NOTÍCIAS

Bolsa de Nova York fecha semana abaixo de US$ 1,35/lb com melhores informações da oferta

por Notícias Agrícolas:

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a semana próximas da estabilidade, mas do lado vermelho da tabela. O vencimento julho/17 registrou acumulado negativo de 0,55% a 135,70 cents/lb. O mercado oscilou entre altas e baixas nos últimos dias em ajustes técnicos, acompanhando indicadores gráficos e a movimentação dos fundos. Além das informações sobre a oferta global na safra 2017/18 e clima no Brasil.

No mercado interno, os negócios seguem isolados como nos últimos dias, mas há informações de um retorno das torrefadoras às praças de comercialização.

Nesta sexta-feira, o contrato maio/17 anotou 132,60 cents/lb com valorização de 70 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 134,95 cents/lb com 70 pontos positivos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 137,30 cents/lb e avanço de 65 pontos e o dezembro/17, mais distante, subiu 70 pontos, fechando a 140,65 cents/lb. Na véspera, as cotações recuaram cerca de 250 pontos.

O mercado esboçou reação na sessão desta sexta-feira (12) em ajustes técnicos depois que as cotações quase perderam o patamar de US$ 1,30 por libra-peso e com suporte do câmbio, mas nada que fizesse com que os preços externos do grão mudassem de direção no fechamento semanal. “O dia foi caracterizado por algumas compras especulativas modestas de caráter especulativo, dentro de um range de apenas 200 pontos”, disse em relatório hoje o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

O dólar comercial fechou a sessão com queda de 0,63%, vendido a R$ 3,1240, com investidores acompanhando a movimentação da divisa no mercado externo. Internamente, os investidores estavam otimistas com o andamento da reforma da Previdência. Na semana, a moeda registrou desvalorização de 1,61%. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações brasileiras da commodity.

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou pela manhã que o Brasil exportou em abril 2,13 milhões de sacas de 60 kg de café, um decréscimo de 13,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita cambial ficou em US$ 369 milhões, com o preço médio da saca em US$ 173,63, um aumento de 2,7% e 18,7%, respectivamente na comparação com abril de 2016.

O mercado do arábica oscilou durante a semana, basicamente, em ajustes técnicos e acompanhando indicadores gráficos já que a única novidade fundamental foi a informação da OIC (Organização Internacional do Café) sobre a tranquilidade na oferta da safra 2017/18. “A verdade é que as cotações não tem encontrado forças para trabalharem acima dos 137,00 cents/lb e nem abaixo dos 135,00 cents/lb”, disse Machado durante a semana.

A oferta global de café não deve apresentar tantos problemas como se imaginava inicialmente. “As perspectivas de oferta em 2017/18 parecem cada vez mais positivas: as preocupações iniciais sobre a geada no Brasil e a escassez de chuvas no Vietnã afetando as culturas de 2017/18 diminuíram”, reportou a OIC em seu relatório mensal.

Ainda assim, a Organização prevê que a produção mundial caia abaixo da demanda pelo terceiro ano consecutivo em 2016/17, desta vez 3,48 milhões de sacas, dizendo que “a combinação de exportações muito altas e estoques crescentes em países consumidores ajudou a superar as preocupações iniciais com a oferta”.

“Acredito termos no máximo mais dois meses para ver uma aproximação entre compradores e vendedores, quando então não haverá mais ofertas ‘baratas’ no spot e os agentes que hoje ainda estão comprados em diferenciais terão escoado seus cafés. Se os embarques do Brasil nos próximos três meses não ultrapassarem um total de 6,5 milhões de sacas a sensação de abundância de café no destino sofrerá uma alteração, justamente quando estaremos no pico do inverno brasileiro.”, disse em relatório no início da semana o analista e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.

A colheita de café arábica já começou em áreas produtoras de café do Brasil, como Zona da Mata e do Sul de Minas Gerais. Segundo dados da Safras & Mercado, os trabalhos já atingiram 6% até o dia 8 de maio. Levando em conta a projeção da consultoria de produção de café em 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano para o país, é apontado que já foram colhidas 3,2 milhões de sacas.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) reporta que esses trabalhos estão limitados à copa dos cafezais e em locais onde os grãos já adquiriram maior grau de maturação.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na quinta-feira (11) revisão para cima na estimativa de produção de café no país, para 46,4 milhões de sacas, um aumento de 1,7% em relação à previsão divulgada no mês anterior. Os dados foram influenciados pelos aumentos das estimativas de produção do café arábica em São Paulo e do café conilon em Rondônia.

De acordo com mapas climáticos, a próxima semana deve começar com chuvas de baixo volume acumulado, por conta de um ciclone extratropical, em áreas produtoras de café do Brasil, principalmente, Paraná, São Paulo e Triângulo Mineiro. Nos últimos dias, o clima seguiu no radar dos operadores, mas as temperaturas ficaram amenas e sem incidência de geadas, fator que preocupa bastante os operadores.

“O clima no Brasil entra no radar dos operadores, tanto no monitoramento das chuvas durante o período de colheita como também das temperaturas no cinturão de café. Uma perda de qualidade causada por precipitações tem um potencial altista para as cotações, assim como chegadas de frentes-frias a partir de junho desencorajarão uma venda agressiva por parte dos especuladores.”, disse em relatório no início da semana o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.

Mercado interno

Durante toda a semana, o ritmo de negócios nas praças de comercialização do Brasil não apresentou muitas mudanças e seguiu com transações isoladas diante da divergência nos preços ofertados e os pedidos pelo produtor e também diante da colheita no Brasil. O Cepea apontou que algumas torrefadoras voltaram a procurar por arábicas de qualidade intermediária e grãos robusta nos últimos dias.

Mas, até o momento, conforme pesquisadores do Cepea, o volume adquirido ainda é limitado, uma vez que a disponibilidade destes cafés está restrita e algumas torrefadoras ainda têm o produto em estoque.

No fechamento semanal, foi vista queda nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,04% (-R$ 15,00), encerrando a R$ 478,00 a saca. A cidade que fechou com maior valor de negociação no período foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00.

No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 4,02% (-R$ 19,00) e saca a R$ 454,00. A cidade com maior valor de negociação no fechamento da semana foi Franca (SP) com R$ 480,00 a saca e alta de 2,13% (+R$ 10,00).

O tipo 6 duro teve maior oscilação no acumulado da semana em Poços de Caldas (MG) com queda de 4,51% (-R$ 21,00) e R$ 445,00 a saca. A praça com maior valor nesta sexta-feira foi Oeste da Bahia com saca a R$ 470,00 e recuo de 1,05% (-R$ 5,00) no período.

Na quinta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,18  com queda de 0,92%.

Notícias Relacionadas