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Balanço Semanal — 12 a 16/out

por Silas Brasileiro / Presidente Executivo do CNC:

— Atuação do CNC voltada para a produção deve gerar melhorias ao setor

VOLIAM TARGO — Na semana passada, como resultado das diversas ações institucionais realizadas pelo Conselho Nacional do Café para se ampliar a concorrência e ter, de fato, um produto registrado para o combate à broca, obtivemos um importante passo, haja vista que foi publicada, no Diário Oficial da União, a Resolução Anvisa Nº 2.830, na qual a Superintendência de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária tornou público o deferimento, entre outros, do processo de registro do Voliam Targo (avaliação toxicológica).

Em contato com o Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o CNC teve ciência que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também já deferiu o processo de registro do Voliam Targo (avaliação ambiental). Dessa forma, estabelecemos conversa com o secretário de Defesa Agropecuária, Décio Coutinho, solicitando que o Mapa dê prioridade para a finalização do processo de registro.

Recordamos, também, que o Voliam Targo é mais um dos produtos que o CNC elencou como prioritário em lista entregue ao Mapa e que seu registro será de grande valia ao setor produtor da cafeicultura brasileira no sentido de disponibilização do maior número de produtos possíveis aos produtores, o que gera concorrência entre as empresas e evita o encarecimento dos custos de produção.

Nessa mesma linha de atuação, lembramos que, em 28 de setembro, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa publicou o Ato nº 1, no qual o diretor do DFIA, Girabis Evangelista Ramos, definiu os produtos priorizados para atendimento às pragas de maior importância econômica no Brasil descritas na Portaria DSV nº 5 de 21 de agosto de 2015. Assim, o Metaflumizone, ingrediente ativo para o combate à broca do café e que o CNC havia elencado na lista entregue ao Mapa, está entre as prioridades estipuladas pelo Departamento.

Além disso, outro princípio recomendado por nós à Pasta, o Fluensulfone, voltado ao combate de nematóides — ainda que sem determinação para qual cultura —, também foi inserido como prioritário. Satisfeito com o andamento observado até o momento, o CNC reitera que permanecerá com trabalho ativo no sentido de obter a disponibilização do maior número de princípios ativos e produtos para o combate de pragas e doenças do cafeeiro no Brasil.

CDPD/CAFÉ — Na próxima quinta-feira, 22 de outubro, será realizada a 23ª Reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CDPD/Café, do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), oportunidade na qual o CNC levará à pauta a matéria relacionada ao registro do Voliam Targo. Após os deferimentos por parte da Anivsa e do Ibama, nossa ação é continuar os contatos no Mapa para dar agilidade ao registro.

O CNC, na condição de representante e defensor do setor produtor da cafeicultura brasileira, entende que o acompanhamento e os trâmites relacionados a esses processos são fundamentais ao cafeicultor brasileiro, uma vez que eles deverão render frutos no sentido de haver mais produtos efetivos para o combate das pragas e doenças do cafeeiro, o que criará um ambiente de disputa comercial entre as empresas e possibilitará que os produtores não paguem preços elevados por apenas uma mercadoria à disposição.

Também com foco em melhorias ao setor de produção, através dos investimentos em pesquisa e tecnologia, o Conselho Nacional do Café solicitará, conforme acordado na reunião do CDPD de 14 de julho, priorização da liberação dos recursos para os projetos de manutenção e conservação dos bancos de germoplasma do Brasil, sem os quais podemos vivenciar um cenário de erosão de nossos recursos genéticos, que são a base para o fortalecimento da competitividade da cafeicultura brasileira.

Essa demanda é fundamental no atual cenário mundial da cafeicultura, já que os países concorrentes vêm investindo na ampliação das bases genéticas para as pesquisas cafeeiras, objetivando ampliar o market share. Assim, o CNC considera que não é compreensível o Brasil, principal fornecedor mundial de café, caminhar na contramão e criar dificuldades burocráticas para preservar e ampliar a diversidade de seus recursos genéticos cafeeiros.

Também levaremos para debate no CDPD a disponibilização de informações mais detalhadas sobre os 92 projetos de pesquisa e seus respectivos planos de ação da Chamada 02/2013 da Embrapa Café, com o intuito de apurarmos: resultados esperados, recursos repassados e executados por cada instituição de pesquisa, status do andamento dos projetos de pesquisa e equipes envolvidas no desenvolvimento dos projetos, destacando os bolsistas financiados com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Entendemos que esse ponto é de extrema relevância no sentido de aprimorarmos, cada vez mais, a aplicação desses recursos objetivando melhorias para toda a cadeia produtiva.

