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BALANÇO SEMANAL CNC— 22 a 26/04/2019

CDPD aprova projetos para aumento da competitividade do café

Comitê do CDPC direciona inovações tecnológicas para redução de custos de produção, ampliação da qualidade e avanços constantes na sustentabilidade

O Conselho Nacional do Café (CNC) participou, na quarta-feira, 24 de abril, da 30ª reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CDPD/Café do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). Na oportunidade, foram aprovados os 95 projetos de pesquisa que haviam sido pré-selecionados de acordo com critérios técnicos e científicos no âmbito da Chamada 20/2018, do Consórcio Pesquisa Café.

As 95 propostas estão distribuídas em 11 desafios de inovação tecnológica (clique no quadro abaixo) que foram orientados e aprovados pelo CNC e demais entidades da cadeia produtiva, no CDPD/Café, no final de 2017. Os projetos serão desenvolvidos nos próximos quatro anos, envolvendo a aplicação de R$ 27,12 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) nesse período.

“O CNC se empenhou bastante para a aprovação desta chamada de pesquisa, garantindo que as propostas fossem orientadas às demandas do setor produtivo e atendessem a desafios concretos de inovação tecnológica para a redução de custos de produção, ampliação da produtividade e da qualidade e avanços constantes na sustentabilidade da cafeicultura nacional”, destaca o presidente da entidade, Silas Brasileiro.

O Conselho avaliou que os 95 projetos têm grande potencial para o aumento da competitividade e da qualidade dos cafés do Brasil, “avançando nas fronteiras tecnológicas que permitirão a modernização dos sistemas produtivos, reduzindo custos de produção, melhorando a qualidade de vida dos produtores e atendendo às expectativas dos consumidores quanto à sustentabilidade”.

A Chamada 20/2018 é parte importante das estratégias de médio e longo prazo de desenvolvimento da cafeicultura brasileira e seus resultados, aliados a planos efetivos de transferência de tecnologias, que têm potencial de gerar novos saltos de produtividade na cafeicultura do Brasil, respeitando a dimensão ambiental da sustentabilidade.

Brasileiro ressalta que o foco no equilíbrio entre oferta e demanda é um dos componentes dessa nova fase da pesquisa cafeeira, pois oito projetos visam ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o aproveitamento de cafés de qualidade inferior para o desenvolvimento de novos produtos e embalagens.

“Esse desafio está em consonância com a Resolução 465 (níveis de preços de café), que o CNC, como integrante da delegação brasileira na (Organização Internacional do Café) OIC, orientou a aprovação pelo Conselho Internacional do Café, em setembro de 2018”, conclui o presidente.

 

CMN confirma orçamento recorde para o Funcafé

Na safra 2019, a cafeicultura terá R$ 5,071 bilhões do Fundo à disposição, volume 2,2% superior ao de 2018

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em reunião ordinária realizada ontem (25), orçamento recorde de R$ 5,071 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2019. A sugestão do volume de recursos foi feita pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), em reunião de 11 de abril, conforme informou anteriormente o Conselho Nacional do Café (CNC).

Segundo o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, o orçamento total atual representa uma evolução de 2,2% na comparação com os recursos disponíveis na safra antecedente. “As linhas de financiamento de Custeio, Estocagem e FAC tiveram incrementos e puxaram essa alta geral. Já a de Capital de Giro para Indústrias de Torrefação e Solúvel e Cooperativas de Produção foi otimizada com base no histórico de liberações”, explica.

Ainda conforme ele, o orçamento atual do Funcafé será importante para os cafeicultores escoarem sua produção ao longo de toda a safra, evitando comercializações nos momentos de preços mais aviltados. “As linhas de financiamento voltadas à produção, que totalizam algo em torno de R$ 3,5 bilhões, possibilitarão que seja ordenada a entrada de cerca de 10 milhões de sacas no mercado nesses primeiros meses de colheita, quando vivenciamos cotações pressionadas”, argumenta.

O prazo de contratação de todas as linhas de financiamento do Funcafé tem vigência por um ciclo de 12 meses, com o período sendo aberto em 1º de julho de 2019 e fechado em 30 de junho de 2020. Até 30 de junho deste ano, o mutuário ainda pode tomar os recursos disponibilizados à safra 2018.

 

Café: preços têm pouca oscilação na semana

As leves perdas ocasionadas por fundamentos baixistas foram compensadas, em parte, por correções técnicas

Em meio ao cenário de fundamentos baixistas, como a sensação de oferta satisfatória, o início da colheita no Brasil e o dólar forte, os contratos futuros do café oscilaram pouco no acumulado da semana, com as perdas sendo compensadas por movimentos de recuperação técnica nos mercados internacionais.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/2019 do contrato “C” encerrou a sessão de ontem (25) a US$ 0,9335 por libra-peso, computando modestos ganhos de 50 pontos na semana. Já na ICE Futures Europe, o contrato julho do café robusta acumulou perdas US$ 26, fechando a US$ 1.390 por tonelada.

Analistas acreditam que os fundos de investimento devem ter alterado pouco seu saldo líquido vendido em café na semana encerrada em 23 de abril. No intervalo anterior, finalizado no dia 16, esses players detinham saldo líquido vendido, considerando futuros e opções, de 79.067 lotes.

Durante a semana, o dólar comercial chegou a romper a barreira dos R$ 4, impulsionado por sua permanente valorização no exterior e pela sensação, no Brasil, de que a aprovação da reforma da Previdência poderá ter um longo caminho a percorrer na Comissão Especial e no Plenário da Câmara, após sua aprovação na CCJ. Ontem, a moeda fechou a R$ 3,9561, com alta semanal de 0,7%.

Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o Rio de Janeiro e a maior parte de Minas Gerais terão dia ensolarado amanhã. Por outro lado, o Triângulo Mineiro, o Estado de São Paulo e toda a faixa leste da Região Sudeste deverão receber pancadas de chuva à tarde, mas de forma passageira.

COLHEITA
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou, nesta semana, que os trabalhos de cata da safra 2019 foram iniciados em todas as regiões de café arábica e robusta do país. A instituição avisa que, apesar do adiantamento das atividades neste ano, o volume da temporada 2018 disponível no mercado ainda é significativo. “Alguns negócios de cafés remanescentes, inclusive, têm sido realizados nas últimas semanas conforme a necessidade de caixa dos produtores”, afirma.

A liquidez no mercado físico, no entanto, é considerada baixa pelo Cepea, que justifica o fato devido aos menores preços interno e externo do café, “que estão próximos (ou, em alguns casos, até abaixo) dos custos de produção”. Segundo levantamento da instituição, até o dia 18 de abril, a comercialização da safra 2018 somou de 70% a 90% do volume total produzido. Em março, era de 70% a 85%.

O Centro informa, ainda, que a expectativa dos agentes de mercado é que, com a intensificação da colheita nas próximas semanas, um maior volume de negócios seja efetivado no mercado físico. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 384,32/saca e R$ 285,38/saca, com alta de 0,6% e queda de 1,6%, respectivamente.

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