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BALANÇO SEMANAL CNC — 23 a 27

Coronavírus: CNC solicita antecipação de recursos do Funcafé
Em contato com a ministra da Agricultura, entidade relatou necessidade de produtores e cooperativas honrarem compromissos e manter empregos
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, contatou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, nesta semana, solicitando a adoção de medidas efetivas por parte do Governo Federal que permitam a continuidade dos trabalhos no campo, assim como a manutenção dos empregos e da renda a produtores, cooperativas e trabalhadores.
“Temos plena noção da gravidade que o mundo enfrenta relacionada à pandemia do coronavírus (Covid-19), assim como da necessidade da manutenção de atividades essenciais à população, como os serviços de saúde, segurança, imprensa e, principalmente, do agronegócio, que são os profissionais que alimentam o mundo”, destaca Brasileiro.
Segundo ele, o momento exige cautela e é necessário que as recomendações das áreas de saúde de nossos governos estaduais e federal e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sejam levadas a sério para mitigar a proliferação do vírus.
“Nossa solicitação está revestida de bom senso. Não queremos ninguém exposto ao risco, mas sim que amparemos nossos produtores e trabalhadores no exercício de seu labor, seguindo as orientações das autoridades sanitárias, de maneira que estejam protegidos e mantenham a locomotiva do agro, em especial do café, andando sobre os trilhos”, explica.
Brasileiro completa que se colocou à disposição da ministra para contribuir, “se necessário in loco”, no alcance de medidas que garantam a manutenção das atividades no campo, que deve seguir produzindo e garantindo o abastecimento de alimentos no Brasil e no mundo.
Entre os pleitos que o CNC levou ao Mapa está a celeridade na liberação de recursos aos cafeicultores e suas cooperativas. “Temos extrema necessidade da antecipação de recursos do (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) Funcafé. Essa medida é essencial para que possamos honrar os compromissos com nossos fornecedores e trabalhadores, pois iniciamos a colheita”, argumenta.
A entidade também manifestou ao governo, caso haja impacto na exportação dos cafés do Brasil devido à falta de contêineres, a necessidade de prorrogação de vencimentos dos financiamentos tomados pelo setor.
“A flexibilização dos prazos de pagamento a partir da safra 2020/21 é importante devido à insegurança nos países importadores, que consomem dois terços de nossa produção. Em função das incertezas causadas pela Covid-19, poderá haver a necessidade do adiamento para que a renda e os empregos do setor produtor não sejam impactados. Nesse momento de dificuldade ocasionado pelo coronavírus, precisamos manter as atividades, a geração de empregos e o poder de compra de produtores, trabalhadores e fornecedores”, explica.
O presidente do CNC revela que Tereza Cristina foi muito solícita e que está comprometida, em contato com todos os segmentos do agronegócio do país, a apresentar medidas governamentais que sejam eficazes a cada setor.
“Nossa ministra está imbuída em implantar propostas que mantenham a chama do agro acesa, pois o governo entende a necessidade da pujança do setor não ser impactada devido a sua importância econômica e, principalmente, por ser o segmento que alimenta o Brasil e o mundo”, conclui.
CMN confirma orçamento recorde do Funcafé para safra 2020
Fundo disponibilizará R$ 5,71 bilhões para custeio, comercialização, FAC, capital de giro e recuperação de cafezais
Em reunião ordinária realizada ontem (26), o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou o orçamento recorde de R$ 5,71 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) que havia sido recomendado pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) no dia 13 de março. O volume atual representa crescimento de 12,6% sobre o disponibilizado na safra 2019 e traz elevação de capital para as linhas de custeio e comercialização.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, agradece o empenho da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e de sua equipe no trabalho para levar os pleitos do setor cafeeiro à área econômica governamental.
“A condução da nossa ministra tem sido essencial para o bom desenvolvimento e ao atendimento das medidas necessárias para a cafeicultura. O orçamento recorde do Funcafé e a elevação dos valores para custeio e comercialização auxiliarão os produtores a negociarem ao longo de toda a safra e não se verem pressionados a vender na baixa. Isso é fundamental diante do cenário de descapitalização de parte dos cafeicultores, que enfrentaram baixos preços nos últimos anos e a elevação dos custos puxados pela alta do dólar”, comenta.
Do volume total do Funcafé aprovado pelo CMN, R$ 1,6 bilhão foi alocado para a linha de financiamento de Custeio (+ 23,1% sobre 2019); R$ 2,3 bilhões (+17,2%) para Estocagem; R$ 1,150 bilhão para Aquisição de Café (FAC); R$ 650 milhões para Capital de Giro; e R$ 10 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados.
“A ministra disse que está empenhando esforços para que o orçamento de 2020 do Fundo possa ser liberado de forma antecipada. Com a aprovação do CMN, agora o Mapa vem trabalhando nos trâmites governamentais para que seja possível a liberação dos recursos no final de maio”, revela. Brasileiro completa que “o capital do Funcafé referente à safra 2019 segue disponível nos agentes financeiros”.

Preocupação de curto prazo puxa preços do café arábica
Mercado está atento aos riscos logístico e de entrega do produto devido à possibilidade de paralisação nos portos por causa da Covid-19
Os contratos futuros do café arábica registraram ganhos no balanço semanal, puxados por preocupações de curto prazo relacionadas ao risco logístico e à entrega do produto devido à possibilidade de paralisação nos portos – podendo faltar contêineres –, ao bloqueio de estradas por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e à queda dos estoques nos países consumidores.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/20 encerrou a sessão de quinta-feira (26) a US$ 1,2465 por libra-peso, acumulando valorização de 495 pontos. Os ganhos não foram maiores em função da realização de lucros ocorrida ontem. Na ICE Europe, o vencimento maio/20 do café robusta fechou a US$ 1.241 por tonelada, com queda de US$ 18.
O dólar comercial perdeu força na semana e se situou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde o dia 13 de março. O movimento da moeda pode ser atribuído à busca de investidores por ativos de risco após o anúncio do pacote fiscal de US$ 2 trilhões aprovado pelo Senado dos Estados Unidos, que é o maior plano de estímulos econômicos da história recente do país. Ontem, a divisa fechou a R$ 4,9957, com desvalorização de 0,6% na semana.
No mercado físico, os preços acompanharam o cenário externo, o que elevou pontualmente o fechamento de negócios, principalmente para entrega futura, “mas o atual cenário conturbado mantém a maior parte dos agentes retraída”, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Os indicadores calculados pela entidade para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 582,00/saca e R$ 328,12/saca, subindo, respectivamente, 1,1% e 0,9%.

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