Por fim, a reunião do CDPD ainda contará com a apresentação, por parte da Conab, e posteriores posicionamentos dos titulares do Comitê sobre o “Projeto de mapeamento e qualificação das informações e conhecimento do parque cafeeiro nos estados produtores”. O CNC entende como fundamental a clareza nas estatísticas do setor e vem incitando o fato em nível mundial, nas rodadas de reuniões da Organização Internacional do Café (OIC).

Como principal player do mercado cafeeiro, o Brasil precisa dar o exemplo, o que, além de estimular as demais nações a investirem em tecnologias como o georreferenciamento, possibilitará um cenário mais nítido sobre os dados da produção global, evitando, consequentemente, a maré de especulações que diversos agentes ocasionam, muitos com o intuito único de depreciar o produto para obter vantagens na compra.

CDPE/CAFÉ — Também na quinta-feira, será realizada a 23ª reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café – CDPE/Café do CDPC. Para debate, o CNC apresentará uma pauta focada nos seguintes itens descritos abaixo.

– Longevidade do Funcafé

Como não há alimentação do Fundo, e em função dos gastos com spread bancário e da liberação de recursos não reembolsáveis, a longevidade do Funcafé está comprometida para garantir políticas voltadas à renda dos produtores. Sugeriremos um encaminhamento efetivo deste tema no CDPE, com criação de grupo de trabalho com prazos para apresentação de resultados, para avaliar a longevidade do Fundo e a proposição de soluções para ampliá-la.

– Capilaridade do Funcafé

O CNC apoia uma maior participação do Bancoob na aplicação do Funcafé, através das Cooperativas de Crédito, sendo esta uma forma dos recursos chegarem aos pequenos e médios produtores com menos burocracia e exigências de contrapartida.

– RO e recursos de outras fontes

O CNC entende a necessidade de outras fontes de recursos além do Funcafé para financiar a cafeicultura, sendo este um desafio que deve estar presente em nossas ações, haja vista que os recursos do Fundo são suficientes para financiar somente 25% da safra.

– Planejamento Estratégico

Estipular objetivos da cadeia café de curto, médio e longo prazos, definindo visão de futuro a ser alcançada pelo menos nos próximos 10 anos. É importante definir que tamanho queremos ter e como alcançá-lo com renda para os produtores. Para tanto, é fundamental o monitoramento e a avaliação permanente das oportunidades e das ameaças à cafeicultura brasileira, assim como, se desejamos criar uma política pública para o setor, a primeira ação é levantar parque produtivo, área cultivada, idade do cafeeiro, capacidade produtiva, espaçamento, estoques de café, demandas e evolução do consumo interno e mundial, enfim, ter estatísticas confiáveis.

– Necessidade de prorrogação dos financiamentos de custeio

Conforme Ofício CNC Nº 82/09, enviado à Ministra Kátia Abreu em 17 de setembro, reforçamos a necessidade da prorrogação dos financiamentos de custeio do Funcafé, vincendos em 2015, devido à menor capacidade de pagamento dos cafeicultores, os quais vivenciam sensível redução de renda em função de duas frustrações de safra consecutivas e da elevação dos custos de produção com insumos, que são importados, devido à desvalorização do real frente ao dólar.

MERCADO — Os futuros do café acumularam valorização n semana, influenciados pelo dólar e pelo clima no Brasil. A moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,8005, com alta de apenas 1,2% em relação à última sexta-feira. O mercado cambial apresentou significativa volatilidade, principalmente devido ao cenário político doméstico. Porém, o desempenho aquém do esperado de alguns indicadores macroeconômicos dos Estados Unidos, que aumenta as apostas contrárias à alta dos seus juros ainda em 2015, ameniza a tendência de depreciação do real ante o dólar.

As condições climáticas no cinturão cafeicultor brasileiro também têm conferido suporte às cotações futuras do arábica. Segundo a Climatempo, um sistema de alta pressão atmosférica dificulta a formação de chuvas no interior da Região Sudeste. Entre 19 e 23 de outubro, a previsão de volumes acumulados para a maioria das áreas produtoras de café não ultrapassa os 30 mm.

Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,3370 por libra-peso, acumulando ganhos de 210 pontos ante o fechamento da outra semana. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta acompanhou a tendência de alta. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.667 por tonelada, com valorização de US$ 44 em relação ao final da semana anterior.

No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira dia 15, a R$ 500,81/saca e a R$ 363,47/saca, respectivamente, com altas de 2,4% e 1,1% em relação ao fechamento da semana anterior. Apesar da elevação dos preços, que para o café arábica atingiram o maior valor em cerca de um ano, os produtores seguem retraídos, aguardando melhor definição do cenário de oferta e demanda de mercado.

CNC

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