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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Com o mercado em ritmo de espera e observação, esta semana, até ontem, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram pouco. Hoje as cotações na ICE abriram em baixa, que se acentuou após o meio dia. Os contratos com vencimento em dezembro próximo perderam 305 pontos. No balanço da semana a queda foi de 190 pontos. O dólar recuou frente ao real praticamente todos os dias, dificultando ainda mais o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro. Mesmo assim, a necessidade de “caixa” de parte dos produtores fez com que todos os dias saíssem negócios. Hoje, a queda acentuada na ICE combinada com mais um recuo do dólar frente ao real paralisou completamente o mercado físico.

Impressiona a pouca oferta de café arábica de boa qualidade a finos. Os lotes de café que aparecem são em sua maioria de arábicas médios a fracos. O clima irregular, a quebra da safra e da qualidade, os preços baixos, a queda da inflação e dos juros, tudo leva os produtores de café a se retraírem e só venderem sua produção para cumprir compromissos mais próximos. Preferem ficar com seus lotes e aguardar preços melhores.

As chuvas que caíram no final de setembro em grande parte das regiões produtoras de café arábica tranquilizaram um pouco os cafeicultores brasileiros.

As precipitações foram boas na alta Mogiana de São Paulo e razoáveis no sul e Cerrado mineiros. Agora os produtores aguardam a abertura de novas floradas e vão observar o pegamento das flores que já se abriram. Daqui para frente o setor vai acompanhar com apreensão o clima, uma vez que a continuidade das chuvas será essencial para o pegamento das flores e para o desenvolvimento dos chumbinhos da safra 2020/2021. Já está descartada a possibilidade de uma nova safra recorde, mas a torcida é para que o clima possibilite o crescimento de uma safra de bom tamanho e com qualidade. As altas temperaturas e a previsão de chuvas irregulares preocupam bastante.

Segundo a SOMAR Meteorologia o mês de Outubro começou com tempo firme na maior parte das áreas produtoras do Brasil e na próxima semana a chuva alcança o norte do Paraná e as áreas produtoras do Sudeste, porém com baixos acumulados e de forma mal distribuída. O mês de Outubro será marcado pela irregularidade na chuva nas principais áreas produtoras de café do país.

A OIC – Organização Internacional do Café divulgou, em seu relatório mensal, que o excedente de oferta e aumento de produção foram as principais causas para preços tão baixos neste ano-safra. Houve uma queda para 97,74 centavos de dólar por libra-peso em agosto e uma média de 100,47 centavos de dólar por libra-peso no ano cafeeiro (outubro de 2018 a agosto de 2019). “Esse excedente é um fator importante nos preços baixos nesta temporada”, informou o relatório. A média do indicador composto em 2017/2018 ficou em 111,51 centavos de dólar por libra-peso e, em 2016/2017, em 132,43 centavos de dólar por libra-peso.

 

O indicador do robusta/conilon caiu para a menor média mensal desde abril de 2010 (baixa de 0,2%), para 70,64 centavos de dólar por libra-peso. A produção, segundo a OIC, foi impulsionada principalmente pelo Brasil e Vietnã, contribuindo para o declínio de preços.

A COOXUPÉ – Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, maior exportadora de café do Brasil, realizou esta semana um feito digno de registro. Enviou em um único dia para o Porto de Santos 80 mil sacas de café para exportação. Todo esse volume de café, em 215 containers, foi despachado no último dia 30 de setembro, por via rodoviária, de Guaxupé em Minas Gerais para o Porto de Santos no Estado de São Paulo. A COOXUPÉ possui aproximadamente 15 mil cooperados, recebendo café produzido em mais de 200 municípios localizados nas regiões do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (Estado de São Paulo). 84% dos cooperados são pequenos produtores e propriedades de agricultura familiar.

Até dia 3, os embarques de setembro estavam em 2.557.711 sacas de café arábica, 188,467 sacas de café conillon, mais 282.919 sacas de café solúvel, totalizando 3.029.097 sacas embarcadas, contra 2.746.243 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 3.511.972 sacas, contra 3.617.362 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 4, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 190 pontos ou US$ 2,51 (R$10,18) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 554,57 por saca, e dia 4 a R$ 531,16. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 305 pontos.

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