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Boletim Carvalhaes

Carvalhaes:

Depois da onda de atritos e nervosismo político em Brasília, que levou a cotação do dólar a R$ 4,10, o cenário na capital brasileira teve sinais de distensão com o avanço da pauta de votações no Congresso destravando a lista de Medidas Provisórias que corriam o risco de caducar. Essas votações desanuviaram um pouco o ambiente político e o dólar apresentou uma semana de recuo frente ao real, fechando a sexta-feira a R$ 4,0150.

O fortalecimento de nossa moeda, as persistentes chuvas sobre parte dos cafezais brasileiros dificultando os trabalhos de colheita e derrubando a qualidade dos primeiros lotes da nova safra, mais a chegada da primeira frente fria perigosa sobre o sudeste do Brasil, colocaram os operadores em Nova Iorque em alerta, o que levou os contratos de café na ICE Futures US a reagirem e trabalharem em alta. Os com vencimento em julho próximo somaram 430 pontos de alta na semana.

Esse cenário também impulsionou o mercado físico brasileiro. Os compradores mostraram uma vontade de compra maior, subiram suas ofertas, principalmente para os arábicas de boa qualidade a finos, e os negócios foram fechados em maior volume. Boa parte dos lotes oferecidos no mercado foi vendida, restando alguns poucos lotes mais fracos em bebida, que apesar de também terem recebido ofertas melhores, estas não chegaram ao patamar pretendido pelos vendedores.

A semana termina com tempo nublado, chuva e temperaturas mais baixas entre o Sul, São Paulo e Minas. No final desta sexta-feira a chuva se afasta dando lugar a uma massa de ar de origem polar, que deverá derrubar a temperatura entre a noite de hoje e a madrugada do sábado. No Sul do país a temperatura fica próxima de zero nos pontos mais altos da Região. O Sudeste deverá começar o sábado com geadas no alto da Serra da Mantiqueira. Na maior parte dos cafezais a temperatura deve cair, mas sem risco de gear (informações da SOMAR Meteorologia).

Conforme apuração do CNC – Conselho Nacional do Café junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o volume de recursos do FUNCAFÉ – Fundo de Defesa da Economia Cafeeira repassado aos agentes financeiros na safra 2018, com data de referência de 21 de maio deste ano, atingiu R$ 4,217 bilhões, montante que representa 85% do total autorizado de R$ 4,960 bilhões.

A produção brasileira de café este ano deve atingir 59,30 milhões de sacas de 60 kg, uma queda de 8,5% (5,5 milhões de sacas a menos) em comparação com o ano passado, quando o País registrou recorde histórico de 64,8 milhões de sacas. A estimativa faz parte de relatório do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Apesar das boas condições climáticas, a maioria das lavouras de café arábica está em ano de bienalidade negativa, produzindo menos”, informa o USDA no relatório.

A segunda estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada na quinta-feira passada, 16, projetou a safra brasileira 2019 em 50,92 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de 17,4% em comparação com a produção recorde de 61,66 milhões de sacas em 2018.

O relatório do USDA mostra, ainda, que a produção de arábica está prevista em 41 milhões de sacas, uma redução de 15% em relação à safra anterior. A safra de robusta (conilon) deve atingir 18,3 milhões de sacas, um aumento de 1,7 milhão de sacas em comparação com o ano passado ( Fonte: Estadão Conteúdo).

A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.345.350 em 30 de abril de 2019. Uma alta de 235.239 sacas em relação às 6.110.111 sacas existentes em 31 de março de 2019.

Até dia 23, os embarques de maio estavam em 1.455.275 sacas de café arábica, 61.319 sacas de café conillon, mais 41.105 sacas de café solúvel, totalizando 1.557.699 sacas embarcadas, contra 2.364.680 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 2.662.220 sacas, contra 3.045.459 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 24, subiu nos contratos para entrega em julho, próximo 430 pontos ou US$ 5,69 (R$ 22,85) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 482,69 por saca, e dia 24 a R$ 495,52. Na sexta-feira, dia 24, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 20 pontos.

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