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BALANÇO SEMANAL CNC — 15 a 19/06

Funcafé: governo reduz juros para até 6% a produtores e cooperativas; demais mutuários terão taxa de 7,5%
Medida atende a um pleito do CNC e da cadeia produtiva do café

Conforme anunciado desde o começo de junho, o Conselho Nacional do Café (CNC) realizou intenso trabalho junto ao governo federal para que os juros do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) pudessem ser reduzidos, a partir de 1° de julho. O resultado se concretizou na quarta-feira (17), em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), após o anúncio do Plano Safra 2020/21.
Segundo a Resolução N° 4.827 do Banco Central, publicada ontem (18), a taxa passou para até 6%, sendo 3% para realimentação do Fundo e flexibilidade entre 0% e 3% para spread bancário nas linhas de financiamento de Custeio, Comercialização, Recuperação de Cafezais e FAC e Capital de Giro para Cooperativas de Produção.
Para as linhas de FAC e Capital de Giro voltadas a outros mutuários, com exceção às cooperativas de produção, os juros foram reduzidos para até 7,5%, mantidos os 3% de realimentação do Funcafé e spread flexível de 0% a 4,5%.
“O governo, principalmente os ministérios da Agricultura e da Economia, foram extremamente sensíveis aos pleitos da cafeicultura. Primeiro atendendo ao pedido para a liberação antecipada dos recursos, que começaram a ser repassados no último dia 5 de junho, e, agora, com a redução dos juros, fomentando a competitividade do setor em meio à crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus”, comenta Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Anteriormente, os juros para cafeicultores e cooperativas de produção eram de até 7% e, para os demais mutuários, de até 9,5%. A Resolução N° 4.827 pode ser acessada clicando aqui.
Repasses do Funcafé a agentes chegam a R$ 1,495 bilhão
Instituições receberam recursos para linhas de Comercialização, Custeio, FAC, Capital de Giro e Recuperação de Cafezais
Segundo compilação realizada pelo Conselho Nacional do Café (CNC), até hoje (19), o governo federal repassou R$ 1,495 bilhão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para oito agentes financeiros disponibilizarem recursos ao setor na safra 2020.
Os agentes contemplados até o momento são Banco Ribeirão Preto, BDMG, BNP Paribas, Rabobank e os Sicoobs Credivar, Credialp, Credicarpa e Credicarmo, que disponibilizam recursos para as linhas de financiamento de Comercialização, Custeio, FAC, Capital de Giro e Recuperação de Cafezais, conforme tabela abaixo.
Na safra 2020, o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) propôs, e o governo federal aprovou, um orçamento recorde de R$ 5,71 bilhões do Funcafé. Além disso, também foi aceita a liberação antecipada solicitada pelo CNC e demais segmentos da cadeia produtiva, o que permitiu que o capital do Fundo já estivesse à disposição do setor desde o dia 5 de junho.
“Estar dotado dos recursos do Funcafé durante a intensificação da colheita permite que o produtor não venda seu café de imediato para honrar o pagamento aos trabalhadores da `panha´ e, assim, possa escoar sua safra nos momentos mais oportunos. O capital do Fundo também possibilita um armazenamento de até 13 milhões de sacas, evitando que entrem imediatamente no mercado e aviltem as cotações”, conclui o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
Futuros do café recuaram a mínimas de oito meses
Na semana, cotações foram pressionadas por realização de lucros, força do dólar e falta de novidades fundamentais
Os contratos futuros do café arábica recuaram aos menores níveis em oito meses nesta semana, pressionados por realizações de lucro de especuladores, após uma alta ocorrida na quarta-feira (17), e pela escalada do dólar frente ao real, em meio à falta de novidades nos fundamentos.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento setembro/2020 encerrou a sessão de ontem a US$ 0,9675 por libra-peso, apresentando recuo de 25 pontos ante a sexta-feira passada. Na ICE Europe, o vencimento setembro/2020 caiu US$ 48 no intervalo, cotado a US$ 1.164 por tonelada.
Ontem, o dólar comercial registrou sua sétima alta consecutiva ante o real, puxado pela intensificação da turbulência política no Brasil. No acumulado da semana, a divisa norte-americana acumulou valorização de 6,5%, encerrando a sessão de quinta-feira (18) a R$ 5,3715.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia aponta que o inverno começa amanhã no Hemisfério Sul, às 18h44, mas o tempo ficará firme sobre o Sudeste, Região que compreende a maior parte do cinturão cafeeiro do Brasil. As condições devem permanecer similares no domingo, com temperaturas mais baixas pela manhã, porém com calor no período da tarde.
No mercado físico, as cotações subiram moderadamente, com a realização de alguns poucos negócios. Mas, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a maior parte dos agentes segue retraída, com produtores focados na colheita. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 479,19/saca e R$ 340,35/saca, com ganhos, respectivamente, de 2,2% e 2,7%.

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