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Boletim Carvalhaes

por Carvalhaes:

Depois de apresentarem balanço negativo em todas as seis primeiras semanas de 2020, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque trabalharam em alta esta semana. Os contratos para março próximo, que acumularam queda de 3.135 pontos desde o início do ano, subiram 1.075 pontos na semana que se encerra hoje.

O pouco café ainda em mãos de produtores dificulta e encarece a realização de novas vendas para exportação, levando os operadores internacionais a considerarem bons os preços praticados na bolsa em Nova Iorque. Quem precisa de café para entrega imediata acaba olhando com interesse os lotes certificados na ICE. Como estamos na reta final de rolagem para maio dos contratos com vencimento em março, esse interesse pressiona a rolagem para maio.

Como a alta mais forte em Nova Iorque aconteceu ontem e hoje (380 pontos na quinta e 465 pontos hoje), o mercado físico brasileiro não teve tempo para se movimentar. As ofertas melhoraram, acompanhando a ICE, mas não chegaram a um preço que estimule os cafeicultores a venderem o que ainda resta da safra atual. Os preços dos cafés mais fracos, com bebida rio, voltaram para o patamar dos quatrocentos reais.

As entrevistas dadas esta semana por dirigentes da COOXUPÉ no decorrer da FEMAGRI 2020 – Feira de Maquinas, Implementos e Insumos Agrícolas confirmam o sentimento geral no mercado físico de que é muito pouco o que resta da safra 2019/2020 ainda em mãos de produtores. O presidente da COOXUPÉ, maior cooperativa de café do Brasil e do mundo, afirmou que os estoques atuais são os menores dos últimos dez anos e informou que a cooperativa já negociou 40% do café da safra nova a preços acima de R$ 500,00 por saca. Destacou ainda que a nova safra será ciclo alto como todos sabem, mas que os levantamentos não apontam para uma safra recorde, acima da de 2018.

Para nós está claro que no final deste ano-safra, em junho, nossos estoques de café estarão zerados e que o que produziremos na safra 2020/2021 será suficiente apenas, e de maneira apertada, para suprir nossas necessidades de café no ano-safra que se inicia em julho próximo. Precisaremos de ao menos 40 milhões de sacas para exportar e 22 milhões para o consumo interno. O quadro é apertado e em 2021 será ano da safra baixa. Com o consumo mundial em alta e demandando a cada ano mais cafés de boa qualidade a finos, não há razão para os preços aviltados oferecidos atualmente para nossos cafeicultores.

Pela primeira vez, duas sacas de um robusta amazônico produzido em Rondônia foram arrematadas em um concurso nacional, no leilão dos melhores cafés nacionais da ABIC – Associação Brasileira de Indústria do Café. A ação faz parte do 16º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.

As sacas são do cafeicultor Alex Marques de Lima, de Alto Alegre dos Parecis (RO). Ele venceu o concurso da ABIC pela categoria conilon/robusta. A participação de amostras de café robusta é inédita no concurso. Os valores dos arremates foram de R$ 1.600 e R$ 1.550 para cada saca, sendo cinco vezes maior do custo médio de mercado, entre 300 e 350 reais.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 3.221.639 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 7 % (249.033 sacas) menos que no mesmo mês de 2018 e 5 % (163.526 sacas) mais que no último mês de dezembro. Foram 2.680.674 sacas de café arábica e 223.828 sacas de café conilon, totalizando 2.904.502 sacas de café verde, que somadas a 315.302 sacas de solúvel e 1.835 sacas de torrado, totalizaram 3.221.639 sacas exportadas em janeiro último.

Até dia 13, os embarques de fevereiro estavam em 491.608 sacas de café arábica, 43.428 sacas de café conillon, mais 31.404 sacas de café solúvel, totalizando 566.440 sacas embarcadas, contra 530,796 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o mesmo dia 13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.413.732 sacas, contra 1.102.217 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 7, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 14, subiu nos contratos para entrega em maio próximo 1.085 pontos ou US$ 14,35 (R$ 61,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 7 a R$ 574,31 por saca, e dia 14 a R$ 633,36. Na sexta-feira, dia 14, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 465 pontos.

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