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Boletim Carvalhaes

Escritório Carvalhaes:

Postado em 16/11/20

As pancadas de chuvas sobre as regiões produtoras de café no Brasil aumentaram de intensidade no decorrer desta semana, mas continuam insuficientes. O total de precipitação foi mais abrangente e melhor distribuído, mas o acumulado mensal está abaixo do normal em todo o Centro e Sul do Brasil. Apesar da chuva, a temperatura permanece mais elevada que o normal e os cafeicultores brasileiros seguem apreensivos com o estado de seus cafezais.

Como dissemos em nosso último boletim, os cafeicultores sabem que as perdas já são uma realidade, mas ninguém consegue enxergar com clareza a extensão dos estragos desta longa seca na produção brasileira de café em 2021, com reflexos também na safra 2022. Terão de aguardar as chuvas de verão, em dezembro, janeiro e fevereiro, para só então conseguirem dimensionar com alguma precisão qual será a extensão das perdas para a safra brasileira 2021/2022. Problemas climáticos atingem também os cafezais da América Central e do Vietnã.

Depois de ter recuado 6% frente ao real na semana passada, o dólar trabalhou em alta moderada nesta semana. Os contratos de café na ICE Futures US também apresentaram uma leve recuperação. Os com vencimento em dezembro próximo acumularam 230 pontos de alta. Com dólar e Nova Iorque em alta, mesmo que leve, o mercado físico brasileiro movimentou-se um pouco. Os compradores melhoraram o valor de suas ofertas e os cafeicultores que precisavam vender para fazer “caixa” para cumprir compromissos próximos aproveitaram para vender. Para esta época do ano o volume de negócios não foi grande, mas destravou um pouco nosso mercado. Muitos cafeicultores permanecem quietos, aguardando preços que reflitam os estragos expressivos da forte e prolongada seca.

Apesar de, em nossa opinião, ser muito cedo para um diagnóstico, alguns analistas começam a arriscar números. Ontem, o banco de investimentos Itaú BBA, disse que a safra de café do Brasil, maior produtor e exportador global, deve recuar entre 14% e 21% no próximo ano-safra 2021/2022, em função de chuvas abaixo da média e do ano de ciclo baixo de produção do arábica. Com a queda, o banco espera que o balanço de oferta no mercado global de café passe de um excedente de 9,8 milhões de sacas em 2020/2021 para um déficit de 1,7 milhão de sacas a 6,5 milhão de sacas em 2021/2022.

Em outubro, o Brasil exportou 4,1 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume embarcado registrou um aumento de 11,5% em relação a outubro de 2019 e se destaca como um novo recorde em exportações do produto para o mês e o segundo maior embarque mensal deste ano. Os dados são do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. É provável que esse número ainda suba. Os embarques brasileiros estão um pouco atrasados devido a falta de containers em número suficiente e de espaço em navios. Pela mesma razão, o volume de café embarcado em setembro pelo Brasil foi reajustado para 4, 17 milhões de sacas. São volumes expressivos que confirmam a penetração do café brasileiro.

Até dia 12, os embarques de novembro estavam em 445.692 sacas de café arábica, 50.038 sacas de café conillon, mais 12.615 sacas de café solúvel, totalizando 508.345 sacas embarcadas, contra 604.145 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 12, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 1.517.529 sacas, contra 1.590.080 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 13, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 230 pontos ou US$ 3,04 (R$ 16,64) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 6 a R$ 762,97 por saca, e dia 13 a R$ 791,22. Na sexta-feira, dia 13, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 85 pontos.

 

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