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Boletim Carvalhaes
por Carvalhaes:
“As maiores tradings de açúcar do mundo estão recorrendo aos algoritmos para tentar lidar melhor com a influência crescente dos fundos que monitoram tendências em vez de analisar os fundamentos do mercado. A gigante brasileira do açúcar Raízen e a francesa Sucres et Denrées formaram parcerias para desenvolver modelos que ajudarão a prever oscilações de preços. A Alvean, a maior trading de açúcar, a Louis Dreyfus e a ED&F Man Holdings optaram por contratar traders quantitativos para desenvolver soluções internas. Lidando com preços e margens deprimidos, as tradings procuram avançar em mercados cada vez mais influenciados por negociações automatizadas e de alta velocidade”.
Em nossa opinião, a mesma influência vem acontecendo na formação do preço do café verde nas bolsas de futuro. As lideranças de nosso agronegócio precisam estudar e analisar como ocorre essa influência e o que poderia ser feito para proteger os preços de nosso café no mercado físico.
Nesta semana mais curta no Brasil devido aos festejos de carnaval – na prática tivemos dois dias úteis, ontem e hoje – o mercado de café permaneceu calmo e com volume pequeno de negócios. A ICE Futures US em Nova Iorque trabalhou normalmente por toda a semana e os contratos de café apresentaram fortes oscilações, assustando os operadores brasileiros. Os contratos com vencimento em maio próximo trabalharam todos os dias abaixo de um dólar por libra peso, fechando hoje a US$ 0,9850 e acumulando perdas no período de 170 pontos.
Por pressões externas e deslizes de comunicação do governo brasileiro, o dólar subiu forte frente ao real nesta semana, mais de 2%, compensando com certa folga o recuo do café em Nova Iorque. Os preços no mercado físico brasileiro subiram ligeiramente e com mais consistência para os arábicas de boa qualidade. Os da safra atual foram comercializados a 400 reais e um pouco acima, dependendo do preparo e região de origem.
O retorno das chuvas sobre os cafezais do sudeste brasileiro no decorrer de fevereiro e os bons volumes embarcados pelo Brasil ao longo deste ano-safra servem de pano de fundo para a pressão de fundos e especuladores sobre as já baixas cotações do café na ICE em Nova Iorque.
Os países produtores de café da América do Sul, no mês de janeiro de 2019, exportaram 4,76 milhões de sacas, volume que representa um acréscimo de 16,4%, se comparado com o mesmo mês do ano anterior. Se forem consideradas as exportações acumuladas em quatro meses seguidos (outubro de 2018 a janeiro de 2019), o total exportado soma 21,6 milhões de sacas, com percentual de crescimento de 17,9%. No caso dos Cafés do Brasil, com relação a exportações no mesmo período quadrimestral, as vendas aumentaram 26,8%, com 14,73 milhões de sacas. Quanto à Colômbia, as exportações atingiram 4,79 milhões, volume que denotou crescimento de 5%, e as exportações do Peru somaram 1,92 milhão de sacas, as quais registraram aumento de 1,3% (Embrapa Café).
Até dia 7, os embarques de fevereiro estavam em 2.697.673 sacas de café arábica, 159.991 sacas de café conillon, mais 275.594 sacas de café solúvel, totalizando 3.133.258 sacas embarcadas, contra 2.941.460 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 3.622.930 sacas, contra 3.751.392 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 7, os embarques de março estavam em 18.240 sacas de café arábica, mais 2.208 sacas de café solúvel, totalizando 2.448 sacas embarcadas, contra 15.148 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 396.316 sacas, contra 263.841 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento do dia 8, caiu nos contratos para entrega em maio, próximo 170 pontos ou US$ 2,25 (R$ 8,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 1 a R$ 501,15 por saca, e dia 8 a R$ 504,24. Na sexta-feira, dia 8, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 165 pontos.
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