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Balanço Semanal CNC — 22 a 26/jun

por Silas Brasileiro / Presidente Executivo do CNC:

— Visita de executivos da RBI ao Brasil deverá ser o ‘start’ para o aumento das compras de Tim Hortons e Burger King do café do País.

AMPLIAÇÃO DE MERCADO — Na sexta-feira da semana passada, o presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, integrando restrita comitiva organizada pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, reuniu-se, em Miami (EUA), com executivos da Restaurant Brands International (RBI), holding que controla Burger King e Tim Hortons, companhias que, com mais de 19 mil lojas e presença em 100 países, tiveram vendas totais superiores a US$ 23 bilhões em 2014, respondendo pelo posto de terceira maior rede mundial de fast-food.

Essa foi uma oportunidade muito significativa para o Brasil poder incrementar suas vendas ao grupo, visto termos quantidade de cafés com qualidade e produzirmos dentro dos princípios das sustentabilidades ambiental e social, aspectos vistos como extremamente positivos pelo mercado internacional. Atualmente, o café brasileiro representa um terço das compras da holding e a intenção é que ocorra uma expansão gradativa, de forma organizada, começando já agora. Para o futuro próximo, o cenário é ideal, pois temos a capacidade para atender à intenção de expansão das cafeterias da RBI nos Estados Unidos, no Oriente Médio e na Ásia.

Os executivos Josh Kobza e Daniel Schwartz virão ao Brasil em agosto para conhecer o centro de pesquisas da Embrapa Café e visitar fazendas do Espírito Santo e, principalmente, das regiões Sul, Cerrado e Zona da Mata de Minas Gerais. Essa vinda será fundamental para verem como o País trata seus produtores, entenderem nossa legislação ambiental e social e para conhecerem a qualidade e a excelência de nosso processo produtivo. Isso certamente contribuirá para notarem que o Brasil é um fornecedor de qualidade em quantidade e para aumentar a nossa participação na rede.

MERCADO E POLÍTICA — Nesta sexta-feira, o presidente executivo Silas Brasileiro participa do 15º Fórum de Mercado e Política do Café, evento realizado anualmente pela Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), com apoio da Federação dos Cafeicultores do Cerrado – ambas associadas ao CNC –, em Patrocínio (MG), e que conta com a participação de produtores e traders de todo o Brasil. Dentro do contexto do tema “Os cenários e perspectivas da safra 2015/2016”, o presidente executivo abordará “Política cafeeira: conquistas e oportunidades”, apresentando, também, como o Conselho vem atuando em prol de uma cafeicultura sustentável para os produtores e, principalmente, ampliando a participação do Brasil nos mercados consumidores.

MERCADO – Acompanhando o comportamento dos futuros de grande parte das soft commodities, o contrato do café arábica, negociado em Nova York, acumulou ganhos nesta semana, até o fechamento de ontem.

Apesar do fortalecimento do dólar, a valorização dos futuros do robusta auxiliam a sustentação das cotações do café arábica, já que houve estreitamento da arbitragem entre a ICE Futures US e ICE Futures Europe. Outro fator positivo é o já elevado número de posições vendidas dos fundos que operam no mercado futuro e de opções da bolsa nova-iorquina, reduzindo o interesse em aumento mais significativo dessas vendas.

Depois de oscilar bastante nos últimos dias, o dólar comercial encerrou a sessão de quinta-feira a R$ 3,1281, com alta de 0,8% em relação ao fechamento da semana anterior. A crise na Grécia, a sinalização de que os juros da economia dos Estados Unidos possam subir a partir de setembro deste ano e as perspectivas de continuidade do aperto monetário no Brasil foram os principais fatores que influenciaram o movimento da moeda norte-americana.

O clima no Brasil tem exercido pouca influência no comportamento dos preços futuros do café arábica, já que os investidores entendem que o El Niño, apesar de aumentar a umidade no inverno da Região Sudeste, reduz os riscos de ocorrência de geadas no País. Segundo a Climatempo, as precipitações acumuladas deverão atingir de 10 mm a, no máximo, 30 mm, até o dia 9 de julho.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) avalia que as chuvas têm atrapalhado apenas pontualmente as atividades de cata. Porém, é crescente a preocupação dos produtores quanto a uma possível retração de volumes devido à colheita de grãos menores, afetados pela seca do início deste ano. Apesar dos primeiros lotes encaminhados para prova apresentarem tamanho pequeno, é necessário aguardar o avanço da colheita para uma avaliação mais acurada da peneira dos grãos da atual safra.

Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,351 por libra-peso, acumulando alta de 500 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, também registraram valorização. Na quinta-feira, o vencimento setembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.799 por tonelada, acumulando ganhos de US$ 26 desde a última sexta-feira. O comportamento dos futuros do café robusta continua indicando preocupação quanto à restrição de oferta no curto prazo, já que o vencimento julho segue mais valorizado do que o setembro.

No mercado físico nacional, houve aquecimento dos negócios, principalmente nos últimos dois dias, quando os preços apresentaram valorização devido à alta externa potencializada pela desvalorização do real ante o dólar. Porém, de forma geral, a comercialização continua fraca, já que os preços se mantêm aquém das expectativas dos vendedores. Ontem, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 423,50/saca e a R$ 306,56/saca, com alta de, respectivamente, 3% e 1,7% em relação à última semana.

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