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BALANÇO SEMANAL CNC — 02 a 06/03

 

Trabalho coordenado pelo CNC preserva o Funcafé

Conselho realizou diversas ações junto à cadeia produtiva do café e ao Congresso Nacional para retirar Fundo da PEC 187

Reforçando a importância de sua representação institucional, o Conselho Nacional do Café (CNC) trabalhou intensamente, desde o fim de 2019, para a retirada do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) da PEC 187/2019 e evitar que ele fosse extinto através da Proposta de Emenda à Constituição que trata da desvinculação dos fundos públicos na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal.

O trabalho gerou resultado na quarta-feira, 4 de março, quando o relator da PEC 187, senador Otto Alencar, acatou a Emenda nº 21, de autoria do senador Jorginho Mello e elaborada pelo CNC, que retirou o Funcafé do conteúdo da Proposta. “Contamos com o apoio de nossas cooperativas e associações nesse pleito, além das demais entidades de classe. Todos foram fundamentais no contato com os senadores e contribuíram sobremaneira para que conseguíssemos retirar o Funcafé da PEC 187”, explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Ele agradece o empenho e a atenção dada pelos parlamentares que trataram da matéria na CCJ do Senado. “Temos uma gratidão especial pelos senadores Jorginho Mello, que apresentou a nossa Emenda nº 21 solicitando a retirada do Funcafé, assim como do senador Antonio Anastasia, que fez a defesa de nosso pleito na sessão da CCJ. Também merecem menção os senadores Fabiano Contarato e Eduardo Braga por seus posicionamentos na audiência”, comenta.

Segundo Brasileiro, a conquista obtida na CCJ permitirá que a cadeia produtiva tenha tranquilidade para realizar seu planejamento. “Para a safra 2020, teremos a reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café na quinta-feira (13/03), quando, entre outros assuntos, acertaremos a distribuição dos recursos do Funcafé para linhas de financiamento de Custeio, Comercialização, Aquisição de Café, Capital de Giro e Recuperação de Cafezais. Isso é vital para sinergia entre os segmentos e o equilíbrio entre as partes vendedora e compradora”, explica.

O presidente do CNC anota que a liberação de capital do Fundo permite que a cafeicultura brasileira siga na vanguarda mundial. “Com os recursos do Funcafé, realizamos investimentos em pesquisa e tecnologia que geram frutos como mais sustentabilidade, renda, qualidade, certificações e produtividade”, conclui.

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BALANÇO SEMANAL — 02 a 06/03/2020

Café: IICA e CNC firmam acordo de cooperação técnica

Entidades desenvolverão ações para o fortalecimento da sustentabilidade na cafeicultura brasileira


O diretor do MAPA, Silvio Farnese, o representante do IICA no Brasil encarregado, Christian Fischer, e o presidente do CNC, Silas Brasileiro, comemoram a assinatura do acordo. (Crédito: Divulgação CNC)

Brasília, 6 de março de 2020 – O Conselho Nacional do Café (CNC) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) assinaram, na quinta-feira (5/3), um acordo de cooperação técnica que pretende contribuir de forma eficaz para a competitividade e o desenvolvimento sustentável da cafeicultura, a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de vida nas regiões cafeeiras do Brasil.

As instituições desenvolverão ações com o objetivo de encontrar soluções para o fortalecimento da sustentabilidade da cafeicultura nacional, visando à proteção do meio ambiente e à valorização dos serviços ambientais prestados pelos produtores; apoiar a adoção de tecnologias que visem ao uso mais eficiente de insumos e recursos naturais para proteção do meio ambiente e da saúde de trabalhadores e produtores; e contribuir para o processo de atualização tecnológica para reduzir custos de produção, aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida dos agricultores e do café.

Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a cafeicultura nacional é a mais sustentável do mundo, mas ainda carece de melhorias econômicas a seus produtores. “A sustentabilidade é pauta em praticamente todos os segmentos produtivos e, no café, não é diferente. Porém, o lado econômico do tripé nem sempre é honrado diante dos investimentos que fazemos nas áreas ambiental e social”, analisa. “Nosso acordo vem exatamente para mostrarmos ao mundo a imagem dessa nossa sustentabilidade e, consequentemente, melhorarmos as condições dos produtores no campo”, completa.

O representante do IICA no Brasil encarregado, Christian Fischer, afirma que o acordo assinado tem um enfoque no café sustentável, inicialmente, via o programa “Produtor de Águas”, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), que promove a articulação e a intervenção em áreas agrícolas de bacias hidrográficas de interesse. O IICA já apoia este programa por meio do acordo de cooperação técnica internacional que tem com a agência.

