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Balanço Semanal CNC — 06/jul a 10/jul

por Silas Brasileiro / Presidente Executivo do CNC:

Expocafé é excelente oportunidade para troca de informações e conhecimentos, além de apresentar avanços em tecnologia, ciência e pesquisa.

EXPOCAFÉ — Na semana passada, tivemos a honra de representar o Conselho Nacional do Café na 18ª edição da Expocafé, realizada pela nossa associada Cocatrel, em parceria com a Epamig e apoio da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Três Pontas, sul de Minas Gerais. Muito mais do que um grandioso evento, entendemos que essa foi uma oportunidade para trocarmos opiniões, informações e conhecimentos, além de podermos acompanhar os avanços nas áreas de tecnologia, ciência e pesquisa da cafeicultura brasileira.

O CNC observa que essa interação é fundamental para a manutenção da sustentabilidade da atividade cafeeira nacional, fator fundamental para que continuemos competitivos no cenário mundial, haja vista que a maioria de nossos concorrentes não possui a nossa qualidade em pesquisas e muito menos legislações ambientais e trabalhistas rígidas e corretas como as brasileiras, por isso a Expocafé, a cada ano, torna-se mais importante para a difusão do conhecimento e da apresentação de novas oportunidades e desafios.

INVESTIMENTOS DA COOXUPÉ — Na sexta-feira passada, dia 3, também tivemos a honra de participar da inauguração da nova indústria de torrefação da nossa associada Cooxupé, que, com investimentos de R$ 18 milhões, amplia sua capacidade de produção de café torrado e moído de 300 mil kg para 500 mil kg por mês e demonstra o potencial da Cooperativa — a maior do mundo em café — na produção para o consumo interno e para a exportação.

Na condição de presidente executivo do CNC, destaco que a realização desse sonho dos cooperados e da Cooxupé também é motivo de orgulho ao Conselho, haja vista toda a tecnologia, todos os equipamentos de última geração e a preocupação com a sustentabilidade que o projeto envolve. Esta nova planta industrial tem foco no reaproveitamento de resíduos e geração de energia, com painéis solares que servem como cobertura para o estacionamento e têm capacidade de gerar eletricidade para abastecer a parte administrativa da unidade. Além disso, a fornalha é abastecida com resíduos de madeira de reflorestamento certificados e da limpeza do café verde, que antes eram descartados, a iluminação é com luminárias de LED, que consomem menos energia, e, por fim, há uma estação de tratamento de esgoto que atende aos padrões de segurança do CONAMA 430 de 13/15/11.

Vale ressaltar, ainda, que o evento contou com o prestígio do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, fato que demonstra seu apreço pela cafeicultura e seu respeito pelos produtores de café. Ele anotou que o governador de Minas que não valorizar o café, que não prestigiar a atividade agrícola, que não entender a importância desse segmento e todos os seus derivados, num contexto da economia mineira e brasileira, não entende nada sobre o Estado. “Estou aqui para dizer que entendemos, valorizamos e precisamos muito do dinamismo, da competência, do esforço, do trabalho e do resultado que proporciona a Minas e ao Brasil o trabalho de vocês no café. Vocês vão ter nesses próximos anos um governador parceiro do café”, afirmou em seu discurso.

MERCADO — Os contratos futuros do café arábica viveram nova semana de depreciação na Bolsa de Nova York, pressionadas pela falta de novidades nos fundamentos e por um ambiente de aversão ao risco e pela alta do dólar. Esses fatores preponderaram sobre a ocorrência de chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil, que poderiam gerar suporte aos preços, e fizeram com que as cotações internacionais alcançassem os piores níveis desde janeiro de 2014 na quarta-feira, a US$ 1,2365 por libra peso.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as precipitações têm atrapalhado os trabalhos de colheita do café arábica no Brasil. A instituição apontou que, no Paraná, desde o início deste mês, choveu aproximadamente 200 milímetros. Em São Paulo também vem chovendo e, no Estado de Minas Gerais, há possibilidade de maiores níveis de precipitação na próxima semana.

A Somar Meteorologia ratifica que os dias seguirão úmidos e desfavoráveis às atividades nos cafezais, como, atualmente, os trabalhos de colheita. De domingo até a próxima quinta-feira, a instituição informa que as chuvas ficam concentradas sobre o Sul do Brasil e atingem principalmente o Paraná, além da parte sul de São Paulo.

A valorização do dólar frente a outras moedas tem contribuído para pressionar os futuros do café e vem ocorrendo em função de um ambiente externo de aversão ao risco, devido à crise na Grécia e às acentuadas quedas no mercado acionário da China, que tem conduzido os investidores a buscar ativos mais seguros, como a divisa norte-americana e os papéis do Tesouro dos Estados Unidos. No acumulado semanal, a moeda fechou a R$ 3,2338, com alta de 3,01%.

balanço CNCTambém é necessário lembrar que estamos vivenciando o verão no Hemisfério Norte, período em que o consumo da bebida apresenta certa retração. Dessa forma, a percepção de uma demanda menos aquecida em mercados tradicionais dá o tom baixista aos preços do café nos mercados internacionais.

Os fundos de investimento permanecem apostando na depreciação das cotações do arábica. De acordo com a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), eles diminuíram seu saldo líquido vendido de 16.533 lotes — incluindo futuros e opções —, em 23/06, na ICE Futures US, para 14.540 lotes no último dia de junho. Na tarde de hoje, será divulgado novo relatório, apresentando o posicionamento dos traders no dia 7 de julho.

No fechamento de ontem da Bolsa de Nova York, a posição com vencimento em setembro/2015 do arábica foi cotada a US$ 1,2525 por libra peso, registrando perdas de 215 pontos na comparação com o desempenho da semana antecedente. Na ICE Futures Europe, os contratos futuros do café robusta acompanharam a desvalorização registrada no mercado norte-americano e apresentaram perdas acumuladas de US$ 20 em relação à sexta-feira passada, com o vencimento setembro/2015 cotado a US$1.728 por tonelada.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada apontou, ainda, que o mercado físico brasileiro permanece desaquecido, à medida que os preços internos oscilam, apresentando pouca variação, com os indicadores calculados pela instituição rondando níveis levemente superiores a R$ 400 para o arábica e a R$ 300 para o robusta.

Além disso, o feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, na quinta-feira, também esfriou a comercialização. As negociações físicas ocorrem somente em casos de maior necessidade dos compradores, fato que proporciona certo suporte nas cotações domésticas. Ontem, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 409,94/saca e a R$ 309,44/saca, apresentando, respectivamente, variação de 0,61% e 2,74%.

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