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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Com o dólar trabalhando em alta frente ao real e uma frente fria subindo pelo sul do Brasil, as cotações dos contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram menos, mas mesmo assim acumularam perdas no balanço da semana. Os contratos com vencimento em setembro próximo perderam 160 pontos.

Segundo a SOMAR Meteorologia, “uma frente fria avança pelo Sul do país provocando chuvas e diminuindo a temperatura. No fim de semana deve gear no Sul do país, mas o café do Paraná não terá temperaturas tão baixas e, portanto não tem risco de geada. No Sudeste, a chuva alcança as áreas de café, a temperatura cai, mas por causa ainda da presença de umidade, dificilmente irá gear nas áreas produtoras de São Paulo e Sul de Minas”.

O mercado físico brasileiro apresentou mais uma semana calma, com volume pequeno de negócios fechados. O mercado é comprador, mas os cafeicultores em sua maioria não vendem nas bases oferecidas pelos exportadores. Como já dissemos em nosso último boletim, a safra é menor, de ciclo baixo, e os trabalhos começaram mais cedo devido ao calor acima da média no último verão. A colheita já terminou em muitas propriedades e nas demais os trabalhos finais, principalmente varreção, devem ser concluídos ao longo deste mês. Os produtores acompanham tudo de perto e portanto são os primeiros a conhecer o resultado final. Mostram preocupação com o tamanho e qualidade da produção que está entrando nos armazéns.

Com uma safra menor e de má qualidade, produzida com custos maiores devido ao aumento do preço dos insumos, sabem que terão prejuízo se venderem nas bases de preços oferecidas atualmente pelos compradores. Assim, vendem o mínimo necessário para fazer frente aos compromissos inadiáveis e preferem aguardar preços mais justos para venderem o restante.

Muitos produtores estão com dificuldades para formar seus lotes vendidos com antecedência para entrega nos primeiros meses desta nova safra. Não conseguiram produzir a quantidade que estimaram inicialmente. Alguns tentam comprar no mercado o café necessário para completar suas entregas e assim cumprir o contrato firmado.

Aos dois primeiros eventos climáticos negativos para a próxima safra 2020/2021: a forte frente fria que trouxe geadas “de capote” a muitos cafezais brasileiros, e a florada em pleno início de inverno, deve se somar mais um. A frente fria que está subindo e chegará sobre os cafezais do Paraná e do sudeste brasileiro neste final de semana, virá acompanhada de chuvas. Dependendo da intensidade das chuvas, teremos uma segunda florada ainda na primeira metade de agosto.

Até dia 2, os embarques de julho estavam em 1.895.652 sacas de café arábica, 496.610 sacas de café conillon, mais 270.115 sacas de café solúvel, totalizando 2.662.377 sacas embarcadas, contra 2.237.643 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 3.429.365 sacas, contra 3.099.206 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 2, os embarques de agosto estavam em 440 sacas de café arábica, mais 1.966 sacas de café solúvel, totalizando 2.406 sacas embarcadas, contra 9.770 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 2, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 168.498 sacas, contra 166.498 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 26, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 2, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 160 pontos ou US$ 2,12 (R$ 8,25) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 26 a R$ 497,71 por saca, e sexta-feira dia 2 a R$ 505,18. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 90 pontos.

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