“As principais linhas de atuação do acordo serão a competitividade sustentável da cafeicultura, gerar riqueza e desenvolvimento na região tanto para produtor rural como para a sociedade local. Haverá o enfoque no cooperativismo como vetor do desenvolvimento social por meio da cooperação nacional e internacional, intercâmbios e visitas técnicas, além da oferta, por parte do IICA, de soluções que contemplam boas práticas agrícolas e rastreabilidade”, destaca Fischer.

Para o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Silvio Farnese, que participou da cerimônia de assinatura do acordo, esta parceria oficializada contará com o apoio do governo federal.

“Nós temos uma tradição de trabalho com o IICA já de muito tempo, que nos mostra a eficiência do instituto no apoio ao desenvolvimento do agronegócio. O IICA tem uma expertise muito grande nisso e pode ajudar com um resultado muito saudável para a cadeia do café, que tem uma penetração muito grande no mundo. Somos o maior país exportador de café, além de ser o maior produtor, e isso nos traz uma responsabilidade muito grande em defender e manter essa questão da sustentabilidade como um padrão do café brasileiro”, conclui Farnese.

Sobre o IICA
É um organismo internacional especializado em agricultura, ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), cuja missão é estimular, promover e apoiar os esforços de seus 34 Estados Membros em todas as Américas, para alcançar o desenvolvimento agrícola e o bem-estar rural por meio da cooperação técnica internacional de excelência. Com sede na Costa Rica, o instituto foi fundado em 1942 e, em 1964, iniciou suas atividades no Brasil.

Sobre o CNC
Fundado em 1981, o Conselho é o principal fórum privado de discussão da política cafeeira no Brasil, congregando as maiores cooperativas e associações de cafeicultores de diversas origens produtoras, com propósito de trabalhar por uma cafeicultura competitiva, sustentável e integrada. Representa oficialmente o setor da produção de café junto aos órgãos governamentais, Congresso Nacional, demais segmentos da cadeia produtiva, organismos internacionais e à sociedade, propondo e participando ativamente da gestão da política dos interesses dos cafeicultores e de suas cooperativas.

 

Apesar da volatilidade, café fecha estável na semana

Ruptura de resistência e ordem compradora equilibraram perdas causadas por realização de lucros e força do dólar

Apesar da intensa realização de lucros ocorrida na quarta-feira e ontem, os futuros do café permaneceram estáveis no acumulado da semana nas bolsas internacionais. O equilíbrio veio do fato de o mercado ter rompido resistências na segunda e na terça-feira, o que desencadeou ordem compradora e elevou os preços, na ICE US, por exemplo, acima de US$ 1,2 por libra-peso.

Nas duas últimas sessões, porém, o mercado realizou lucros e devolveu todos os ganhos dos dois primeiros pregões de março e encerrou exatamente no mesmo patamar de 28 de fevereiro. Os negócios foram movimentados por especuladores, que devem continuar a pressionar as cotações devido à aproximação da colheita no Brasil.

Além da proximidade da colheita no maior produtor mundial de café, o dólar comercial foi outro fator de pressão. A moeda norte-americana vem em constante escalada, de 12 sessões consecutivas, apesar das intervenções do Banco Central do Brasil, e atingiu novo recorde nominal a R$ 4,6534 na máxima de ontem.

Segundo analistas, a desvalorização do real é motivada pela força do dólar frente a divisas emergentes, expectativas de corte na Selic em função dos impactos econômicos do coronavírus diante de revisões para menos de 2% do PIB do Brasil e perda de confiança do investidor em meio ao cenário de incertezas na política nacional e à lentidão na evolução das reformas. No fechamento de ontem, a divisa foi cotada a R$ 4,651, acumulando ganhos de 3,8% na semana.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/2020 do contrato “C” fechou a sessão de quinta-feira (5/3) a US$ 1,1135 por libra-peso, exatamente o mesmo nível registrado na sexta-feira da semana passada. Na ICE Europe, o vencimento maio/2020 do café robusta encerrou a US$ 1.274 por tonelada, recuando US$ 9.

Em relação ao clima, vêm sendo observadas boas chuvas na maior parte do cinturão produtor do Brasil, o que contribui para o enchimento dos grãos, principalmente de arábica, segundo análise realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Por outro lado, a instituição aponta que alguns agentes relatam queda de frutos e dificuldade para aplicação dos tratos fitossanitários em função do clima mais úmido.

No mercado físico, ainda que negócios tenham ocorrido nos picos de alta, o Cepea informou que a maior parte dos vendedores se mantém retraída devido à menor disponibilidade de café e ao fato de os produtores aguardarem mais valorizações para vender. Os indicadores calculados pela entidade para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 537,74/sc e R$ 312,19/sc, com variações de 2,9% e -0,2%, respectivamente.

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