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Balanço Semanal CNC — 13 a 17/01/2020

DOU: governo divulga composição do CDPC

Colegiado será composto por representantes dos Ministérios da Agricultura, Economia e Relações Exteriores, além de CNC, CNA, Abic, Abics e Cecafé

O ano de 2020 começou com a primeira conquista do Conselho Nacional do Café (CNC). Na segunda-feira, 13 de janeiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU), a Portaria nº 4, de 7 de janeiro, assinada pela ministra Tereza Cristina, que formaliza a composição do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC).

Em 11 de abril, através do Decreto nº 9.759, o governo federal determinou a extinção de alguns colegiados a partir de 28 de junho de 2019, entre os quais o CDPC. Ciente da ação, o CNC contatou as demais entidades da cadeia produtiva para estruturar defesa consensual da continuidade do colegiado.

“Todos os segmentos concordaram que o fórum é fundamental para o bom exercício da atividade no país, sendo responsável para que sejamos o mais sustentável possível e o principal player do mercado mundial. Também tiveram esse entendimento os Ministérios contatados por nós que compõem o CDPC”, recorda Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Após todos os trâmites conduzidos pelo Conselho, em especial no Ministério da Agricultura, na Casa Civil, na Vice-Presidência e no Gabinete da Presidência da República, o governo federal, em 18 de outubro, recriou o CDPC, mantendo a representatividade da cadeia produtiva e atendendo ao consenso apresentado pelos segmentos do setor privado e da Frente Parlamentar do Café.

Conforme a Portaria nº 4, o Conselho Deliberativo será composto por representantes dos Ministérios da Agricultura, da Economia e das Relações Exteriores, além das entidades do setor privado, como o CNC, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“É oportuno registrar o esforço da ministra Tereza Cristina e de sua competente equipe para o êxito dessa conquista, que significa termos uma política definida para a cafeicultura brasileira ser cada vez mais sustentável”, destaca o presidente do CNC.

Entre as atribuições do CDPC, constam:
i) Aprovar o plano de safra para o setor cafeeiro;
ii) Autorizar a realização de programas e projetos de pesquisa agronômica, mercadológica e de estimativa de safra;
iii) Avaliar ações destinadas à manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda;
iv) Estabelecer a cooperação técnica e financeira, nacional ou internacional, com organismos oficiais ou privados;
v) Aprovar, anualmente, o direcionamento das dotações orçamentárias consignadas ao Funcafé na Lei Orçamentária Anual (LOA);
vi) Aprovar o Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, proposto pela coordenação do Consórcio Pesquisa Café; e
vii) Aprovar a adesão de instituições integrantes e parceiras ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.

A Portaria também designou os representantes do Comitê Técnico do CDPC, criado para discutir as propostas que serão levadas ao pleno do Conselho e fazer a avaliação do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, financiado, em parte, com recursos do Funcafé.

Clique aqui e confira a composição do CDPC publicada no Diário Oficial da União.

 

Conab estima safra 2020 entre 57,1 e 62 mi de sacas

Para CNC, volume será suficiente para honrar compromissos com exportação e consumo interno; estoques seguirão em mínimas históricas

Ontem (16), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a primeira estimativa oficial para a safra 2020 de café no Brasil. A estatal previu um volume entre 57,15 milhões e 62,02 milhões de sacas de 60 kg, intervalo que representa crescimentos de 15,9% a 25,8% na comparação com as 49,3 milhões de sacas colhidas em 2019.

Para a variedade arábica, a Conab projeta uma colheita de 43,2 milhões a 45,98 milhões de sacas beneficiadas. Já para o conilon, a previsão fica entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas.

De acordo com a estatal, o avanço ocorrerá devido ao ciclo bienal de alta do café arábica. “O acréscimo de área em produção, bem como o indicativo de produtividade média superior a 2019 são fatores importantes para esta expectativa otimista”, completa, em relatório, a Companhia.

A área total destinada à cafeicultura no Brasil soma 2,162 milhões de hectares, dos quais 276,6 mil estão em formação (-13,3% em relação ao ciclo anterior) e 1,88 milhão de hectares encontra-se em produção (+4% sobre 2019). A produtividade média dos cafezais brasileiros foi projetada entre 30,31 sacas e 32,89 sacas por hectare, representando alta de 11,4% a 20,9% na comparação com a safra anterior.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, entende que o volume está dentro de uma realidade do campo, porém tende a ficar mais próximo de seu piso de 57 milhões de sacas.

