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Bolsa de Nova York cai mais de 400 pts nesta 5ª e vencimentos próximos fecham abaixo de US$ 1,50/lb

por Notícias Agrícolas:

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (2) com queda de mais de 400 pontos ainda repercutindo as melhores condições climáticas no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, e também com a atuação dos fundos de investimento no mercado depois das cotações demonstrarem fraqueza para avançar acima do patamar de US$ 1,50 por libra-peso.

O contrato março/17, referência de mercado, registrou na sessão de hoje 145,95 cents/lb com 420 pontos de queda, o maio/17 anotou 148,50 cents/lb com desvalorização de 405 pontos. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia cotado a 150,80 cents/lb com recuo de 405 pontos e o setembro/17, mais distante, teve perdas de 400 pontos a 153,10 cents/lb. Essa é oscilação mais expressiva no mercado nos últimos dias.

“Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York tiveram um dia de queda mais expressiva. As cotações não conseguiram se manter acima do nível de 150,00 cents, o que motivou fundos e especuladores a atuarem com maior ênfase na ponta vendedora”, afirma o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado. Além disso, segundo Machado, já começam a acontecer também no mercado rolagens de posição no terminal norte-americano.

O clima melhorou em muitas áreas produtoras do grão no país no últimos dias. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que nos próximos três dias o acumulado de chuvas pode ficar entre 20 e 50 milímetros no Paraná e 10 e 40 milímetros no Oeste de São Paulo, Baixa Mogiana e Sul de Minas Gerais. “O clima muito mais úmido no período de 6 a 10 dias em Minas Gerais deve levar a melhoras significativas, favorecendo o crescimento dos frutos”, disse a MDA Information Systems à Reuters.

O dólar comercial, não exerceu muita influência sobre o mercado do café nesta quinta, mas terminou com queda de 0,89%, cotado a R$ 3,1219 na venda. Menor nível desde 25 de outubro acompanhando a falta de sinalização do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, sobre um novo aumento dos juros. As oscilações cambiais influenciam diretamente nas exportações da commodity.

Importação de café robusta

O ministro da agricultura, Blairo Maggi, disse à Reuters nesta quinta que o Brasil deve permitir as importações de café robusta, mas que não sabe como será a decisão da Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgão do Ministério do Desenvolvimento, que oficializa o pedido. A Conab estimou recentemente que os estoques de café robusta em cerca de 2,2 milhões de sacas de 60 kg no Brasil. O volume, segundo o Mapa, é considerado baixo para a manutenção da atividade da indústria brasileira. O Espírito Santo, maior estado produtor do grão, enfrenta consecutivas safras afetadas pela seca.

Mercado interno

Os preços do café arábica no Brasil seguem próximos do patamar de R$ 500,00 a saca, ainda que tenham recuado nos últimos dias. “As negociações seguem limitadas no Brasil, já que o interesse dos compradores se concentra em cafés de maior qualidade superior. Vendedores, por sua vez, têm negociado o arábica de maior qualidade apenas em patamares mais altos que os compradores estão dispostos pagar”, disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Poços de Caldas (MG) com R$ 565,00 a saca e queda de 0,70%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com recuo de 2,68% e saca a R$ 545,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 551,00 a saca e queda de 1,88%. Foi a maior variação no dia dentre as praças verificadas.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com R$ 530,00 a saca (estável). A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 2,88% e saca a R$ 506,00.

Na quarta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 522,63 com alta de 0,55%.

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