NOTÍCIAS

BALANÇO SEMANAL CNC — 15 a 19/07/2019

 

CNC solicita apoio a cafeicultor afetado por geada

Conselho se reuniu com o Governo Federal e sugeriu uma linha e crédito, com condições especiais, para produtor que teve cafezal afetado

O Conselho Nacional do Café (CNC) se reuniu, na quarta-feira, 17 de julho, com o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvio Farnese, para solicitar a viabilização de uma linha de crédito que atenda aos produtores que possam ter sofrido impactos com a ocorrência das geadas recentes.

Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a entidade realizou contatos com entidades estaduais, como as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural e Institutos de Pesquisa, além das cooperativas associadas, que informaram que estão realizando um levantamento sobre o possível impacto da geada.

“Há relatos de lavouras que foram muito afetadas em algumas regiões e de ímpeto menos agressivo em outras áreas do cinturão cafeeiro. Estamos apurando o real impacto desse fenômeno climático e o levantamento de produtores e localidades que necessitarão de suporte para o reestabelecimento de seu cafezal”, informa.

O presidente do CNC explica que a intenção é apoiar todos os produtores que tiveram suas lavouras afetadas pela geada, independente se sua região foi mais ou menos impactada. “Como entidade representante dos cafeicultores, temos a obrigação de olhar o todo e buscar o máximo auxílio”, comenta.

Brasileiro antecipa que o pedido feito ao Governo Federal é para que haja um custeio especial ou uma linha especial de crédito a esses cafeicultores prejudicados. “Esse foi um contato inicial e as negociações se estendem junto à área econômica, mas nossa ideia é conseguir um financiamento com prazo e carência compatíveis com a realidade dos produtores atingidos, de forma que possam honrar esse compromisso assim que os cafezais se recuperarem e retomarem sua carga efetiva de produção”, conclui.

 

Países produtores de café buscam sustentabilidade econômica

Durante fórum mundial no Brasil, nações destacam o respeito ao social e ao ambiental e pedem preços justos pelo café

Nos dias 10 e 11 de julho, o Conselho Nacional do Café (CNC), em parceria com as associadas Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul) e Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), realizou o II Fórum Mundial de Produtores de Café, em Campinas (SP). O evento contou com 1.500 participantes, vindos de dezenas de países, cobertura de mais de 40 jornalistas brasileiros e internacionais e apresentou as diretrizes que o setor deve adotar nos próximos anos.

Para a realização do Fórum no Brasil, foi de vital importância o patrocínio dos associados do CNC, em especial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) e da Minasul, com cotas diamante; Bancoob e Sicoob, com cotas platina; Cocapec, com cota ouro; além dos demais associados que apoiaram o evento (clique aqui e conheça todos os apoiadores).

Os países produtores fizeram quatro considerações após os dois dias de apresentações de estudos e debates. A inicial foi que o primeiro Fórum, realizado na Colômbia, em 2017, despertou a consciência mundial para a necessidade de haver sustentabilidade econômica na oferta global, mas não houve engajamento efetivo dos demais segmentos da cadeia para melhorar a remuneração dos cafeicultores.

Nessa mesma linha, apontaram que o estudo apresentado pelo professor Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, destacou a necessidade de haver interação entre todos os agentes da cadeia para o desenvolvimento de ações globais, havendo corresponsabilidade para garantir a implementação da sustentabilidade em suas dimensões econômica, ambiental e social.

Fechando as considerações, as nações cafeeiras citaram a oportunidade de desenvolvimento de novas tecnologias para aprimorar as formas tradicionais de comercialização, aproximando produtores de consumidores, e a importância de estímulos ao aumento do consumo mundial de café, em especial nos países produtores e mercados emergentes, para garantir equilíbrio entre oferta e demanda.

Como resoluções, os países produtores mundiais de café recomendam a criação de uma plataforma tecnológica para agregar e disponibilizar informações de todos os segmentos para gerar transparência comercial e na formação de preços, assim como o desenvolvimento de mecanismos que facilitem a disponibilização das informações das origens produtoras, por meio da rastreabilidade dos produtos oferecidos e suas especificidades aos consumidores finais.

Promover a capacitação dos produtores, através de assistência técnica e extensão rural para a profissionalização em gestão da propriedade, reduzindo custos, e da aquisição de conhecimento sobre riscos de mercado e estimular o desenvolvimento de estratégias inovadoras para a promoção do consumo de café também estão entre as ideias apresentadas.

Os países produtores indicam, ainda, a necessidade de desenvolver mecanismos, estratégias de marketing e inovações tecnológicas que permitam alcançar um preço remunerativo aos cafeicultores, tais como selos de “sustentabilidade econômica” e “torrados pela origem”, além de incentivos para que cada origem produtora, em seus níveis público e privado, desenvolva um plano nacional de sustentabilidade para o setor café.

Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, o evento demonstrou a necessidade de haver sustentabilidade econômica aos produtores, que primam pelo respeito ambiental e pela geração de milhões de empregos em todo o mundo. “É mais que notório que os cafeicultores precisam receber preços condizentes com as responsabilidades que cumprem e o resultado do Fórum servirá de orientação para as futuras ações da atividade, as quais visem, como resultado, ao aumento da renda para as 25 milhões de famílias cafeeiras em todo o mundo”, destaca.

