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BALANÇO SEMANAL CNC— 20 a 24/05/2019

Funcafé repassou R$ 4,2 bilhões a agentes financeiros

Volume corresponde a 85% do total de R$ 4,96 bi contratado pelas instituições financeiras na safra 2018. Repasses seguem até 30/06

Conforme apuração do Conselho Nacional do Café (CNC) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) repassado aos agentes financeiros na safra 2018, com data de referência de 21 de maio deste ano, atingiu R$ 4,217 bilhões, montante que representa 85% do total – R$ 4,960 bilhões – autorizado para o ciclo.

Do montante recebido pelos 37 agentes até 21 de maio, R$ 1,650 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 903,6 milhões para Custeio; R$ 897,5 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); e R$ 766,5 milhões para as linhas de Capital de Giro (R$ 382,1 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 231,3 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 153,1 milhões para o setor de Solúvel).

O presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, destaca que R$ 933 milhões desse montante foram destinados às cooperativas de crédito. “Os agentes cooperativos têm o princípio de potencializar a chegada dos recursos aos produtores, dando maior capilaridade ao capital do Funcafé. O volume recebido pelas creds até o momento responde por 91,6% do total contratado por esses agentes na safra 2018, que soma R$ 1,018 bilhão”, revela.

`RATING´
Dos 37 agentes financeiros que se credenciaram para operar com recursos do Funcafé na safra 2018, 13 receberam o total solicitado. Nove instituições contrataram entre 90% e 99,9% do que demandaram e outras seis de 50% a 89,9%. Fechando a classificação, também nove instituições não solicitaram nada ou menos de 50% da intenção de crédito que demandaram em contrato junto ao Mapa. Os repasses do Fundo referentes à safra 2018 seguem até 30 de junho deste ano.

SAFRA 2019
Para a safra 2019, o CNC coordenou trabalhos junto com a cadeia produtiva e, em 11 de abril deste ano, o setor privado da cafeicultura recomendou, via Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), orçamento recorde de R$ 5,071 bilhões do Funcafé, volume que foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 25 de abril, através da Resolução nº 4.715 do Banco Central.

O presidente do Conselho recorda que o Brasil, como reflexo dos investimentos em pesquisa e tecnologia, ampliou, de maneira sustentável e responsável, suas safras cafeeiras em uma área menor, o que evidencia o crescimento da produtividade.

“Para ordenarmos o fluxo comercial desse café, é necessária a disponibilização de recursos suficientes para o produtor não se ver obrigado a vender nos momentos de pressão do mercado. Foi nesse sentido, com embasamento técnico, que o CNC trabalhou para que convencêssemos o Governo e obtivéssemos, nos últimos anos, a aprovação de orçamentos recordes consecutivos do Funcafé”, conclui Silas Brasileiro.

 

24 de maio, Dia Nacional do Café

Presidente executivo do CNC recorda conquistas para o setor e revela que entidade sempre se empenhará para haver motivos para celebrar a data

* Silas Brasileiro

Nesta sexta-feira, 24 de maio, celebramos o Dia Nacional do Café, a bebida mais querida dos brasileiros e a segunda mais consumida no país, atrás apenas da água.

A importância histórica que o café tem para o Brasil é notória. O produto foi a principal fonte de riquezas ao longo de muitos anos, sendo responsável pelo processo de industrialização e modernização do país.

Os dias atuais têm sido desgostosos ao setor, principalmente aos produtores, diante dos baixos preços oferecidos no mercado e dos elevados custos de produção. Entretanto, temos motivo para celebrar a data.

O Brasil, por meio dos investimentos em pesquisa e tecnologia, realizando assistência técnica e extensão rural, mantém-se na liderança da produção mundial, tendo avançado de oito sacas para 33 sacas por hectare em produtividade.

Nosso país também encabeça o ranking da exportação, com um market share de aproximadamente 35%, e é o segundo maior consumidor da bebida, absorvendo 40% do que produz e situando-se logo após o líder Estados Unidos.

Somos o país mais sustentável na produção, dando exemplo de preservação ambiental, gerando milhões de empregos ao ano no aspecto social e, com a implantação de inovações e tecnologias, somos a nação mais competitiva no lado econômico.

Para preservarmos essa vanguarda, aprovamos, este ano, no Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CDPD/Café do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), 95 propostas, as quais estão distribuídas em 11 desafios de inovação tecnológica (saiba mais) que foram orientados e aprovados pelo CNC e demais entidades da cadeia produtiva no final de 2017.

Os projetos serão desenvolvidos nos próximos quatro anos, envolvendo a aplicação de R$ 27,12 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) nesse período.

Não obstante nosso empenho em pesquisas para a sustentabilidade do setor, também temos aprovado consecutivos orçamentos recordes do Funcafé, que, para a safra 2019, disponibilizará R$ 5,071 bilhões.

