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BALANÇO SEMANAL CNC — 27 a 31/01/2020
De olho no clima, CNC realizará palestra on-line com o Inmet
Webinário ao vivo, realizado em parceria com a Asbraer, trará informações meteorológicas para o cinturão cafeeiro e demais regiões do Brasil
O clima é um dos fatores mais importantes relacionados à produção de café. Neste início de 2020, vêm sendo observadas anomalias climáticas em diversas regiões do Brasil, em especial no Espírito Santo e Minas Gerais, onde diversos municípios são devastados pela força e pela continuidade das chuvas. Até o momento, não foi possível realizar uma apuração do impacto dessas intensas precipitações no cinturão produtor, mas é certo que haverá reflexo negativo na colheita de café deste ano.
Com o intuito de antecipar a informação e contribuir para que produtores de café de todo o país planejem sua atividade em relação ao clima e mesmo se previnam contra eventuais adversidades climáticas mais drásticas, o Conselho Nacional do Café (CNC) realizará, no dia 14 de fevereiro, o II Webinário “Comportamento do tempo e clima no cinturão cafeeiro do Brasil”, atividade que integra as ações do Acordo de Cooperação Técnica com a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer).
“O que temos observado em Minas e Espírito Santo é muito preocupante, pois diversas cidades foram devastadas e entraram em estado de calamidade. No campo, nossas entidades ainda não tiveram condições de apurar o estrago causado em função da continuidade das precipitações e do solo encharcado, mas observações iniciais já nos sinalizam perdas. Nesse cenário, é vital que possamos trazer ao conhecimento público, principalmente de nossos técnicos, produtores e cooperativas, informações referentes a clima e tempo para os próximos dias e meses”, destaca o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
A palestra on-line será ministrada pelo Chefe de Serviço do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Francisco de Assis Diniz, que apresentará um levantamento com as médias históricas e a previsão futura para o cinturão produtor e demais áreas do Brasil. Os interessados poderão acompanhar ao vivo pelo canal do CNC no Youtube e enviar dúvidas e questionamentos, em tempo real, para serem respondidos pelo meteorologista. “Essa é uma excelente oportunidade para esclarecermos dúvidas e perguntarmos sobre como será o comportamento climático em nossas lavouras e municípios”, completa Brasileiro.
O webinário será aberto por representantes do CNC e Asbraer, que passarão a palavra ao profissional do Inmet. Os interessados em enviar seus questionamentos ao meteorologista e aos representantes das entidades durante a palestra podem se manifestar pelos comentários no canal do Youtube ou através do WhatsApp da assessoria de comunicação do Conselho, que disponibilizará o número para contato no início da transmissão.
BALANÇO SEMANAL — 27 a 31/01/2020
Especulações e coronavírus derrubam cotações do café
Arábica recuou mais de 22% em janeiro. Analistas atrelam a queda a especulações sobre safra no Brasil e surto da doença
Os contratos futuros do café arábica acumularam perdas de aproximadamente 22% em janeiro até o fechamento de ontem na Bolsa de Nova York e, conforme analistas, devem continuar sob pressão no mercado norte-americano.
Segundo eles, a projeção de baixa emerge da sensação de uma oferta maior a entrar no mercado nos próximos meses, com o início da colheita no Brasil, sobre a qual diversos players têm especulado valores superestimados em relação aos números oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que previu a safra entre 57 milhões e 62 mi de sacas.
Para o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, as especulações são constantes em todas os ciclos produtivos do país e diversos atores, em especial do lado comprador, tendem a supervalorizar o tamanho das colheitas brasileiras, almejando derrubar os preços para adquirirem o produto mais barato.
“Esses especuladores não consideram que as cotações aviltadas limitaram o poder de investimento nos cafezais e, consequentemente, os produtores reduziram os tratos nas lavouras. Também `esquecem´ os impactos negativos que as adversidades climáticas do ano passado, como, por exemplo, estiagem e geadas pontuais, e deste ano, como as fortes chuvas que caem em Minas Gerais e Espírito Santo, inclusive em áreas cafeeiras, terão no volume a ser produzido”, critica.
Brasileiro completa que, em função dos efeitos climáticos e dos altos custos, os estoques de passagem do país vêm reduzindo gradativamente ao longo dos anos e, em março de 2020, estarão em seu menor nível histórico. “Com volume armazenado diminuto, a safra que colheremos este ano será suficiente para honrar nossos compromissos com exportação e consumo interno, sem gerar excedentes”, conclui.
Também impactou direta e negativamente nos preços internacionais do café a disparada do dólar em relação ao real e a outras moedas fortes e emergentes ligadas a commodities. A divisa norte-americana avançou especialmente depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou emergência internacional devido à epidemia do coronavírus.
Os investidores passaram a realizar ajustes e a se prevenir a respeito dos impactos que esse cenário causará na economia da China e mundial. Ontem, o dólar comercial encerrou a sessão a R$ 4,2589, seu maior patamar desde novembro de 2019, que representou alta acumulada de 1,75% na semana.
Em relação ao clima no cinturão cafeeiro do Brasil, a previsão da Somar Meteorologia é que permaneça instável no fim de semana na maior parte dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que devem receber chuva forte acompanhada de rajadas de vento e descargas elétricas. Para o Espírito Santo, o serviço informa que pode chover, mas de forma mais branda.
No mercado físico, as negociações seguem em ritmo lento. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com o aumento da demanda por cafés arábicas mais finos e robusta nos últimos dias, a queda internacional pressionou os valores no país e afastou vendedores. Os indicadores calculados pela instituição para o arábica e o robusta ficaram em R$ 470,22/saca e R$ 305,43/saca, respectivamente com quedas de 3,1% e 1,5%.
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