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BALANÇO SEMANAL CNC — 25 a 29/05

Funcafé ajuda produtores a enfrentar especulações
Antecipação dos recursos na safra 2020 auxiliará cafeicultores a estocarem o produto e não venderem de imediato no auge da colheita
Em 2020, por meio de trabalho conduzido pelo Conselho Nacional do Café (CNC) em parceria com os demais segmentos da cadeia produtiva junto ao Governo Federal, os recursos recordes de R$ 5,71 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) deverão ser liberados de forma antecipada, provavelmente na próxima semana, segundo informa o presidente da entidade, Silas Brasileiro.
“Normalmente, o capital do Funcafé é liberado entre julho e agosto a cada ano, período em que os produtores estão na reta final ou já finalizaram a colheita. Neste ano de exceção, devido à pandemia do novo coronavírus, realizamos esforços para antecipar a liberação, o que, ao ser confirmado, permitirá que os cafeicultores honrem seus pagamentos semanais aos trabalhadores da ‘panha’, assim não terão que vender seu café no auge da colheita, quando geralmente os preços tendem a estar aviltados”, explica.
Conforme Brasileiro, nesta época do ano é comum surgirem especulações a respeito do tamanho da colheita 2020 de café no Brasil. “O mercado, normalmente, é muito especulativo. Quando se fala em estimativa de safra, confiamos nos dados oficiais da Conab, que apresenta um volume médio de 60 milhões de sacas para este ano. É normal surgirem números superiores por especuladores para ver se conseguem preços menores e pressionem os produtores a vender”, relata.
Ele completa, contudo, que a antecipação dos recursos do Funcafé ajudará os cafeicultores a estocarem o produto e não venderem de imediato, no auge da colheita, sob possíveis reflexos da especulação.
“O volume recorde de recursos do Fundo sinaliza para o mundo e ao mercado consumidor que o Brasil é o único país que pode bancar de 10 milhões a 13 milhões de sacas com estocagem. Além disso, entre 30% e 35% dos cafés da safra atual já foram comercializados antecipadamente, com os produtores aproveitando os bons momentos de preços que se apresentaram. Isso significa que temos estrutura para armazenamento, temos recursos e não precisaremos vender de imediato, o que não nos torna reféns do mercado especulativo”, analisa.
O presidente do CNC reforça que o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento é condizente com a realidade das lavouras no país e que a cadeia produtiva da cafeicultura brasileira tem gestão profissional e competente para trabalhar de forma rentável com essas 60 milhões de sacas.
“Além de uma estimativa oficial correta para nossa safra, contamos com recursos substantivos para garantir que esse café seja, em grande parte, internalizado, já que consumimos 21 milhões de sacas no Brasil. Aliado a isso, temos o recurso que possibilita a estocagem de 10 a 13 milhões de sacas, então o mercado exportador trabalhará com muita tranquilidade, não gerando excesso de oferta e, consequentemente, não aviltando os preços aos cafeicultores”, finaliza.
Coccamig elege nova diretoria
Marco Valério Brito, presidente da Cocatrel, assume a presidência da Cooperativa Central e terá Leonardo Brandão como vice
A Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig), associada ao Conselho Nacional do Café, elegeu, em Assembleia Geral Ordinária, sua nova diretoria. A presidência da entidade está a cargo de Marco Valério Araújo Brito, também presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas (Cocatrel), que terá como vice-presidente Leonardo de Mello Brandão, membro do Conselho de Administração da Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí (Coopervass). Ambos também são membros do conselho diretor do CNC.
Fundada em 1985 com o objetivo de integrar e fortalecer as cooperativas de Minas Gerais, a Central agrega 15 instituições de três importantes regiões agrícolas do Estado: Cerrado, Matas e Sul de Minas. O conglomerado possui mais de 40 mil produtores, que respondem pela comercialização de 5 milhões de sacas de café.
“A Coccamig esteve em excelentes mãos até aqui e na nossa gestão continuaremos a trilhar rumo ao desenvolvimento e a reestruturação desta tão importante central cooperativa. O cooperativismo está muito fortalecido dentro do modelo capitalista de negócios e, através da intercooperação, poderemos nos tornar ainda mais fortes e representativos. Nosso objetivo é investir no capital humano, contratando especialistas em compras, desenvolvendo os sistemas de aquisições já existentes, tornando-os ainda mais robustos e empoderando e dando voz às pequenas cooperativas”, comenta o novo presidente.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, manifesta satisfação pelo resultado da Assembleia e deseja uma gestão eficiente e exitosa a Brito. “A formação em Administração e Comércio Exterior, com diversas qualificações em liderança e gestão certamente qualificam o Marco para realizar uma presidência virtuosa e de conquistas à frente da Coccamig. Sua experiência como presidente da Cocatrel também nos gera a certeza que nossa associada se desenvolverá com viés profissional e tecnológico, contando com lideranças transformadoras”, conclui.
Café teve semana negativa nos mercados interno e externo
Cotações foram pressionadas por clima favorável no Brasil e posicionamento comprado dos fundos de investimentos
Os contratos futuros do café encerram maio em território negativo, pressionados pelo clima favorável ao desenvolvimento da colheita no Brasil, pelo posicionamento comprado dos fundos de investimentos e pela ausência de fundamentos positivos.
Na Bolsa de NY, o vencimento jul/20 fechou, ontem, a US$ 0,9910 por libra-peso, com perdas de 450 pontos na semana e queda mensal acumulada de 6,8%. Na ICE Europe, o vencimento jul/20 do café robusta caiu US$ 30 na semana e 1,4% no mês, negociado a US$ 1.177 por tonelada.
Até a quarta-feira (27), o dólar comercial registrou seis baixas consecutivas, puxado pelo ambiente externo melhor devido às reaberturas das economias e, no Brasil, em função da amenização de discussões sobre o impeachment do presidente e de a Petrobras ter feito captação de US$ 3,2 bilhões, com forte demanda.
Ontem, a moeda recuperou parte das perdas com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, fará coletiva, hoje, para falar sobre as tensões com a China e, internamente, com o embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). A divisa fechou a R$ 5,386, recuando 3,4% na semana. No mês, a queda é de 1%.
Em relação ao clima, a semana começou com frio intenso no Sudeste, mas sem a ocorrência de geadas nos cafezais. O tempo passou a melhorar e, conforme a Somar Meteorologia, nesse fim de semana ficará firme na Região, favorecendo o andamento dos trabalhos de colheita do café. Com uma massa de ar seco inibindo a formação de instabilidades, o frio seguirá perdendo força e as temperaturas subindo.
No mercado físico, as cotações foram pressionadas pelo desempenho externo e recuaram. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os produtores seguem concentrados na colheita, mas já há registro de entrada de alguns lotes da nova safra. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 535,77/saca e R$ 345,85/saca, com desvalorizações de 5,8% e 3%, respectivamente.

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