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Bolsa de Nova York inicia semana com boas altas e vencimentos para 2017 atingem patamar de US$ 1,65/lb

por Notícias Agrícolas:

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) iniciou a semana com boas altas. Ainda repercutindo as incertezas com o abastecimento do grão no ano que vem diante das recentes intempéries climáticas no cinturão produtivo do Brasil, que está em plena florada, os vencimentos mais distantes da variedade testaram na sessão desta segunda-feira (24) o patamar de US$ 1,65 por libra-peso. O câmbio também deu suporte aos preços durante a sessão.

O vencimento dezembro/16 fechou a sessão de hoje cotado a 157,90 cents/lb com 180 pontos de alta, o março/17 registrou 161,40 cents/lb também com avanço de 180 pontos. Já o contrato maio/17 anotou no pregão 163,65 cents/lb com 185 pontos positivos e o julho/17, mais distante, também subiu 185 pontos, cotado a 165,55 cents/lb.

Os futuros do arábica na ICE chegaram a operar em baixa no início da sessão, no entanto, o tom positivo logo voltou a tomar conta do mercado, estendendo aos ganhos da última sexta-feira (21) com os operadores preocupados com a safra comercial 2017/18 do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, e o abastecimento do grão em 2017.

“A grande verdade é que os grandes players internacionais não querem devolver as posições compradas acreditando num cenário de curto e médio prazo interessantes”, afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. “O quadro fundamental preocupa a todos. Uma crise de abastecimento agora é tudo o que não se precisa se nós tivermos ano que vem mais um ciclo produtivo no Brasil com problemas”, ressalta.

Magalhães diz acreditar ainda que a adrenalina e o estresse no mercado cafeeiro deve continuar alto nos próximos meses até que o quadro climático volte a se normalizar.

O Rabobank, importante banco especializado em commodities informou ao site internacional Agrimoney que a definição nos preços do café nos próximos meses depende também da situação das colheitas na América Central e na Colômbia. “Os primeiros sinais de aumento das culturas nesses países poderiam fazer o mercado cair”, informou. O banco previu os preços a um pouco menos de 140,00 cents/lb no período de um ano, em comparação com os 167,10 cents/lb que os futuros de dezembro/17 estavam cotados na sexta-feira (14).

As lavouras da safra 2017/18 do Brasil estão em plena florada e condições climáticas adversas neste momento podem prejudicar a produção no próximo ano e até desequilibrar o abastecimento mundial. “Mais chuvas são necessárias, especialmente por conta da fase de floração”, disse na terça-feira (18) Shweta Upadhyay, analista da Global Coffee Monitor, ao Agrimoney. “Há enormes preocupações com o abastecimento no Brasil para 2017”, pondera a analista.

Segundo mapas climáticos, o clima nas principais áreas produtoras do país deve continuar instável. Instabilidades tropicais e uma frente fria causam chuva sobre o Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais.

Nesta segunda-feira, o câmbio também deu um bom suporte aos preços externos do café arábica. O dólar comercial encerrou o dia com queda de 1,26%, cotado a R$ 3,1207 na venda, menor patamar desde julho de 2015, acompanhando o movimento das moedas emergentes e à espera de recursos externos no país. O dólar mais baixo em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity e com isso os preços externos do grão tendem a avançar.

Mercado interno

Nas praças de comercialização do Brasil, seguem isolados os negócios com café mesmo com os preços em alta nos últimos dias. “Os produtores mostram-se desorientados com o comportamento dos preços. Vendem na medida de suas necessidades de ‘caixa’ para fazerem frente aos compromissos mais próximos e não conseguem entender como os preços do conilon e do arábica estão no mesmo patamar”, afirmou o Escritório Carvalhaes em seu mais recente informativo.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e queda de 1,67%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,36% e saca a R$ 564,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 537,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,58% e saca a R$ 521,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Franca (SP) e Varginha (MG) com R$ 540,00 a saca, alta de 0,93% na primeira e preço estável na segunda. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Vitória (ES) (BCSP) com avanço de 3,00% e saca a R$ 515,00.

Na sexta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 509,61 com valorização de 0,42%.

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