Brasileiro enaltece o fato de as atividades não terem sido embasadas na emoção, mas sim pelo lado racional. “Precisamos continuar fazendo o dever de casa na implantação permanente da sustentabilidade dentro de nossas propriedades. E isso se faz com a redução de nossos custos de produção. Foram deixados de lado ‘achismos’ e o simples desejo de querer preços remuneradores apenas por querer, sem que tomemos iniciativas para que todo o esforço de produzir café seja reconhecido pelas indústrias e pelo mercado consumidor”, relata.

O presidente do CNC conclui que as resoluções do Fórum miraram em ações que contribuirão para mitigar os custos de produção e aumentar o consumo global do café. “Assim como o Brasil, os demais produtores têm que investir em pesquisa e tecnologia, gerando redução dos gastos, e, mesmo cientes das dificuldades enfrentadas em muitos desses países, buscamos alternativas para elevar o consumo local e, principalmente, miramos o potencial de mercados emergentes, como, por exemplo, a China”, finaliza.

 

Funcafé libera recorde de recursos na safra 2018/19

Fundo repassou R$ 3,5 bilhões à cafeicultura, volume 35% superior ao da temporada 2017/18 e 17% maior que o recorde anterior

O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) bateu o recorde de liberação de recursos na safra 2018/19, conforme levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Foram repassados R$ 3,5 bilhões ao setor dos R$ 4,2 bilhões disponibilizados nos agentes financeiros entre 1º de julho de 2018 e 30 de junho deste ano. Esse volume representa um crescimento de aproximadamente 35% sobre o ciclo antecedente e de 17% ante recorde anterior, na temporada 2016/17 (R$ 3 bilhões).

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, comemora o recorde de repasses na safra passada e destaca a importância do Fundo para a cafeicultura nacional. “O Funcafé é o banco próprio de nossa atividade e é fundamental que mantenhamos o emprego de seus recursos como vem sendo feito ao longo dos anos, de maneira responsável e profissional. Os R$ 3,5 bilhões da safra passada permitiram que a cadeia produtiva mantivesse sinergia na comercialização e que produtores, industriais e comerciais não se vissem estrangulados em nenhum dos picos de alta ou baixa do mercado”, informa.

Ele destaca a importância dos bancos cooperativos e cooperativas de crédito na distribuição dos recursos Fundo. Esses agentes responderam por mais de 20% do total repassado na safra passada. “Bancoob e Sicredi e outras dez cooperativas de crédito repassaram mais de R$ 710 milhões. Essas instituições são fundamentais para potencializar a chegada dos recursos aos produtores, dando maior capilaridade ao capital do Funcafé e fazendo com que o dinheiro chegue a um maior número de cooperativas de produtores e cafeicultores”, explica.

No total, foram realizadas 5.139 operações de crédito com o Funcafé. Ratificando o argumento do presidente do CNC, produtores e cooperativas responderam por 96,8% desse montante. “Nossas cooperativas e cafeicultores totalizaram 4.975 operações, as quais movimentaram R$ 2,826 bilhões, sendo responsáveis por quase 80% de todo o movimento do Funcafé na safra 2018/19”, conclui Brasileiro.

 

Futuros do café sobem leve nos mercados internacionais

Cotações permaneceram dentro de intervalo recente, em movimento lateral, sem apresentar novas tendências

As cotações futuras do café apresentaram ganhos moderados na semana, permanecendo dentro do intervalo recente, em movimento lateral e sem indicar novas tendências. Na Bolsa de Nova York, o vencimento set/19 subiu 195 pontos, cotado a US$ 1,086 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento setembro do café robusta encerrou a sessão de ontem a US$ 1.427 por tonelada, com alta de US$ 3.

O dólar caiu leve na semana frente ao real, pressionado pelo movimento externo devido a impasse nas discussões comerciais entre Estados Unidos e China, receios com uma consequente desaceleração mundial e um movimento de corte de juros nas economias emergentes e desenvolvidas.

No cenário nacional, permanece o otimismo depois da aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, em primeiro turno, e a perspectiva subsequente de adoção de novas medidas econômicas. A divisa norte-americana fechou, ontem, a R$ 3,7293, com perda de 0,3%.

Segundo a Somar Meteorologia, o clima no Brasil deverá mudar um pouco nos próximos dias, podendo ocorrer pancadas de chuva no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Para as demais áreas do Sudeste, a previsão é de tempo aberto, com sol entre poucas nuvens, manhãs frias, mas com as temperaturas subindo aos poucos. Há possibilidade de geada fraca e pontual nas áreas mais típicas para o evento, como Itatiaia (RJ) e Maria da Fé (MG).

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações oscilaram pouco e que foram realizados alguns negócios, mas a liquidez foi baixa. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 426,00/saca e a R$ 283,25/saca, respectivamente com alta de 1% e queda de 0,8%.

Notícias Relacionadas