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Bolsa de Nova York fecha semana com alta acumulada de 5% e vencimentos testam patamar de US$ 1,60/lb
por Notícias Agrícolas:
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a semana com alta acumulada de cerca de 5% nos principais vencimentos acompanhando as incertezas em relação à safra 2017/18 de café do Brasil – impactada pelo clima –, o câmbio e também realizando ajustes técnicos ante a queda nos primeiros dias da semana. Com esse avanço expressivo, os preços externos do grão que estavam ao redor de US$ 1,50 por libra-peso na última sexta-feira já testaram o patamar de US$ 1,60/lb na sessão de hoje.
Nesta sexta-feira (14), o dia foi de alta para o café arábica na ICE, o que só contribuiu para os ganhos acumulados na semana. O contrato dezembro/16 fechou a sessão de hoje cotado a 155,40 cents/lb com alta de 270 pontos, o março/17 teve 158,80 cents/lb com 265 pontos de valorização. Já o vencimento maio/17 registrou 160,90 cents/lb com avanço de 265 e o julho/17, mais distante, também subiu 265 pontos, negociado a 162,80 cents/lb.
O cinturão produtivo do Brasil tem recebido nos últimos dias chuvas isoladas, que até contribuíram para a abertura da florada da safra comercial 2017/18 do Brasil em diversas regiões. No entanto, segundo mapas climáticos, no sábado, o clima quente e seco deve voltar. Além disso, os envolvidos no mercado já estão bastante preocupados com a condição das lavouras no próximos. Mesmo com a florada, elas estão bastante desgastadas por conta da bienalidade alta neste ano.
“Praticamente todas as regiões produtoras de café do Brasil já registraram florada. No entanto, elas confirmam que a próxima safra será de 20% a 30% menor que a última. Poucas lavouras estão em perfeitas condições de produção, a maior parte delas deve apresentar exaustão nutricional por conta da alta colheita neste ano”, explica o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello. As floradas marcam o início da formação dos frutos para a colheita de 2017.
A terceira estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a produção de café neste ano seja de 49,64 milhões de sacas de 60 kg. O resultado representa um acréscimo de 14,8%, se comparado à produção de 43,24 milhões de sacas obtidas em 2015. O café arábica representa 83,2% da produção total do país e estima-se que sejam colhidas 41,29 milhões de sacas nesta safra, que foi de bienalidade positiva.
“Seguem as dúvidas climáticas no Brasil, apesar da melhora das chuvas em outubro. É que as próximas semanas a umidade deve diminuir e a temperatura se elevar”, afirma o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, que acredita ainda que as cotações do arábica na Bolsa de Nova York também encontraram suporte nos últimos dias no dólar mais fraco e na oferta mais curta no mercado.
O dólar comercial fechou a semana com queda acumulada de 0,38%. Nesta sexta, a moeda estrangeira fechou com alta de 0,72%, cotado a R$ 3,2045 na venda. As oscilações do dólar impactam diretamente nas exportações da commodity.
Em setembro, as exportações de café pelo Brasil totalizaram 2,5 milhões de sacas, de acordo com o relatório mensal produzido pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). O resultado é reflexo do segundo mês consecutivo da greve alfandegária no Porto de Santos, que impacta diretamente na liberação dos certificados de exportações emitidos no período.
“Temos convicção de que é algo pontual. Assim que tudo for regularizado, os números serão atualizados, refletindo a normalidade registrada em agosto e mantendo o crescimento contínuo conquistado pela eficiência e a sustentabilidade de nossos processos produtivos, que resultam em um café cada vez mais qualificado e interessante para o consumidor no mundo todo”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Apesar do mercado subir bastante no acumulado da semana, segundo Barabach, as cotações devem esboçar dificuldade para se manter acima de US$ 1,50/lb, pois esse é um patamar que atrai bastante os vendedores.
Leilões da Conab
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realiza na próxima quinta-feira (20) mais dois leilões de venda de café arábica (avisos 188/2016 e 189/2016) por meio do Sistema Eletrônico de Comercialização (SEC), na modalidade mista. Serão ofertadas pouco mais de 90 mil sacas de 60 kg do grão ensacado da safra 2009/2010, que estão em armazéns da autarquia nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Desde janeiro, o governo brasileiro já comercializou, em 24 leilões, mais de 500 mil sacas de café de um total de 1,25 milhão de sacas dos estoques públicos. Restam ainda cerca de 260 mil sacas que devem ser comercializadas até dezembro.
Mercado interno
Durante toda a semana seguiram isolados os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil. O feriado nacional de Nossa Senhora da Aparecida na quarta-feira (12) contribuiu para a morosidade nas negociações. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), a perspectiva de menor produção brasileira de café na safra 2017/18 já tem reduzido o volume de negócios antecipados envolvendo tanto o arábica quanto o robusta.
“Muitos produtores de arábica preferem aguardar o desenvolvimento das floradas e um maior volume de chuva para terem uma definição mais clara da próxima safra. Para o robusta, as incertezas quanto à produção 2017/18 são ainda maiores”, reportou o Centro.
O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 1,72%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 1,88% e saca a R$ 542,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Franca (SP) com alta de R$ 25,00 (4,81%), saindo de R$ 520,00 para R$ 545,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 537,00 a saca e alta de 1,90%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 3,02% e saca a R$ 511,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Varginha (MG), que tinha saca cotada a R$ 515, mas subiu R$ 15,00 (2,91%) e agora vale R$ 530,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Franca (SP) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 2,87% e saca a R$ 501,00.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Franca (SP). A saca estava cotada a R$ 510,00 na sexta-feira passada, mas teve valorização de R$ 20,00 (3,92%) e agora está em R$ 530,00.
Na quinta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,77 e desvalorização de 0,99%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta sexta-feira em alta. O contrato novembro/16 anotou US$ 2044,00 por tonelada com alta de US$ 7, o janeiro/17 teve US$ 2074,00 por tonelada com avanço de US$ 4 e o março/17 anotou US$ 2074,00 por tonelada com US$ 6 positivos.
Na quinta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 487,93 com avanço de 0,97%.
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