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Boletim Carvalhaes

por Escritório Carvalhaes:

O ataque terrorista no último sábado, dia 14, contra a maior instalação de processamento de petróleo do mundo, na Arábia Saudita, cortou metade da produção saudita (que está sendo restabelecida parcialmente com rapidez) e levou a uma imediata e forte alta do petróleo no início desta semana. A piora do quadro geopolítico mexeu com as bolsas ao redor do mundo, com quedas em diversos ativos. No Brasil tivemos uma nova escalada do dólar frente ao real e no café, a aversão ao risco e a desvalorização de nossa moeda levou a uma semana de baixa nas cotações em Nova Iorque. Os contratos de café com vencimento em dezembro próximo na ICE somaram perdas de 435 pontos, devolvendo boa parte dos ganhos da semana anterior.

Essa queda acontece apesar do quadro climático preocupante nas regiões produtoras de café do Brasil. Todos os eventos negativos que ocorreram até agora, listamos esses eventos em nosso último boletim, já levam nossos agrônomos a preverem que nossa próxima colheita, a 2020/2021, de ciclo alto, não fará um novo recorde e seu volume ficará abaixo do total produzido em 2018. As incertezas climáticas vão continuar e só após o período de chuvas do próximo verão é que poderemos ter uma estimativa mais confiável do tamanho de nossa próxima safra de café 2020/2021.

A colheita da safra brasileira atual, de ciclo baixo, terminou e a estimativa é que a quebra foi de aproximadamente 10% sobre os números inicialmente estimados. Não é possível ainda saber qual foi a quebra na produção de arábicas de boa qualidade a finos, mas ela foi grande e bem acima dos 10% estimados com quebra total. Estamos em setembro, pleno início de ano-safra, e esses cafés já são raros e bastante disputados no mercado.

No mercado físico brasileiro, o recuo das cotações em Nova Iorque levou os cafeicultores a praticamente saírem do mercado. O volume de negócios caiu em relação à semana passada e os negócios que foram fechados, saíram nas mesmas bases dos da semana anterior, ignorando a queda na ICE.

Ontem, o COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a Selic, taxa básica de juros, de 6% para 5,5% ao ano, a menor desde o lançamento do Plano Real, em julho de 1994, e terceira mais baixa entre as maiores economias emergentes. Apenas China e Índia têm hoje taxas de juros menores que a brasileira. A taxa básica de juros deve fechar o ano abaixo de 5% ao ano. Refletindo a queda da taxa básica de juros para níveis historicamente baixos, o crédito rural com juros livres começa a ganhar espaço na safra 2019/2020. Para produtores de menor risco, já se veem operações com juros de 6,5% ao ano (fonte: jornal VALOR Econômico).

A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 7.224.309 em 31 de agosto de 2019. Uma alta de 125.134 sacas em relação às 7.099.175 sacas existentes em 31 de julho de 2019.

Até dia 19, os embarques de setembro estavam em 1.069.231 sacas de café arábica, 23.985 sacas de café conillon, mais 100.833 sacas de café solúvel, totalizando 1.194.049 sacas embarcadas, contra 1.145.613 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 19, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 2.210.342 sacas, contra 2.477.197 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 20, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 435 pontos ou US$ 5,75 (R$ 23,88) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 13 a R$ 555,36 por saca, e hoje dia 20 a R$ 540,57. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 5 pontos.

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