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BALANÇO SEMANAL — 03 a 07/02/2020

OIC trabalha para ampliar o consumo mundial de café

Organização realiza reunião para a atualização de um guia detalhado para promover o consumo da bebida

O Conselho Nacional do Café (CNC) acompanhou, nesta semana, a 19ª reunião entre sessões do Comitê de Promoção e Desenvolvimento de Mercados da Organização Internacional do Café (OIC). O objetivo foi avaliar a proposta de atualização do Guia Detalhado para Promoção do Consumo de Café.

A intensificação das ações da entidade visando a alavancar o consumo global é uma demanda que o CNC tem apresentado e defendido em todas as reuniões da OIC. Em diversas oportunidades, o presidente executivo do Conselho, Silas Brasileiro, expôs às delegações das nações exportadoras e importadoras que somente um esforço organizado para aumentar a demanda por café aproximará os produtores da sustentabilidade econômica.

“O crescimento do consumo de café, especialmente nas regiões produtoras, é fundamental para evitar os excedentes de oferta que aviltam os preços aos cafeicultores”, argumenta.

Corroborando o posicionamento do CNC, o Chefe de Operações da OIC, Gerardo Patacconi, relatou que, apesar do crescimento da participação dos países produtores no consumo global, o consumo per capita na maioria dessas nações permanece baixo, na faixa de 1 kg.

A exceção é o Brasil, que consome 6,3 kg/hab/ano, volume equivalente ao registrado em alguns países importadores, como Canadá, Alemanha e Itália. Ou seja, há um grande potencial para a expansão do consumo nas regiões produtoras.

Atualmente, há dois projetos em andamento, financiados com recursos do Fundo Especial da OIC, para aumento do consumo de café nos países exportadores.

Na América Central, a Promecafé trabalha a criação de uma rede regional de atores do setor; na capacitação de lideranças das instituições nacionais de café; e na revisão dos planos nacionais, para associar o consumo da bebida de alta qualidade a benefícios sociais, ambientais e à saúde.

Na África, sob a coordenação da Organização Interafricana do Café (OIAC), vem sendo fortalecida a comunicação dos impactos positivos do consumo do café à saúde.

Para somar com essas ações e ter mais alcance nos esforços à ampliação do consumo, especialmente nas regiões cafeeiras, a OIC propõe atualizar seu Guia Detalhado para Promoção do Consumo de Café.

“Os resultados esperados deste projeto são um kit de ferramentas e uma metodologia atuais, baseados nas melhores práticas globais e lições aprendidas a partir da aplicação do Guia, desde 2004”, explica Brasileiro.

O presidente do CNC completa que o material ficará disponível nos idiomas oficiais da OIC (inglês, francês, português e espanhol) e disponibilizado em uma plataforma on-line, de fácil acesso para hospedar o guia. “Além disso, serão realizados treinamentos regionais e workshops para a disseminação do seu conteúdo”, conclui.

Durante a reunião, o diretor da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando, que foi responsável pelo desenvolvimento e implantação do guia, em 2004, recomendou a atualização do material, incorporando as diferentes lições aprendidas nos países e as mudanças de padrões e comportamento, a exemplo da inclusão digital, comércio eletrônico, novas formas de preparo e consumo e alterações na demografia.

Um dos pontos levantados no encontro foi que o novo guia também deve considerar os diferentes fatores influenciadores do crescimento do consumo de café, a exemplo dos benefícios para saúde e bem estar, que foram muito importantes nas últimas décadas.

Já uma questão a ser avaliada é se a sustentabilidade pode ser um fator determinante para o aumento do consumo em países produtores e importadores.

A esse respeito, Brando sugeriu ao Comitê que o aumento do consumo de café seja associado à melhor remuneração de produtores, “que terão melhor qualidade de vida e condições de preservar o meio ambiente”. Nesse contexto, sugeriu o slogan “Beba mais uma xícara do café produzido localmente para se sentir melhor e tornar o seu país melhor”.

Como encaminhamento, o Comitê de Promoção e Desenvolvimento de Mercados endossou a proposta de atualização do Guia Detalhado para Promoção do Consumo de Café e solicitou à Secretaria da OIC que dê início aos trâmites para levantar fundos para a execução do projeto.

“Essa iniciativa ressalta que a Organização está comprometida, de forma pragmática, com a sustentabilidade econômica da cafeicultura mundial, buscando agir, de forma multilateral, para desenvolver continuamente o mercado de café”, finaliza o presidente do CNC.

 

Mercado precifica fundamentos e café recua na semana

Indicação de colheita satisfatória no Brasil, leve déficit na oferta mundial e cenário macroeconômico pressionaram

Os contratos futuros do café voltaram a recuar nesta semana, precificando informações a respeito de colheita satisfatória no Brasil, leve déficit na oferta global e também pressionados pelo cenário macroeconômico. Agora, o mercado aguarda novidades nos fundamentos, podendo ser guiado, nas próximas sessões, pelo dólar e pelo clima nas origens produtoras.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento mar/20 do contrato “C” declinou 450 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 0,9815 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento mar/20 do café robusta fechou a quinta-feira (6) a US$ 1.281 por tonelada, acumulando perdas de US$ 53.

O dólar comercial permaneceu estável em relação à semana passada. Até quarta-feira, a moeda caía leve, mas a sessão de ontem trouxe ganhos, principalmente frente a divisas de países emergentes, à medida que os investidores se ajustavam ao corte na taxa Selic, de 4,5% para 4,25% ao ano, e à declaração do Banco Central de que os juros da economia brasileira não serão mais reduzidos.

A notícia de que a China deverá suspender tarifas sobre produtos dos Estados Unidos também forneceu suporte ao dólar. No encerramento do pregão de ontem, a moeda foi cotada a R$ 4,2859, novo recorde nominal – desconsiderando a inflação – de fechamento. O anterior foi atingido exatamente na sexta passada, a R$ 4,2858.

Em relação ao clima, a Somar Meteorologia prevê, para esta sexta-feira, ocorrência de chuvas em toda a Região Sudeste do Brasil, especialmente em Minas Gerais e no leste do Estado de São Paulo. Para o Espírito Santo, há previsão de rápidas precipitações e com intensidade menor.

No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca quedas de 9,5% na cotação do arábica e 2,6% na do robusta ao longo de janeiro. Os baixos preços afastam os vendedores, o que mantém os negócios em ritmo lento.

Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 458,70/saca e a R$ 305,72/saca, acumulando perdas, respectivamente, de R$ 3,2% e 1,3% no agregado da semana.

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