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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Nesta semana que antecedeu a do Natal, as cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram bastante. Como exemplo, os contratos com vencimento em março próximo na ICE fecharam na segunda-feira com alta de 805 pontos; na terça com queda de 525 pontos; na quarta-feira recuaram 50 pontos; ontem, quinta-feira, perderam 600 pontos e sexta-feira subiram 350 pontos. No balanço da semana, entre fortes altas e baixas, esses contratos para março acumularam apenas 20 pontos negativos.

Com tanta oscilação na ICE, o mercado físico brasileiro apresentou-se calmo, praticamente paralisado. Muitos compradores e vendedores já estão fora do mercado e só retornarão após as festas de final de ano. Com Nova Iorque no negativo na terça, quarta e quinta-feira, os compradores que estavam tentando fazer negócios diminuíram suas bases, o que afastou os vendedores e impossibilitou o fechamento de negócios.

São boas e constantes as chuvas sobre as regiões produtoras de arábica no sudeste brasileiro neste mês de dezembro. Se continuarem assim, podem evitar novas perdas para a safra brasileira de café 2020/2021. O volume de chuvas e as temperaturas médias em janeiro, fevereiro e início de março, definirão melhor nossa nova safra.

A JAB Holdings (formada para administrar a fortuna da bilionária família alemã Reimann) está combinando algumas das mais conhecidas marcas de café do mundo para criar um concorrente mais forte para a Nestlé e a Starbucks. Para isso, ela pretende levantar até 3 bilhões de euros com uma listagem de ações na Europa no ano que vem. A companhia de investimentos vai fundir a JDE – Jacobs Douwe Egberts Group (no Brasil com marcas como Pilão e Café do Ponto), a segunda maior torrefadora de café do mundo em volume, perdendo apenas para a Nestlé, e a Peet’s Coffee, uma marca premium de café dos Estados Unidos, em uma única empresa. Se a operação ocorrer de fato, a JDE Peet’s será a maior empresa de café de capital aberto do mundo, com cerca de 7 bilhões de euros em vendas anuais (fonte: Financial Times/VALOR Agronegócios).

Essa operação é mais uma evidência do excelente momento por que passam o café, com anos seguidos de aumento de consumo, e os negócios das grandes torrefações internacionais. A imagem positiva e glamourosa do café junto aos consumidores em todo o mundo conquistou os jovens a ponto das grandes redes de alimentos, fast food e refrigerantes se verem obrigadas a entrarem com força no segmento na tentativa de não perderem faturamento e participação no setor de alimentos.

No setor do café, o ano de 2019 só não foi bom para os cafeicultores ao redor do mundo. Assistiram uma enorme pressão sobre o preço de sua produção a partir das cotações nas bolsas de futuro. As cotações foram pressionadas por fundos e especuladores atrás de lucros imediatos. Foram obrigados a vender seus cafés a preços baixos, para a grande maioria abaixo dos custos de produção. Amargaram um ano de fortes prejuízos. Os produtores da matéria prima que viabiliza esse imenso e importante negócio em que se transformou a industrialização e distribuição de café foram deixados fora da festa e dos lucros deste grande ano do consumo de café no mundo.

A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.923.837 em 30 de novembro de 2019. Uma baixa de 254.041 sacas em relação às 7.177.878 sacas existentes em 31 de outubro de 2019.

Até dia, 20 os embarques de dezembro estavam em 1.162.286 sacas de café arábica, 34.026 sacas de café conillon, mais 139.949 sacas de café solúvel, totalizando 1.336.261 sacas embarcadas, contra 1.433.103 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.374.307 sacas, contra 2.353.364 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 13, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira dia 20, caiu nos contratos para entrega em março próximo 20 pontos ou US$ 0,26 (R$ 1,06) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 13 a R$ 711,15 por saca, e sexta-feira dia 20 a R$ 707,81. Na sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 350 pontos.

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