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Boletim Carvalhaes: Aumenta pressão de produtores brasileiros sobre suas lideranças
por Escritório Carvalhaes:
As cotações do café na ICE Futures US continuaram pressionadas, trabalhando abaixo de um dólar por libra peso. O dólar oscilou bastante frente ao real e o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro foi sempre difícil e limitado. Os preços caíram a um patamar em que nem os cafeicultores mais produtivos e capitalizados conseguem vender sem prejuízo. O ambiente é de muita preocupação e semana após semana aumenta a pressão dos produtores brasileiros sobre suas lideranças. Querem encontrar um caminho para a formação de preços que não seja influenciado pelo jogo de curto prazo de fundos e especuladores em Nova Iorque.
Na última terça-feira, dia 12, aconteceu um encontro entre os membros da Comissão Nacional do Café, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e as cooperativas vinculadas ao Conselho Nacional do Café (CNC), para tratar de ações para a garantia de renda da cafeicultura e a renegociação de dívidas dos produtores.
Os preços praticados em Nova Iorque afetam produtores de café em todo o mundo. Esta semana o gerente da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC), Roberto Vélez Vallejo, informou que a Colômbia está decidida a retirar sua oferta de café da Bolsa de Nova Iorque e que vai fazer isso sem o apoio dos outros países que produzem as variedades suaves ou arábicas. Ele disse que “se outros países não se juntarem à nossa proposta de abandonar o preço de referência da Bolsa de Valores de Nova York por café suave, faremos isso sozinhos”. O dirigente apontou que esse é um dos caminhos que os produtores colombianos decidiram para enfrentar a crise nos preços dos grãos, que afeta 650 mil produtores em várias regiões do país (fonte: Peabirus/Portifólio).
Outros produtos agrícolas têm enfrentado problemas semelhantes na formação de preços. A agência Bloomberg divulgou no último dia 7 que as maiores tradings de açúcar do mundo estão recorrendo aos algoritmos para tentar lidar melhor com a influência crescente dos fundos que monitoram tendências em vez de analisar os fundamentos do mercado. Disse que a gigante brasileira do açúcar Raízen e a francesa Sucres et Denrées formaram parcerias para desenvolver modelos que ajudarão a prever oscilações de preços. Já a Alvean, a maior trading de açúcar, a Louis Dreyfus e a ED&F Man Holdings optaram por contratar traders quantitativos para desenvolver soluções internas. Lidando com preços e margens deprimidos, as tradings procuram avançar em mercados cada vez mais influenciados por negociações automatizadas e de alta velocidade. Entender o que impulsiona os chamados fundos sistemáticos pode ser fundamental nesta temporada e na próxima, quando fatores externos como as oscilações cambiais e do petróleo poderão ter um impacto maior no mercado bastante equilibrado do açúcar.
Em nossa opinião, as inovações tecnológicas, com o uso a cada ano mais intensivo de algoritmos e inteligência artificial, são desruptivas e parecem ter inviabilizado o atual sistema de formação de preços via bolsas de futuro, ao romper o equilíbrio que havia entre produtores e compradores no modelo estabelecido pelo mercado ao longo do século 20.
Precisamos somar a esse quadro o imenso volume de dinheiro emitido nos EUA e Europa a partir da grande crise econômica de 2008 e que agora abastecem novos fundos de investimentos, e a cada vez maior influência na agregação de valor, de marcas, patentes e controle da distribuição.
A ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em palestra realizada esta semana, enfatizou que “infelizmente, na agricultura ainda persistem restrições significativas ao comércio exterior, na forma de tarifas, subsídios e toda a sorte de barreiras não tarifárias”. E lembrou que “no caso da pauta exportadora do Brasil, produtos básicos como soja, milho, café verde, celulose e algodão circulam com facilidade no mundo”. Mas, que “produtos mais processados, como óleo de soja, açúcar, etanol, carnes, laticínios, papel e café solúvel enfrentam maiores barreiras”. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 3.424.289 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 36% (912.596 sacas) a mais do que no mesmo mês de 2018 e aproximadamente 1% (30.606 sacas) a menos do que no último mês de janeiro. Foram 2.952.214 sacas de café arábica e 189.848 sacas de café conilon, totalizando 3.142.062 sacas de café verde, que somadas a 281.511 sacas de solúvel e 716 sacas de torrado, totalizaram 3.424.289 sacas de café embarcadas.
Até dia 14, os embarques de março estavam em 543.543 sacas de café arábica, 956 sacas de café conilon, mais 45.658 sacas de café solúvel, totalizando 590.157 sacas embarcadas, contra 882.910 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 1.196.569 sacas, contra 1.521.791 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento do dia 15, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 70 pontos ou US$ 0,93 (R$ 3,55) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam, no dia 8, a R$ 504,24 por saca, e dia 15, a R$ 494,19. Na sexta-feira, dia 15, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 65 pontos. No mercado calmo de sexta-feira, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:
R$400/410,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$400/410,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$385/395,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$370/380,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$360/370,00 – RIADOS.
R$340/350,00 – RIO.
R$360/370,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$350/360,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,8200 PARA COMPRA.
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