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BALANÇO SEMANAL CNC — 1º a 05/06/2020

Liberação antecipada dos recursos do Funcafé está confirmada
CNC ratificou com governo que contratos estão sendo assinados por agentes financeiros e Ministério da Agricultura
Na quinta-feira, 4 de junho, o Conselho Nacional do Café (CNC) confirmou com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que os recursos recordes de R$ 5,71 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), de maneira inédita, serão liberados antecipadamente, a partir da próxima semana.
“Os contratos foram encaminhados para assinatura dos 31 agentes financeiros, inclusive com as instituições já os devolvendo ao Mapa para que a ministra Tereza Cristina também possa assinar e a liberação ser concretizada”, revela Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Ele recorda que o volume recorde para a safra 2020 e a liberação antecipada pela primeira vez na história – normalmente o capital é disponibilizado entre julho e agosto – são frutos do constante trabalho do Conselho para contribuir com as cooperativas de produção e os cafeicultores.
“Com os recursos do Funcafé em mãos, não será necessário vender o café recém-colhido para honrar a folha semanal de pagamento aos trabalhadores da ‘panha’. Além disso, também será possível estocar entre 10 milhões e 13 milhões de sacas, evitando que entrem no mercado de imediato, não pressionando mais os preços nessa fase de intensificação de colheita”, argumenta.
JUROS
O presidente do CNC explica que os recursos iniciais do Funcafé terão juros máximos de até 7%, sendo 4% para realimentação do Fundo e uma taxa flexível de zero a 3% de spread bancário. Brasileiro pondera, contudo, que o contrato contém uma cláusula que prevê um ajuste nesse percentual condicionado ao anúncio do Plano Safra pelo governo.
“Nós temos essa cláusula que permite, se os juros do Plano Safra vierem abaixo de 7%, que a taxa do Funcafé acompanhe. Portanto, mesmo quem tomar os recursos agora em junho poderá passar a ter juros menores a partir de 1º de julho, sem necessidade de firmar aditivo ao contrato”, explica. A previsão do governo federal é que o Plano Safra seja anunciado ainda este mês.
Em linha com a possibilidade de redução dos juros, Brasileiro diz que a entidade encaminhou uma sugestão de 5,5% ao governo. “A ideia é termos uma taxa de realimentação do Funcafé de 3% e spread que oscile até o máximo de 2,5%. Essa proposta só entrou recentemente porque a manutenção dos juros da safra anterior era condição sine qua non para que conseguíssemos a liberação antecipada”, explica.
O presidente do CNC destaca, ainda, o empenho do Ministério da Agricultura para que a cafeicultura conquistasse essa condição diferenciada diante do cenário de pandemia da Covid-19.
“A ministra Tereza Cristina, os secretários Marcos Montes e Eduardo Sampaio, o diretor Silvio Farnese e a coordenadora Janaína Freitas foram fundamentais para a cafeicultura brasileira nesse período de exceção, permitindo que a atividade tenha condições para se fortalecer mesmo diante da crise do novo coronavírus e seguir gerando milhões de empregos e bilhões em divisas ao Brasil”, conclui.
Café interrompe três semanas consecutivas de queda
Em semana de baixa volatilidade, futuros do arábica acumularam ganhos de 260 pontos puxados pelo recuo do dólar
Os futuros do café arábica encerraram uma sequência de três semanas negativas na Bolsa de Nova York. Mesmo com pressão da entrada da nova safra do Brasil, a queda do dólar comercial e a possibilidade de chuvas no cinturão produtor forneceram suporte para o desempenho positivo.
Hoje (5), o vencimento julho/20 do contrato “C” encerrou a sessão a US$ 0,9890 por libra peso, acumulando ganhos de 260 pontos em relação à sexta-feira anterior. Na ICE Europe, o vencimento julho/20 do café robusta avançou US$ 64 no mesmo intervalo, fechando o pregão a US$ 1.233 por tonelada.
Segundo a Somar Meteorologia, o tempo não apresenta condições para frio extremo nos cafezais do Brasil, sem risco, portanto, de geadas. Contudo, a incidência de chuvas atípicas para esta época do ano pode atrapalhar o andamento da colheita e prejudicar a qualidade do grão.
Para o sábado, o serviço prevê precipitações no oeste, centro e leste de São Paulo. Com o avanço da frente fria no domingo, a chuva se espalha por todo o território paulista e alcança o sul de Minas Gerais e grande parte do Rio de Janeiro. No Espírito Santo e demais áreas mineiras, o tempo fica firme, sem previsão de precipitações.
O dólar comercial encerrou o pregão de ontem a R$ 5,1315, acumulando desvalorização de 3,9% na comparação com a semana antecedente. A moeda foi pressionada pelo ambiente político menos agitado no Brasil, com a redução de atritos entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Internamente, as cotações recuaram, sendo pressionadas pelo andamento da colheita da safra 2020. O mercado permanece relativamente calmo, com poucos negócios fechados. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 493,35/saca e R$ 335,04/saca, com perdas de 3,9% e 2,8%, respectivamente.

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