativos.

Para o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a divulgação de que a safra brasileira pode atingir de 60 a 62 milhões de sacas de café pegou o mercado de surpresa. “Diante disso, numa visão técnica, os níveis de fechamento não são nada confortáveis”, diz.

Segundo a Climatempo, para a próxima semana não há previsão de volumes significativos de chuvas sobre as regiões cafeeiras do Sudeste do Brasil. No entanto, entre 17 e 21 de novembro, os mapas meteorológicos indicam precipitações de até 30 milímetros sobre as principais origens nacionais.

De acordo com dados do Cepea, reportados pelo CNC (Conselho Nacional do Café), as chuvas ocorridas entre o final de outubro e início de novembro proporcionaram novas floradas em todas as praças de café arábica. Porém, as altas temperaturas e o baixo volume de precipitações, até meados de outubro, prejudicaram o ‘pegamento’ das primeiras floradas (veja a situação por região na tabela abaixo).

 

Fonte: CNC

O dólar que sempre acaba influenciando nas commodities, pois interfere nas exportações, encerrou esta sexta-feira cotado a R$ 3,8331 na venda comercial com avanço de 1,75% em meio a incertezas no rumo político e econômico do Brasil. A moeda estrangeira mais valorizada ante o real dá maior competitividade às exportações.

Com a proximidade da notificação de entrega do dezembro/15, a partir do dia 19, os participantes no mercado também rolam suas posições em aberto para o vencimento março/16, o que favorece a baixa. Na sessão de hoje, o contrato tinha em aberto 34.999 lotes e ontem 46.817, enquanto o março/16 registrou 95.724, enquanto na quinta tinha 84.751, com um total de 198.151 contratos em aberto.

Já para o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, outro fator que também acaba pressionando os preços são os bons volumes exportações pelo Brasil. Com isso, o comprador tem tranquilidade para fazer seus negócios.

Estimativa de safra 16/17 da Olam

De acordo com informações reportadas pela Reuters, a safra de café do Brasil em 2016/17 pode alcançar de 60 a 62 milhões de sacas. No entanto, apesar do número ser alto, o mercado global ainda estaria em déficit, pelo terceiro ano consecutivo. A estimativa é da trading cingapuriana Olam International, Vivek Verma.

Mercado interno

No mercado físico brasileiro os negócios continuam bem lentos. Durante os últimos dias os preços estavam firmes e as oscilações eram curtas, independente de dólar ou bolsa. No entanto, com a forte queda hoje em Nova York, praticamente todas as praças fecharam a semana com preços mais baixos. “A paradeira é grande já que o setor produtivo continua arredio a conversas mercadológicas, indicando claramente que o ano de 2015 já pode se dar como liquidado”, disse ontem Marcus Magalhães.

Hoje, o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 531,00 e queda de 1,85%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com baixa de 1,96% e R$ 500,00 a saca.

 

 

 

Da sexta-feira passada para esta, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Varginha (MG) com queda de R$ 30,00 (-5,66%), saindo de R$ 530,00 para R$ 500,00 a saca.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação na sexta-feira também em Guaxupé (MG) com R$ 531,00 a saca e recuo de 1,85%, a maior variação no dia dentre as praças.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana também foi registrada em Varginha (MG) que tinha saca cotada a R$ 500,00, mas caiu R$ 15,00 (-3,00%) e agora vale R$ 485,00.

Nesta sexta, o tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 490,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca (SP) com baixa de 2,08% e R$ 470,00 a saca.

 

 

 

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Guaxupé (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 488,00 na sexta passada, mas teve desvalorização de R$ 15,00 (-3,07%), e agora está em R$ R$ 473,00.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta sexta-feira seguindo Nova York. No entanto, os operadores seguem de olho nas origens produtoras que enfrentam forte seca.

O contrato novembro/15 encerrou a sessão cotado a US$ 1562,00 por tonelada com queda de US$ 13, o janeiro/16 teve US$ 1568,00 por tonelada e baixa de US$ 41 e o março/16 registrou US$ 1583,00 por tonelada com desvalorização de US$ 39.

Na quinta-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 375,54.

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