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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Os esforços do governo federal em se aproximar de líderes partidários, com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes à frente, amenizou o receio de investidores com a articulação política para a aprovação da reforma da Previdência no Congresso. Esse sentimento de alívio levou o dólar, que chegou a superar os R$ 4 na outra semana, a recuar aos poucos no decorrer desta semana.

Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram bastante ao longo dos pregões e os com vencimento em maio próximo acumularam perdas de 130 pontos no período. As fortes oscilações – na terça-feira os contratos para maio fecharam com alta de 370 pontos – acompanharam boatos que chegam diariamente ao mercado sobre o tamanho da safra 2019/2020, de ciclo baixo, e dos estoques brasileiros de café. Enquanto aguardamos a segunda estimativa da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, que será divulgada em maio próximo, teremos de conviver com esses números lançados no mercado de acordo com o interesse de quem faz a “estimativa”.

No mercado físico brasileiro os negócios vão saindo devagar, a preços que significam prejuízo certo para o cafeicultor. A preocupação dos produtores é grande. Veem os custos de produção crescerem ano após ano e os preços de venda comprimidos pela força e organização dos compradores. Os cafeicultores se perguntam como estarão os preços no próximo ano. Se agora, às vésperas da colheita deste ano, de ciclo baixo, os preços já são ruinosos, como estarão no próximo ano com uma safra de ciclo alto?

Essa preocupação foi levada ao Governo Federal por lideranças da produção e o governo brasileiro está avaliando o lançamento de contratos de opção de venda de café para os produtores, como forma de garantir receitas mínimas e reforçar os preços de mercado na entrada da safra 2020/2021, de ciclo alto. Se aprovado, o programa poderia impactar o comércio global de café, uma vez que estabeleceria um piso para os preços do produto no maior produtor e exportador mundial, provavelmente forçando os importadores a pagar mais pelo grão brasileiro.

As opções governamentais foram lançadas pela última vez em 2013, quando a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento ofereceu contratos para os agricultores venderem até 3 milhões de sacas ao governo a um preço fixo. Nessa modalidade, um produtor de café paga uma pequena taxa pelo direito de vender seu café para o governo no futuro. Se os preços de mercado quando as opções expiram estão abaixo do preço fixo definido para as opções, o produtor normalmente exerce seu direito de entregar o produto aos armazéns do governo (Reuters – veja a matéria completa no clipping de nosso site).

Em nossa opinião é uma medida necessária e deveria ser adotada pelo Governo Federal. Antes será necessário atualizar o preço de garantia do café, que atualmente é baixo e não reflete os custos brasileiros de produção. Além desta medida, precisamos pensar em outras. Os cafeicultores não podem mais ficar com uma fatia tão pequena da imensa riqueza gerada pelo consumo mundial de café.

Até dia 4, os embarques de março estavam em 2.432.367 sacas de café arábica, 164.101 sacas de café conillon, mais 321.485 sacas de café solúvel, totalizando 2.917.953 sacas embarcadas, contra 3.133.258 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 3.123.634 sacas, contra 3.622.930 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 4, os embarques de abril estavam em 208.818 sacas de café arábica, 6.373 sacas de café conillon, mais 8.970 sacas de café solúvel, totalizando 224.161 sacas embarcadas, contra 487.526 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 443.444 sacas, contra 1.007.113 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 5, caiu nos contratos para entrega em maio, próximo 130 pontos ou US$ 1,72 (R$ 6,66) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 29 a R$ 489,52 por saca, e dia 5 a R$ 477,24. Na sexta-feira, dia 5, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 210 pontos.

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