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Bolsa de Nova York retoma baixas na sessão desta 4ª em movimento técnico e com pressão do câmbio

por Notícias Agrícolas:

Após testarem recuperação na véspera, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a fechar do lado vermelho da tabela nesta quarta-feira (26). O mercado voltou a recuar diante de fatores técnicos, de olho no câmbio – que impacta as exportações da commodity – e também seguiu a tendência dos últimos dias com liquidações.

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 128,15 cents/lb com queda de 175 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 130,70 cents/lb com avanço de 170 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 133,10 cents/lb e desvalorização de 170 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 165 pontos, fechando a 136,70 cents/lb.

 

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Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing

O mercado voltou a demonstrar fragilidade – com vencimentos próximos de US$ 1,30 por libra-peso – após o avanço na sessão de ontem (25), mas segue oscilando tecnicamente e não de olho em questões fundamentais. “A queda se deu em função de fatores técnicos e câmbio, seguindo a tendência vista nos últimos dias com liquidação dos fundos”, disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

“Ficamos surpresos (com a recente queda) dado que não há nenhuma mudança nos fundamentos, portanto permanecemos altistas. A seca continua nas principais áreas de café do Brasil”, disse o Rabobank em relatório.

O câmbio também contribuiu para as perdas no mercado. O dólar comercial subiu 0,68%, cotado a R$ 3,1730 na venda, após bater R$ 3,2080, acompanhando o cenário externo e a perspectiva dos investidores com o andamento das reformas no país. A moeda estrangeira mais alta em relação ao real tende a dar maior competitividade às exportações da commodity.

Deve começar a chover nas regiões produtoras de café de Minas Gerais nesta quarta-feira (26) por conta de uma frente fria que chegou ao Brasil nos últimos dias. No entanto, na próxima semana, as precipitações diminuem acentuadamente e renovam as preocupações dos produtores com o déficit hídrico. A temperatura deve diminuir acentuadamente no cinturão.

De acordo com o balanço hídrico semanal da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), até 17 de abril (segunda-feira), o déficit estava em 12,2 milímetros em Coromandel (MG) e Monte Carmelo (MG), 5,1 milímetros em Carmo do Rio Claro (MG) e cerca de 1 milímetro em Guaxupé (MG).

Para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, a queda no mercado nos últimos dias também está ligada com os operadores especulando uma supersafra em 2018. “Pode haver risco de geadas e seca em setembro ou janeiro e fevereiro. Então essa supersafra que já estão especulando para 2018 é muito especulativa”, disse em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Mercado interno

Os preços internos do café arábica ficaram praticamente estáveis nesta quarta-feira e os negócios nas praças de comercialização do país, segundo analistas, seguem isolados diante dos preços fragilizados e também da proximidade da colheita nas principais áreas produtoras do país.

No mês de abril, até o dia 25 de abril, a desvalorização acumulada do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de 4,8%. As baixas do arábica, por sua vez, estão atreladas à proximidade da colheita da temporada 2017/18, que deve começar em maio, às oscilações do dólar e à forte queda externa. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,08% e R$ 490,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com 464,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) que teve baixa de 1,08% e saca a R$ 460,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 472,50 e queda de 0,53%. A maior variação dentre as praças no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 2,86% e saca a R$ 442,00.

Na terça-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 452,38 e queda de 0,63%.

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