BALANÇO SEMANAL CNC — 06 a 10/04
CNC celebra medidas para agilizar liberações do Funcafé
Mapa atende pleito do Conselho e implanta ações que liberarão recursos do Fundo de forma mais rápida na safra 2020
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, na quarta-feira, 8 de abril, a Portaria nº 13, que define os critérios para a distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) entre os agentes financeiros, conforme determinação da 72ª reunião do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC).
Para o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, essa medida está em linha com a determinação de se dar maior visibilidade às regras adotadas para a definição do repasse dos recursos. “Os critérios valorizam os agentes financeiros que atendam ao maior número de beneficiários e aplicam o maior percentual dos recursos contratados”, revela.
Segundo ele, além de conferir maior publicidade ao processo de distribuição do orçamento do Funcafé, a portaria resulta do trabalho do CNC e reforça os trabalhos do CDPC e a gestão do Mapa. “Nossos esforços, somados às determinações do Conselho Deliberativo e ao trabalho do Ministério da Agricultura, permitirão que os recursos do Fundo cheguem, de maneira transparente e efetiva, aos cafeicultores e suas cooperativas”, completa.
Brasileiro anota, ainda, que a medida se alia à chamada pública aberta pelo Mapa na última sexta-feira, 3 de abril, convocando os agentes financeiros que desejam operar os recursos do Funcafé na safra 2020. “Essa antecipação foi proposta pelo CNC devido ao cenário de pandemia do novo coronavírus e aos momentos de baixos preços e altos custos vividos nos últimos anos. O Ministério foi sensível a nosso pleito e abriu a chamada para que os agentes interessados se manifestem até 22 de abril”, explica.
O presidente do CNC completa que essa medida favorecerá a chegada dos recursos a produtores e cooperativas de forma mais rápida do que em anos anteriores. “Com a antecipação da chamada para os agentes até 22 de abril, acreditamos que os recursos já estejam liberados no final de maio e, com isso, o produtor terá capital para custear sua safra sem dificuldades e sem ter que vender a preços aviltados, pois será possível evitar um excesso de oferta na entrada da safra”, argumenta.
Para 2020, o Funcafé conta com um orçamento recorde de R$ 5,71 bilhões. “Vale destacar que esses recursos estão bem distribuídos e com boa concentração na linha de Estocagem, que conta com R$ 2,3 bilhões. Isso permitirá que o que colhemos em três meses seja colocado no mercado ao longo de 12 meses, o que é muito importante, reitero, para evitar excesso de oferta com o pico da colheita e a consequente pressão sobre as cotações”, reforça.
Café tem pouca oscilação em semana mais curta
Analistas apontam que o mercado vem rolando posições para fora do primeiro vencimento e aguarda colheita no Brasil
Os contratos futuros do café, nesta semana mais curta em função do feriado de amanhã (Sexta-Feira da Paixão), andaram de lado e pouco oscilaram nos mercados internacionais. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/20 subiu 45 pontos, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,1980 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento maio/20 do café robusta fechou a US$ 1.200 por tonelada, recuando US$ 9.
Segundo analistas, o mercado vem rolando posições para fora do contrato maio/20 em NY, à medida que espera pelo avanço dos trabalhos de colheita no Brasil, onde o clima segue favorável. A Somar Meteorologia informa que uma massa de ar seco ganha mais força, amanhã, sobre parte do Sudeste do Brasil e o sol retorna no sul de Minas Gerais. Ocorrerão chuvas nas faixas norte mineira e do Espírito Santo, únicas localidades da Região onde o sol ainda não aparecerá no dia.
Apesar do atual clima favorável, é necessário, no futuro próximo, que o tempo permaneça seco, especialmente em maio e junho, quando se intensifica a colheita, para que a qualidade dos cafés da safra 2020 não seja prejudicada. Com a aproximação do inverno, outro fator climático a ser monitorado é o ingresso de massa de ar polar pela Região Sul, o que elevaria o risco de geadas nos cafezais.
O dólar comercial registrou três quedas consecutivas nesta semana e tocou em seu menor patamar desde 27 de março, a R$ 5,10. Corretores apontam que o movimento ocorreu em função do maior apetite por ativos de risco por parte de investidores. Ontem, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,1432, com desvalorização semanal de R$ 3,4%.
No mercado físico, as cotações seguiram com certa firmeza, refletindo a demanda aquecida e as preocupações com a oferta, segundo comunica o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
“Mesmo com o fechamento de cafeterias e restaurantes, a demanda por café segue firme na maior parte dos países consumidores (inclusive no Brasil), devido à estocagem de produtos e ao fato de que as pessoas passaram a consumir mais café dentro dos próprios lares. Esse cenário, por sua vez, tem estimulado compradores a adiantar seus pedidos, aumentando a demanda nos portos”, explica a entidade.
Do lado da oferta, continua o Cepea, “além das preocupações com possíveis complicações logísticas – especialmente com a redução do número de contêineres disponíveis para a exportação do grão –, a baixa disponibilidade do produto nos países produtores (devido ao período de entressafra) tem levado ao consumo dos estoques de passagem nos tipicamente consumidores”.
Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 588,51/saca e R$ R$ 333,73/saca, apresentando variações, respectivamente, de 1,2% e -0,2%.