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Bolsa de Nova York dispara com alta acumulada de mais de 4% na semana e fecha próxima de US$ 1,55/lb

por Notícias Agrícolas:

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram semana passada com alta de mais de 4% nos principais vencimentos. O melhor desempenho em nove semanas. Os preços externos da variedade encerraram na outra semana ainda na casa de US$ 1,40 por libra-peso, mas diante das altas consecutivas nos últimos dias já estão próximos de US$ 1,55/lb nos lotes mais distantes. Os investidores repercutem no mercado as incertezas em relação à próxima do Brasil, mas os futuros também tiveram suporte da queda brusca nas exportações globais da commodity.

Na sexta-feira (2), após oscilar dos dois lados da tabela durante o dia, o vencimento setembro/16 fechou cotado a 150,10 cents/lb – estável, o dezembro/16 anotou 151,40 cents/lb também estável. O contrato março/17 registrou 154,50 cents/lb – estável e o maio/17, mais distante, encerrou a sessão com 156,25 cents/lb e 5 pontos de recuo.

Apesar de fechar o pregão estável, as cotações do arábica no terminal externo seguem bastante influenciadas pelas incertezas em relação ao potencial produtivo da safra 2017/18 de café do Brasil. Durante toda a semana, essa dúvida dos operadores deu suporte aos preços externos do grão.

“A apreensão sobre o tamanho e a disponibilidade da futura safra cafeeira do Brasil a cada dia ganha novos contornos e isso vem dando as cotações vigentes uma firmeza bem interessante”, afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. “Mas vale ressaltar que num mercado especulado realizações de lucros sempre podem aparecer”, pondera.

Algumas áreas produtoras brasileiras receberam chuvas nos últimos dias que favoreceram floradas, no entanto, existe o temor entre os envolvidos do mercado de que caso essas chuvas diminuam nos próximos meses, exista o abortamento das flores, o que prejudicaria o potencial produtivo das plantas. Com isso, o mercado vivenciou um forte movimento especulativo e de fundos na ponta compradora.

Em informação reportada pela Reuters dia 1, ainda é cedo para saber se as floradas do café terão ou não abortamento nos próximos e se favorecerão uma boa produção no próximo ano, que já deve ser de bienalidade baixa para a maioria das regiões produtoras. A única certeza é de que elas vieram mais cedo, mais uma vez. De acordo com a Fundação Procafé, a floração ocorreu pelo menos duas semanas mais cedo do que o normal, o que tem levantado preocupações sobre a viabilidade das primeiras flores.

“As preocupações são recorrentes de que o florescimento precoce das árvores de arábica no Brasil possa levar a uma colheita inferior e isso apoia os preços”, disse a Capital Economics para Reuters nesta sexta-feira, dia 2.

Segundo mapas climáticos, os próximos sete dias ainda devem ser marcados por chuvas de baixo volume acumulado nas áreas produtoras. Na quarta-feira desta semana, a temperatura começa a cair em algumas áreas, mas não há previsão de geadas. No entanto, uma previsão mais estendida mostra que o cinturão deve ter à frente tempo mais quente e seco.

Apesar das chuvas preocuparem os envolvidos de mercado sobre a safra 2017/18, a condição climática não deve atrapalhar a safra 2016/17, que está próxima do fim. Segundo estimativa da Safras& Mercado, divulgada na quinta-feira (25), a colheita brasileira estava em 91% até o dia 23 de agosto. Com a previsão de produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da consultoria nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 50,06 milhões de sacas. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.

Já na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé), os trabalhos estavam em 91,38% até o dia 26 de agosto. O número representa um avanço de 4,14% de uma semana para a outra.

Além das questões fundamentais do Brasil no mercado, os preços externos do grão também subiram forte na semana em meio à temores com a oferta depois da divulgação na quarta-feira (31) da OIC (Organização Internacional do Café) sobre o recuo nas exportações globais de café. A organização reportou que em julho as exportações globais do grão tiveram um recuo de 22% ante o mesmo período de 2015, totalizando 7,75 milhões de sacas de 60 kg no mês.

As exportações da variedade arábica tiveram no período recuo de 19,2% em relação a 2015, para 4,78 milhões de sacas. Já as de robusta caíram 26,2% na comparação anual, totalizando 2,96 milhões de sacas.

“Esta divulgação pegou muitos de surpresa já que os números apresentados passaram um pouco do que era esperado. Como resultado, ordens de compra foram detonadas e os patamares nas bolsas foram alavancados”, afirmou Marcus Magalhães na época.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de café do Brasil registraram em agosto (23 dias úteis) 2,62 milhões de sacas, um queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 2,67 milhões de sacas.

Em todo o mês passado, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York tiveram queda de 1,6% no contrato dezembro/16, saindo de 149,50 cents/lb para 147,05 cents/lb. Já o dólar comercial encerrou o mês de agosto com queda de 0,41%. As oscilações no câmbio sempre impactam nos embarques do grão. Na sexta-feira, a moeda fechou a R$ 3,2293 na venda com queda de 0,33%.

Esta segunda-feira (5), será o feriado “Labor Day”, Dia do Trabalho nos Estados Unidos, e a Bolsa de Nova York não funciona, voltando com o pregão normal apenas na terça-feira (6).

Mercado interno

Apesar dos avanços externos, que até favorecem valorizações no mercado brasileiro, os negócios continuam isolados com o produtor à espera de melhores patamares para voltar mais ativamente às praças de comercialização. “Os preços ganharam firmeza de curto prazo, mas os volumes apresentados nas praças de comercialização foram aquém das potenciais demandas”, explica Marcus Magalhães.

“A colheita da temporada 2016/17 se aproxima do final, e produtores seguem concentrados nas entregas de lotes contratados. Segundo colaboradores do Cepea, a qualidade do arábica está em conformidade com o padrão contratado por exportadores. Já no mercado de robusta, a oferta reduzida mantém em patamar recorde os preços da variedade”, reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP).

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com alta de 3,00% e saca a R$ 515,00.

De sexta-feira 26 para sexta-feira 2, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Guaxupé (MG) com avanço de R$ 25,00 (3,93%), saindo de R$ 535,00 para R$ 556,00 a saca.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 559,00 a saca e avanço de 0,36%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 1,00% e saca a R$ 505,00.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 559,00, mas subiu R$ 25,00 (4,47%) e agora vale R$ 584,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com R$ 490,00 a saca e alta de 1,03%.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Guaxupé (MG). A saca estava cotada a R$ 504,00 na sexta-feira retrasada, mas teve valorização de R$ 25,00 (4,96%) e agora está em R$ 529,00.

Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 501,02 com alta de 3,00%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão dessa sexta-feira com alta. O contrato setembro/16 anotou US$ 1841,00 por tonelada com alta de US$ 15, o novembro/16 teve US$ 1865,00 por tonelada com avanço de US$ 13 e o janeiro/17 anotou US$ 1885,00 por tonelada com valorização de US$ 16.

Na quinta-feira (1º), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 422,95 com alta de 0,20%.

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