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Bolsa de Nova York encerra semana com leve desvalorização, mas segue acima de US$ 1,20/lb

por Notícias Agrícolas:

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com discreta desvalorização e os principais vencimentos seguem em cerca de US$ 1,20 por libra-peso. Em ritmo de final de ano, as cotações da variedade oscilaram nos últimos dias em acomodação técnica, de olho nas informações sobre os estoques e acompanhando novidades sobre a próxima safra de Brasil e Colômbia.

No mercado interno, já é ritmo de final de ano, só aparece nas praças de comercialização o produtor que necessita de caixa. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão desta sexta-feira (22), os lotes com vencimento para março/18 fecharam cotados a 120,40 cents/lb com queda de 185 pontos, o maio/18 registrou 122,70 cents/lb com recuo de 185 pontos. Já os lotes com vencimento para julho/18 encerraram o dia com 125,10 cents/lb e desvalorização de 185 pontos e o setembro/18, mais distante, teve perdas de 185 pontos, fechando a 127,45 cents/lb.

“Os relatos de boas condições de produção neste momento no Brasil forneceram os melhores motivos para vender. Os fundos e outros especuladores estavam comprados para cobrir ações de vendidas e alugadas antes do final do ano, mas outros estavam vendendo com ideias de preços mais baixos em breve”, disse Jack Scoville, analista de mercado e vice-presidente do Price Futures Group.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que melhoraram as expectativas com a safra 2018/19. ” As chuvas ocorridas em dezembro vêm favorecendo o desenvolvimento do café arábica da temporada 2018/19 em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A melhora do clima renovou a expectativa de boa produção na próxima temporada”, reportou.

De acordo com a Somar Meteorologia, as chuvas devem seguir no cinturão produtivo de café nos próximos dias. Até a quarta-feira (27), há estimativa de acumulados da ordem de 100 milímetros no Paraná, oeste de São Paulo e Baixa Mogiana e entre 70 e 100 mm no Cerrado Mineiro, Alta Mogiana e sul de Minas Gerais. As informações foram reportadas pelo CNC (Conselho Nacional do Café).

Já na Colômbia, segundo informações do site internacional Agrimoney, a produção deve ser até 20% menor primeiro semestre de 2018 devido às adversidades climáticas. “Eu não me surpreenderia se terminássemos com produção cafeeira entre 13,8 milhões e 13,9 milhões de sacas neste ano; os meses de outubro, novembro e dezembro têm sido muito fracos”, disse o diretor da Federação Nacional de Cafeeiros, José Roberto Vélez.

Em relação a temporada anterior, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou na quinta-feira sua mais nova estimativa para a safra de café do Brasil, estimada em 44,97 milhões de sacas de 60 kg, com uma redução de 12,5% em relação ao ano anterior, quando atingiu 51,37 milhões. A área colhida também caiu. A redução foi de 4,3%, resultando em 1,87 milhão de hectares.

Segundo a instituição, a queda nos números se explica principalmente pela chamada bienalidade negativa do café arábica, cultivar que responde por 76,2% da produção total. O arábica tem como característica alternar uma safra alta com outra baixa, em ciclos bienais. Este ano foi de baixa, e a produção ficou em 34,25 milhões de sacas, com queda de 21,1% em relação à safra 2016.

Dados de estoques baixos chegaram a dar suporte durante a semana para o mercado. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou recentemente que os estoques globais podem fechar a temporada 2017/18 nos menores níveis em cinco anos, totalizando 29,3 milhões de sacas. Enquanto a produção global deve totalizar 159,9 milhões de sacas. Ainda assim, segundo o órgão norte-americano a produção deve superar o consumo, que foi apontado em 158,5 milhões de sacas.

Os estoques de café dos Estados Unidos tiveram a maior queda do ano no mês de novembro (297,53 mil sacas de 60 kg) e voltaram a ficar próximos dos níveis registrados em março deste ano, com 6,73 milhões de sacas, segundo dados divulgados pela da GCA (Green Coffee Association) na última sexta-feira. Essa é a quarta queda seguida em 2017 e também a maior em três anos.

Mercado interno

Os negócios com café aconteceram de forma isolada durante toda a semana nas praças de comercialização do país. Em ritmo de final de ano, apenas os produtores que necessitam de caixa ainda fecham negócios nas bases atuais, segundo o Cepea. “A retração de agentes consultados pelo Cepea segue muito forte, limitando as negociações no físico”, disse o órgão durante a semana.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com queda de 2,08% (-R$ 10,00) no período e saca a R$ 470,00. A cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) teve o maior valor de negociação no período com saca a R$ 490,00 e queda acumulada de 2,00%

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 1,51% (-R$ 7,00) e saca a R$ 472,00. Fo a praça com maior valor no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,58% (R$ 7,00) e saca a R$ 451,00. As cidades de Franca (SP) (estável) e Média Rio Grande do Sul (+1,10%), ambos com saca a R$ 460,00.

Na quinta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,62 e queda de 0,34%.

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