O orçamento atual do Fundo será importante para os cafeicultores escoarem sua produção ao longo de toda a safra, evitando comercializações nos momentos de preços mais aviltados.

As linhas de financiamento voltadas à produção totalizam aproximadamente R$ 3,5 bilhões e possibilitarão a entrada ordenada de cerca de 10 milhões de sacas no mercado, mitigando os impactos das baixas cotações aos produtores.

O CNC também tem realizado uma série de atividades que possibilitem a redução dos custos produtivos aos produtores, como o 1º Workshop Café com Tecnologia, oportunidade em que foram apresentadas as tecnologias desenvolvidas pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, avaliada a possibilidade de parcerias com as nossas cooperativas e elencadas as demandas tecnológicas consideradas prioritárias.

Constituímos um grupo com representantes cooperativistas e das instituições de pesquisa, que será responsável por direcionar os trabalhos voltados a atributos positivos de redução de custos, aumento de produtividade e melhoria da qualidade da bebida, tendo como foco prioritário a cafeicultura de montanha do Sul de Minas Gerais, região mais afetada pela queda dos preços em razão do seu elevado custo para o cultivo.

Também participamos da audiência pública da Frente Parlamentar do Café para discutir as atuais dificuldades enfrentadas pela cafeicultura nacional. As medidas emergenciais elencadas após o evento envolvem ações que garantam preços remuneradores aos produtores na safra 2019, que já teve os trabalhos de colheita iniciados.

Diante das baixas cotações, o setor privado está trabalhando junto com o Governo para o desenvolvimento de um mecanismo de mercado que apoie e permita a geração de renda. Solicitamos ao Ministério da Agricultura, ainda, o aporte de recursos para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020, também com o intuito de apoio à comercialização, haja vista que a safra do ano que vem possivelmente será de ciclo alto.

Outra medida emergencial determinada se refere à repactuação do passivo dos produtores. Nesse sentido, reunimo-nos com o secretário executivo do Mapa, Marcos Montes, que informou que o governo deverá anunciar medidas para facilitar a renegociação em breve e que a ministra Tereza Cristina tem empenhado grande esforço para buscar soluções para a dívida de um setor que tem muita importância dos pontos de vista econômico e social ao Brasil.

Mesmo diante das adversidades que sempre enfrentamos, jamais deixaremos de trabalhar em prol de uma cafeicultura brasileira cada vez mais sustentável e, com os avanços e conquistas que alcançamos e alcançarmos, termos motivos para, ano a ano, celebrarmos o Dia Nacional do Café!

* Silas Brasileiro é presidente executivo do CNC

 

Avanço das pautas do Governo no Congresso enfraquece dólar

Queda da moeda impulsiona alta do café. Analistas entendem que o mercado precisa dar sequência aos ganhos para sinalizar melhora técnica

O mercado internacional do café viveu uma semana de avanço, recebendo suporte do recuo do dólar, e rompeu a resistência de US$ 0,9225 por libra-peso na ICE Futures US, o que motivou uma pequena cobertura de posições vendidas. Por outro lado, analistas entendem que o mercado precisa dar sequência aos ganhos para sinalizar uma melhora técnica.

O Rabobank, banco de investimentos holandês, divulgou relatório acreditando que as cotações do café devem apresentar uma modesta recuperação, após uma sequência de quedas que conduziu os preços do robusta para mínimas em nove anos e do arábica para os patamares mais baixos em 14 anos.

Segundo a instituição, os investidores estão exagerando no pessimismo quanto aos preços e devem começar a reduzir suas posições vendidas. Além disso, o banco analisa que a possibilidade de riscos climáticos (geada e chuva na colheita) e o aumento do consumo tendem a gerar impulso.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/19 do contrato “C” encerrou o pregão de ontem a US$ 0,958 por libra-peso, acumulando ganhos de 590 pontos na semana. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho/19 do café robusta subiu US$ 68 no período, sendo negociado a US$ 1.369 por tonelada.

O dólar comercial encerrou os negócios de quinta-feira a R$ 4,0402, com desvalorização de 1,5% no agregado da semana. A divisa dos Estados Unidos recuou com o sentimento de que a pauta do governo brasileiro começa a caminhar no Congresso Nacional. Na quarta-feira, por exemplo, Câmara e Senado aprovaram a Medida Provisória 863, que liberou 100% do setor aéreo ao capital estrangeiro.

No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que o avanço dos preços externos elevou as cotações internas do arábica e do robusta, cenário que, “aliado à necessidade de produtores consultados pelo Cepea em fazer caixa para realização da colheita, fez com que negócios pontuais ocorressem no spot e para entrega futura”.

Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta foram cotados, ontem, a R$ 391,64/saca e a R$ 284,88/saca, registrando valorizações de 1,9% e 4,7%, respectivamente.

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