NOTÍCIAS

Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque trabalharam em baixa na semana. Os com vencimento em julho próximo perderam 350 pontos na semana. O mercado físico brasileiro continua comprador para todos os padrões de café e os mais procurados são os arábicas de boa qualidade a finos. Os baixos preços praticados no mercado não animam os produtores a fecharem vendas em maiores volumes, mas pouco a pouco os negócios vão saindo.

Os trabalhos de colheita já começaram em muitas regiões produtoras e os cafeicultores que ainda têm café da atual safra estão encaminhando seus lotes para o mercado. Precisam desocupar as tulhas para dar espaço aos cafés da nova safra e fazer “caixa” para os trabalhos de colheita.

Como a nova safra é de ciclo baixo e a cada ano aumenta o número de produtores que adota a “safra zero”, também não é pequeno o número de cafeicultores que está comercializando a atual safra 2018/2019 devagar e com muito cuidado. Eles não precisam desocupar as tulhas e não vão ter um pico de despesas. Optaram por aguardar melhores preços para os cafés que ainda não venderam.

Diversas regiões começaram a colher mais cedo devido às várias floradas que tiveram e ao forte calor do último verão. O calor acima da média levou os frutos das primeiras floradas a amadurecerem precocemente e, já em passa, a caírem ao chão. O tradicional período de seca ainda não começou e chuvas continuam caindo em várias dessas regiões. Essas chuvas derrubam mais frutos, interrompem e encarecem os trabalhos de colheita, além de prejudicar a qualidade do café que já está no chão. A má qualidade desses primeiros cafés derrubará ainda mais a renda dos cafeicultores em um ano de safra baixa e preços ruins.

Entre os fundos de investimento (que não plantam nem industrializam e, portanto, só estão focados nos resultados de curto prazo) prevalece o sentimento de que não haverá falta de café nos próximos meses. Assim eles seguem apostando na posição vendida e derrubando ainda mais as cotações em Nova Iorque, sem se importarem com os prejuízos dos produtores.

Segundo cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega, o resultado do mês de abril foi cerca de 3,5% inferior ao de março e é o mais baixo desde novembro de 2004. Em relação à média de abril de 2018, a queda chega a 21% (jornal Valor Econômico).

O Ministério da Agricultura anunciou ontem, dia 2, que a CONAB – Companhia Nacional do Abastecimento vai rever a metodologia dos custos de produção do café, com vistas a uma possível revisão no preço mínimo do produto.

Até dia 2, os embarques de abril estavam em 2.276.353 sacas de café arábica, 193.235 sacas de café conillon, mais 189.397 sacas de café solúvel, totalizando 2.658.985 sacas embarcadas, contra 2.917.953 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 3.234.247 sacas, contra 3.123.634 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 26, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 3, caiu nos contratos para entrega em julho, próximo 350 pontos ou US$ 4,63 (R$ 18,24) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 26 a R$ 489,31 por saca, e dia 3 a R$ 472,07. Na, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 95 pontos.

Notícias Relacionadas