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Bolsa de Nova York cai cerca de 200 pts nesta 5ª feira após subir por três pregões seguidos

por Notícias Agrícolas:

O dia foi de baixas para o mercado do café. Após três sessões seguidas de avanço, as cotações futuras do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a cair na sessão desta quinta-feira (15) demonstrando que o mercado está mais direcionado à baixa. Os operadores no terminal externo seguem bastante atentos a melhora climática no cinturão produtivo do Brasil, o que reduziu os temores de desabastecimento em 2017. Além disso, o câmbio também contribuiu para a baixa que chegou a mais de 300 pontos no dia.

Com essa queda, os futuros da variedade que já retomavam o patamar de US$ 1,45 por libra-peso voltaram a se distanciar. O contrato março/17 fechou a sessão com queda de 195 pontos, cotado a 142,20 cents/lb, o maio/17 registrou 144,45 cents/lb com 195 pontos de desvalorização. Já o vencimento julho/17 anotou 146,70 cents/lb com 190 pontos de recuo e o setembro/17, mais distante, terminou o dia a 148,60 cents/lb também com 190 pontos de baixa.

As últimas três valorizações no mercado foram motivadas por ajustes de posições por parte dos especuladores e fundos, no entanto, no lado fundamental, as informações não mudaram. Com isso, os preços do grão retomaram o território baixista. Os operadores seguem bastante otimistas com a próxima safra do Brasil diante das melhores condições climáticas no cinturão produtivo do país nos últimos dias e isso diminuiu os temores com desabastecimento em 2017.

Institutos meteorológicos reportaram que até quinta-feira áreas produtoras do grão podem receber precipitações acumuladas de 70 milímetros. Espírito Santo e Zona da Mata de Minas Gerais serão as principais regiões beneficiadas.

“Após três pregões consecutivos de alta, as cotações futuras do café arábica fecharam em queda e devolveram parte dos ganhos registrados nos últimos dias. Na mínima do dia, a cotação para o vencimento março/17 chegou a romper os 140,00 cents/lb, atingindo a mínima de 139,30 cents/lb, porém no final a queda foi amenizada fechando a 142,20 cents/lb com baixa de 195 pontos no vencimento março/17”, diz.

A instabilidade nos preços externos do café, segundo Anilton Machado, está ligada ao movimento dos especuladores na Bolsa. O mercado “fica muito na mão de especuladores e fundos”, dessa forma não sabe se estes continuarão liquidando suas posições ou se irão retomar as suas carteiras. Os fundos de investimento têm atuado bastante nos últimos dias no mercado.

A agência de notícias Reuters informou, com base em informações de analistas e comerciantes participantes, “apesar de chuvas favoráveis no período de floração, que teve início em setembro, a safra de 2017 deve cair entre 5 e 20% ante a safra deste ano, devido ao ciclo bienal natural das árvores, que alternam entre grandes e pequenas safras”.

Para Machado, os números são salutares e dentro do pensamento de mercado. “Se pegarmos uma média, teremos, segundo a pesquisa, uma safra de 47 milhões a 48 milhões de sacas, esse é um número muito apertado para atender a nossa demanda”, explica.

O câmbio também contribui para a queda nas cotações futuras do café arábica. O dólar comercial subiu 1,14% no dia, cotado a R$ 3,3713 na venda, repercutindo o anúncio do Fed (Federal Reserve) de aumentar a taxa de juros nos Estados Unidos. As oscilações no câmbio impactam diretamente as exportações da commodity. Em novembro, as exportações de café do Brasil somaram 3,07 milhões de sacas de 60 kg, segundo reportou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%.

Comercialização

Segundo informação reportado pela consultoria Safras & Mercado, a comercialização da safra de  café do Brasil 2016/17 (julho/junho) chegou a 74% até o dia 12 de dezembro. As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 68% da safra 2015/16 estava comercializada no período.

Importação de café

A queda de braço entre a indústria e o setor produtivo de café ganhou mais um capítulo na noite desta quarta-feira (14) depois de um encontro de representantes dos cafeicultores com o ministro da agricultura Blairo Maggi. Agora a questão só deve ser decidida pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na segunda quinzena de janeiro do ano que vem. Até lá, ficou decidido que as autoridades competentes do país devem fazer uma avaliação minuciosa dos estoques.

Mercado interno

No mercado físico brasileiro seguem isolados os negócios com café. Até saem alguns negócios, segundo relatos de analistas de mercado, mas nada no ritmo esperado. Ao que parece, os produtores só devem voltar às negociações nas praças de comercialização do Brasil no próximo ano.

O café cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com negócios em R$ 570,00 a saca e queda de 1,72%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 anotou maior valor em Guaxupé (MG) com 573,00 a saca e alta de 1,42%. A maior variação no dia.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Patrocínio (MG) (+0,94%) e na Média Rio Grande do Sul (+0,94), ambas com R$ 535,00 a saca. A maior oscilação no dia para o tipo ocorreu em Araguari (MG) com recuo de 3,85% e saca a R$ 500,00.

Na quarta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 501,93 com queda de 0,16%.

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