“Muitas lavouras novas que possuíam projeções para colher bons volumes tiveram seu potencial afetado pelas adversidades climáticas e devem reduzir a colheita entre 30% e 40%”, pondera.

Segundo ele, ainda que a produção se aproxime do teto de 62 milhões de sacas, o Brasil não exercerá pressão, no aspecto fundamental, sobre os preços internacionais.

“Nossas exportações foram recorde em 2019, acima de 40 milhões de sacas, e, no mínimo, devem repetir o desempenho este ano. Somando esse fato a um consumo superior a 20 milhões de sacas, implica que toda a safra 2020 já tem comprometimento”, analisa. Brasileiro completa que “isso fará com que o país permaneça com seus menores níveis de estoque da história”.

O presidente do CNC diz que a sinergia existente entre os segmentos da cafeicultura no Brasil é fundamental para que o país siga exercendo o papel de principal ator da cadeia mundial. “Graças aos investimentos que realizamos no campo, atingimos volumes suficientes para honrar nosso consumo interno e o compromisso com as exportações”, explica.

Ele anota, ainda, que a qualidade alcançada na produção de café no país é fundamental para que o produto permaneça consolidado nos mercados tradicionais e desbrave novos clientes internacionais.

“Temos cafés especiais que não ficam atrás de nenhuma origem do mundo e nossos cafés convencionais (commodities) possuem uma qualidade ímpar, permitindo que o consumo nacional registre crescimentos constantes e o Brasil abasteça o mundo com seu café”, destaca.

Nesse sentido, conforme o presidente do CNC, a recriação e a definição da composição do Conselho Deliberativo da Política do Café apresentada pelo governo federal, atendendo ao pleito do setor privado, são fundamentais para a estruturação de uma política específica para a cafeicultura.

“É no CDPC que nossa cadeia debate e encontra consenso para as ações voltadas a investimentos no desenvolvimento dos cafezais e, como consequência, disponibilizamos o produto para atender brasileiros e todas as demais nações consumidoras”, finaliza.

Confira o histórico de levantamentos da Conab para café no site do CNC.

 

Preços internacionais do café têm semana negativa

Em semana indefinida, com anúncios de safra e balanço de exportações de Brasil e Colômbia, força do dólar também pesou

Em uma semana sem tendência definida, os contratos futuros do café tiveram perdas nos mercados internacionais. Contudo, há baixa volatilidade, demonstrando desinteresse por parte dos operadores nesse momento.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento março/20 recuou 600 pontos até ontem, encerrando a sessão a US$ 1,1295 por libra peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento março/20 fechou a US$ 1.314 por tonelada, acumulando queda semanal de US$ 31.

Também pesou negativamente a força do dólar ante o real, que tem o pior desempenho na comparação com a divisa norte-americana em uma cesta de 34 moedas fortes e emergentes. Em 11 sessões deste ano, o dólar subiu em nove. Ontem, o fechamento ficou em R$ 4,1912, o que implicou ganhos de 2,4% na semana.

Entre outras informações, nesta semana a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou a safra 2020 de café do Brasil entre 57,15 milhões e 62,02 milhões de sacas de 60 kg, intervalo que representa altas de 15,9% a 25,8% na comparação com as 49,3 milhões de sacas colhidas em 2019.

No que se refere aos embarques, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que os brasileiros remeteram 40,6 milhões de sacas ao exterior em 2019, batendo recorde histórico e sugerindo que o país é o responsável por garantir a oferta mundial do produto. No ano passado, o market share do Brasil foi de 31,6%.

Já no cenário internacional, a Federação dos Cafeicultores da Colômbia comunicou que a safra do país somou 14,8 milhões de sacas, crescendo 9% sobre 2018, e as exportações chegaram a 13,7 milhões de sacas, com alta de 7%. Nos Estados Unidos, a Green Coffee Association (GCA) divulgou que os estoques de café verde caíram 89.142 sacas em dezembro, para 6,835 milhões de sacas.

No mercado físico, os preços acompanharam o cenário internacional. Em relação ao robusta, a queda foi menor, já que houve suporte da força do dólar e de maior interesse comprador. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 487,70/saca e R$ 300,80/saca, respectivamente com perdas de 3% e 0,2%.

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