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BALANÇO SEMANAL CNC — 17 a 21/02/2020

Setor mantém mobilização para preservar o Funcafé

CNC e CNA se reunirão com relator da PEC 187 para demonstrar que Fundo não é responsável por excesso de vinculação de receitas que dificulta a gestão fiscal do País

Atendendo a uma solicitação do Conselho Nacional do Café (CNC), nossos produtores, sindicatos rurais, associações e cooperativas associadas realizaram uma mobilização no sentido de contatar os senadores de suas bases para que o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) seja excluído do texto da Proposta de Emenda à Constituição que trata da desvinculação dos fundos públicos, a PEC 187/2019, e, consequentemente, a atividade tenha preservada sua principal fonte de recursos exclusivos ao setor.

Nas redes sociais, o discurso também ganhou corpo, com um envolvimento, somente na última semana, de mais de 16 mil pessoas em postagem que convoca o setor e da a orientação das ações a serem adotadas para a preservação do Fundo.

“Temos realizado diversas atividades no sentido de obter a exclusão do Funcafé da PEC 187 ainda nos trâmites do Senado. Nosso Fundo tem aplicação superior a 80% em suas linhas de financiamento e executa praticamente 100% de suas despesas discricionárias”, informa o presidente do CNC, Silas Brasileiro.

Ele completa que o Funcafé não é realimentado há 15 anos, não tendo, portanto, fonte de receita de contribuições específicas. “Isso faz com que o Fundo não seja responsável pelo excesso de vinculação de receitas que dificulta a gestão fiscal do País”, argumenta.

Além dos trabalhos que o Conselho vem realizando a respeito do tema desde o fim do ano passado, na segunda-feira, 2 de março, a convite da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CNA), o CNC fará parte do grupo que se reunirá, pela segunda vez, com o senador Otto Alencar, relator da PEC 187.

“O objetivo é apresentar ao parlamentar a importância do Funcafé para a cafeicultura brasileira e que seus recursos, além de fundamentais para crédito, custeio, estocagem e fomento a indústria e exportação, foram confiscados dos cafeicultores visando à aplicação exclusiva na atividade”, explica.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal agendou para quarta-feira, 4 de março, a votação da PEC 187. Os próximos passos são votação no Plenário da Casa e, depois, encaminhamento da matéria para a Câmara dos Deputados.

“Trabalharemos em todas as esferas que forem necessárias para não permitirmos uma injustiça com nosso setor, que foi responsável pelo processo de industrialização do Brasil, mantém sua força econômica movimentando mais de R$ 25 bilhões no campo, gerando cerca de US$ 7 bilhões em exportação e, principalmente, emprega 8,4 milhões de pessoas”, conclui o presidente do CNC.

 

Futuros do café registram leve queda na semana

Pressão foi exercida pela força do dólar, diante de comentários sobre a possibilidade de pandemia do coronavírus. No primeiro bimestre, arábica recua 16,8% e conilon 6,7%

Os contratos futuros do café encerraram a semana com leves perdas no mercado internacional, sendo pressionados pela força do dólar e pela manutenção da expectativa de boa oferta. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/20 recuou 50 pontos, cotado a US$ 1,0975 por libra-peso. Na ICE Europe, o contrato maio/20 do robusta fechou a US$ 1.289 por tonelada, com queda de US$ 7.

Com esse desempenho, mesmo acumulando ganhos de 4,6% em fevereiro, o vencimento maio do café arábica registra depreciação de 16,8% no primeiro bimestre. Já o café robusta, também com vencimento em maio, acumulou perdas de 3,9% neste mês e de 6,7% no acumulado de janeiro e fevereiro de 2020.

O dólar comercial voltou a se fortalecer frente ao real devido aos temores relacionados ao comentário da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a possibilidade de uma pandemia do novo coronavírus. No Brasil, a morosidade para a aprovação das reformas tributária e administrativa também não ajudam. A moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 4,4751, avançando 1,9% na semana.

O clima no Brasil está no radar dos agentes, à medida que se aproxima o período de colheita no país. Segundo a Somar Meteorologia, a semana terminará com o avanço de uma massa de ar seco e o retorno do tempo firme em grande parte do Estado de São Paulo. Há possibilidade de chuva mais isolada, sem grandes volumes, no norte paulista, na divisa com Minas Gerais e Vale do Paraíba. Por outro lado, ocorrerão precipitações expressivas na faixa entre Minas, norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

No mercado físico, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as oscilações ocorridas ao longo da semana afastaram os agentes do mercado, mantendo a liquidez baixa. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon ficaram em R$ 511,41/saca e R$ 312,29/saca, respectivamente, com valorizações de 2,1% e 0,6%.

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