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Bolsa de NY cai mais de 3% na semana, mas preços no Brasil são sustentados pelo dólar e baixa oferta
por Notícias Agrícolas:
Após fecharam praticamente estáveis na semana passada, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram queda acumulada de mais de 3% nos últimos 5 dias. Sem novidades fundamentais que possam mudar o direcionamento do mercado, as cotações têm repercutido nas últimas sessões fatores mais técnicos. No entanto, analistas acreditam que a tendência é de estabilidade para os preços externos uma vez que importantes suportes têm sido respeitados.
Após a alta de mais de 400 pontos na segunda-feira, as cotações no terminal externo completaram hoje a quarta sessão consecutiva do lado vermelho da tabela. Os lotes com vencimento para março/16 encerraram a sessão cotados a 113,00 cents/lb com baixa de 165 pontos, o maio/16 teve 115,20 cents/lb com recuo de 95 pontos. Já o contrato julho/16 fechou o dia cotado a 117,15 cents/lb com 90 pontos de desvalorização, enquanto o setembro/16 registrou 118,90 cents/lb com baixa de 80 pontos.
Segundo analistas, as cotações do arábica na ICE devem continuar oscilando tecnicamente e sendo influenciadas pelas incertezas que pairam no financeiro internacional uma vez que o mercado dá sinais de que todas as variáveis fundamentais já foram repercutidas.
“Os operadores já precificaram que a safra nova será boa para o arábica. Com isso, as bolsas internacionais continuam a trabalhar em estreitas margens. Acho que o mercado não tem força suficiente, salvo fato novo, para romper o patamar de US$ 1,15 e subir acima US$ 1,20/lb”, explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Nesta sexta-feira, o dólar comercial chegou a oscilar dos dois lados da tabela e chegou a R$ 3,9306. Mas diante das rolagens de posições e a briga pela formação da Ptax (taxa calculada pelo BC como referência para diversos contratos cambiais), a moeda passou a subir e fechou cotada a R$ 3,9976 na venda com alta de 1,21%. O dólar influencia nas exportações da commodity e acaba sendo mais um fator de pressão para as cotações, uma vez encoraja os embarques.
Para o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o café deve continuar sendo pressionado pelo cenário macroeconômico. “A demanda continua na defensiva, ao não perceber risco no abastecimento. Na cena externa, os embarques do Vietnã andam em bom ritmo. A origem está mais agressiva, buscando não só desovar os estoques remanescentes como se posicionar com a safra a atual, também volumosa. O interesse de Colômbia e Brasil está atrelado ao dólar mais alto”, explica.
Informações da agência de notícias Reuters também dão conta que operadores em Nova York acabam repercutindo, mesmo que em menor intensidade, a perspectiva de uma recuperação na safra do Brasil neste ano.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as lavouras de arábica têm se desenvolvido melhor que na safra passada e, em algumas regiões, a maturação está adiantada. Com isso, os produtores de algumas importantes áreas podem iniciar a colheita já em meados de maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada ainda para o final do primeiro semestre. No geral, os relatos dos produtores são otimistas com o possível aumento do volume e da qualidade dos grãos na temporada 2016/17.
Em relação ao clima, mapas climáticos da Somar Meteorologia mostram que a partir de domingo deve acontecer o avanço de uma frente fria que provoca chuvas fortes e generalizadas. Até meados da próxima semana, a precipitação alcança o Paraná, São Paulo, Sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização seguem lentos e com preços firmes. Mesmo com a forte queda em Nova York, o dólar tem sustentado as cotações em algumas praças. “No Brasil, a leitura de curto prazo é firme. O dólar alto e a escassez de oferta, frente ao avanço da entressafra, continuam favorecendo o descolamento das bases internas em relação ao referencial externo”, afirma Gil Carlos Barabach.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (SP) com R$ 559,00 a saca e alta de 0,36%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,83% e saca cotada a R$ 537,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Guaxupé (MG) com alta de R$ 9,00 (1,64%), saindo de R$ 550,00 para R$ 559,00 a saca.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 559,00 a saca e avanço de 0,36%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,96% e saca a R$ 520,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG) que tinha saca cotada a R$ 550,00, mas subiu R$ 9,00 (1,64%) e agora vale R$ 559,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi em Franca (SP) com alta de 3,00% e R$ 515,00 a saca.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Patrocínio (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 480,00 na sexta passada, mas teve valorização de R$ 10,00 (2,08%), e agora está em R$ 490,00.
Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 485,61 com alta de 0,73%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estável nesta sexta-feira, mas ainda permanecem do lado vermelho da tabela. O contrato março/16 registrou US$ 1326,00 por tonelada e queda de US$ 3, o maio/16 teve US$ 1366,00 por tonelada e recuo de US$ 2, enquanto o julho/16 anotou US$ 1395,00 por tonelada e desvalorização de US$ 2.
Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 374,45 com queda de 2,32%.
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